Uma frase atribuída ao presidente americano Franklin Roosevelt nos anos 1940 sobre o ditador nicaraguense Anastasio Somoza tornou-se um clássico da realpolitik: "Claro, ele é um f.d.p. Mas é o nosso f.d.p.". Ela resume o apoio dos EUA a ditadores estrangeiros, no poder à custa de fraudar eleições, calar a Justiça, prender, torturar e matar opositores e violar direitos humanos em nome da "liberdade". Sim, a ex-URSS e seus satélites também praticavam esses crimes, de que eram com justiça acusados pelo bloco democrático. Mas este fazia vista grossa à legião de iguais fs.d.p. acobertados pelos presidentes americanos. Exemplos.
Idi Amin Dada, de Uganda. Hugo Banzer, da Bolívia. Ngo Dihn Diem, do Vietnã. François Duvalier, do Haiti. Ferdinand Marcos, das Filipinas. Mobutu, do Zaire. General Manuel Noriega, do Panamá. O xá Reza Pahlevi, do Irã. George Papadopoulos, da Grécia. General Pinochet, do Chile. Pol Pot, do Camboja. Halie Selassié, da Etiópia. Oliveira Salazar, de Portugal. Generalíssimo Franco, da Espanha. Somoza Jr., da Nicarágua. Ian Smith, da Rodésia. Alfredo Stroessner, do Paraguai. General Suharto, da Indonésia. Rafael Trujillo, da República Dominicana. General Jorge Rafael Videla, da Argentina. Todos sanguinários. Nenhum deles levou uma Lei Magnitsky.
Muitos tomaram o poder na esteira de ações da CIA à base de espionagem, desestabilização do poder constituído, fomento de greves e passeatas e farta verba para propaganda. No Brasil, em 1964, isso se deu por meio do infame Ipês, Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais, financiado pelos americanos. Naturalmente, todos os generais que se seguiram em Brasília tiveram as bênçãos dos EUA.
Donald Trump deve se lembrar da frase de Roosevelt quando lhe falam de Bolsonaro. Para salvar Bolsonaro da cana e tê-lo de volta, tenta desestabilizar o Brasil, dando ordens a nossas autoridades como se fosse um bedel e abalando a economia do país.
O engraçado é que Bolsonaro também deve se lembrar da frase de Roosevelt quando pensa em Trump.
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