Engolir sapos. Expressão popular de origem bíblica –a praga de rãs que invade o Egito–, abrasileirou-se porque o sapo, segundo Câmara Cascudo, é indispensável em bruxarias. O método de suportar situações desagradáveis tem sido uma especialidade dos governadores que buscam herdar o espólio de Bolsonaro apelando aos eleitores da extrema direita.
Chamados de "ratos" numa postagem de Carlos, o filho 02 –compartilhada por Eduardo, o 03–, Tarcísio, Zema, Caiado e Ratinho engoliram o rato, digo, o sapo. Às claras, defendem o ex-presidente; às escondidas, o consideram fora do páreo e apostam nas próprias candidaturas.
À exceção de Ratinho, os outros três, se eleitos, se comprometeram a perdoar Bolsonaro. Mas não tocaram mais no assunto depois que o Datafolha mostrou que o indulto ao capitão e a seus aliados condenados ou investigados por envolvimento em ações golpistas é amplamente reprovado pela população (61%). É esperar o calor da campanha para ver se a coragem –de resto, inconstitucional– não é só fachada.
Unidos, alinharam a estratégia em relação ao tarifaço. Cobram uma impossibilidade: a de que Lula ligue para o presidente norte-americano, cujos auxiliares deram provas de que não existe qualquer chance de negociação pública. Também insistem em responsabilizar o sapo barbudo pela crise com os EUA –uma inversão da realidade. Quem planeja fazer do Brasil um quintal é Trump, exigindo que o ex-presidente que chefiou um golpe de Estado fique inimputável.
Pré-candidato, Zema se vende como outsider, estando em seu segundo mandato no governo de Minas. Levou a primeira lambada: o filho de Renato Russo enviou uma notificação extrajudicial ao partido Novo pelo uso não autorizado da música "Que País É Este". Você pode imaginar Zema batendo um papo com o líder da Legião Urbana?
Neste aspecto, digamos, musical, Tarcísio é mais coerente. Primeiro, participou de um jantar com empresários na casa do cantor Latino. Depois, num evento evangélico, dividiu o palco com Wesley Safadão.
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