quarta-feira, 24 de julho de 2024

Obras no Pacaembu são retomadas após paralisação de trabalhadores, FSP

 Paralisadas na última quinta-feira (18) em uma mobilização do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias da Construção Civil de São Paulo (Sintracon-SP), as obras no estádio do Pacaembu foram retomadas na manhã de segunda (22).

De acordo com a organização, o motivo para a suspensão dos trabalhos foi a continuidade de irregularidades de segurança no canteiro de obras, mesmo depois de notificações do sindicato. Apesar da retomada, os trabalhadores afirmam que a categoria continua em estado de greve e pode parar novamente em caso de descumprimento de regras.

Em nota, o Sintracon-SP afirmou que, junto com uma comissão de trabalhadores, constatou melhora nas condições de segurança, "possibilitando a retomada parcial das atividades".

Ginásio sendo construído onde era o parque aquático do complexo do Pacaembu. há uma estrutura de piscina em concreto, vazia, arquibancadas nas laterais e, atrás da piscina, o ginásio, já com a parte coberta montada. atrás das arquibancadas há árvores e o céu está nublado
Obras na área do antigo parque aquático do Pacaembu, em São Paulo - Clayton Castelani - 18.abr.2024/Folhapress

O sindicato ainda diz que as obras na área do antigo tobogã continuam paralisadas até que a concessionária faça adequações seguindo normas de segurança do trabalho.

"A construtora PROGEN, se responsabilizou por todas as adequações que ainda são necessárias, inclusive pela entrega de um laudo técnico ao sindicato, comprovando o que foi feito na obra como um todo", afirma o Sintracon-SP.

A empresa faz parte do consórcio Allegra Pacaembu, responsável pelas benfeitorias e a operação da concessão do estádio.

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Em nota, a concessionária disse que as obras em todo o complexo foram retomadas na manhã da última segunda-feira, após reunião com o Sintracon-SP e apresentação de detalhes dos ajustes solicitados pelo sindicato.

HISTÓRICO DE POLÊMICAS

Desde 2021, as obras têm sido motivo de atritos com a gestão Ricardo Nunes (MDB) e sua conclusão foi anunciada em diferentes ocasiões.

Um deles ocorreu em em 2022, quando a prefeitura anunciou que não entregaria a praça Charles Miller para a empresa. Na ocasião, a Allegra pedia compensações por um prejuízo que estimou em R$ 22 milhões, provocado pela impossibilidade de realizar eventos durante a pandemia, por erros no cálculo do tamanho do terreno e por atrasos na emissão de licenças, autorizações e alvarás.

A prefeitura respondeu, na época, que a pandemia não justificaria reequilíbrio do contrato e que a Allegra teve receita com a operação do estádio durante os anos de reforma. A gestão Nunes disse também que a responsabilidade pelos estudos no terreno é da concessionária.

Já os anúncios frustrados de reabertura ocorreram em janeiro deste ano, para a final da Copa São Paulo, conhecida como Copinha, e em abril, para um show de Roberto Carlos. Procurada sobre a previsão, a concessionária afirmou que "aguardará as próximas etapas de entrega do rito estipulado no contrato, já iniciadas em 27 de junho, antes de anunciar novas datas."

A luta de Paris para deixar os ratos distantes dos holofotes olímpicos, FSP

 Adam Plowright

Pierrick Yvon
PARIS | AFP

Paris quer usar seus Jogos Olímpicos como um festival para mostrar sua rica cultura aos visitantes, uma projeção idílica da qual as autoridades locais querem remover a notória população de ratos da cidade.

Retratada com humor na animação "Ratatouille", a abundante população de ratos da capital francesa não é piada para os moradores e pode se tornar motivo de vergonha sob os holofotes olímpicos.

"Todas as instalações olímpicas e áreas de celebração foram analisadas antes dos jogos", disse Anne-Claire Boux, conselheira municipal de saúde pública de Paris, em uma entrevista à AFP.

A imagem mostra dois ratos em um ambiente escuro, com um deles segurando um pedaço de tomate. O chão é de cor escura e parece sujo, com algumas marcas visíveis. Os ratos têm pelagem cinza e estão próximos um do outro, com um deles focado no pedaço de tomate.
Ratos comem pedaço de tomate em rua de Paris - Philippe Lopez/AFP

Além de ter ordenado uma limpeza completa para remover restos de comida que poderiam tentar os roedores a sair de seus esconderijos subterrâneos, os especialistas também trabalharam para fechar várias saídas para a superfície nos esgotos ao redor dos locais.

"Em áreas com muitos ratos, instalamos armadilhas antes dos Jogos", continuou Boux, acrescentando que tanto armadilhas mecânicas quanto soluções químicas foram usadas para reduzir os números problemáticos da população.

O parque aos pés da Torre Eiffel, onde o vôlei de praia será jogado, e os jardins do Museu do Louvre, onde a chama olímpica será acesa, são alguns dos locais favoritos dos moradores para fazer piqueniques, e alguns dos lugares com mais ratos.

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"De qualquer forma, ninguém pode ter a ambição de exterminar os ratos em Paris. Eles também são úteis para a manutenção dos esgotos", acrescentou. "A questão é que eles precisam ser mantidos dentro de casa.

As pragas parisienses, presentes na literatura francesa, como em "Os Miseráveis" ou "Fantasma da Ópera", aparecem com frequência no debate contemporâneo sobre a limpeza em Paris.

A prefeita parisiense Anne Hidalgo, do partido socialista francês e apoiada pelos Verdes, é frequentemente criticada pela oposição conservadora por não conseguir manter a cidade livre de lixo, roedores ou excrementos de cães.

Uma campanha viral nas mídias sociais em 2021, chamada #SaccageParis, levou os moradores a publicar fotos de lixeiras transbordando de sacos de lixo, mobiliário urbano em mau estado ou espaços verdes negligenciados que prejudicavam a reputação de uma cidade elegante.

Posteriormente, a cidade publicou um "manifesto pela beleza" em resposta às críticas.

Antes dos Jogos, os bulevares e as praças foram reformados, e vários prédios históricos também foram restaurados.

Boux enfatizou que os problemas com os ratos são causados principalmente por comida no chão ou por lixeiras transbordando, várias das quais foram modificadas para versões à prova de ratos.

"O mais importante é que as lixeiras estejam lacradas e fechadas", disse ela.