quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

Após 3 anos no mandato, veja como estão as promessas de Alckmin, VIA Trolebus


02/01/2018 - Via Trolebus
Concluir a implantação do Trecho Norte do Rodoanel. – Não cumpriu. O eixo principal do Trecho Norte do Rodoanel, que liga a Avenida Raimundo Pereira de Magalhães (Trecho Oeste) ao Trevo da Rodovia Fernão Dias, será entregue ao tráfego em abril de 2018, segundo o governo. A obra atingiu, em dezembro de 2017, 80% de execução. A ligação do Trevo da Rodovia Fernão Dias até a Dutra (interligação com o Aeroporto de Guarulhos) está prevista para dezembro de 2018.

Concluir a implantação das conexões dos Aeroportos de Guarulhos e o de Congonhas com o sistema metro-ferroviário da Região Metropolitana de São Paulo. – Não cumpriu (e nem irá no caso da 17). Os aeroportos seguem sem ligação com o sistema de trilhos. Segundo o governo, a Linha 13-Jade, da CPTM, está com 82,5% das obras concluídas e fará a ligação entre o Aeroporto de Guarulhos e a rede de trens e metrô da capital paulista. Ela deve ser entregue no primeiro semestre de 2018. Já a Linha 17-Ouro do Metrô ligará o bairro do Morumbi ao Aeroporto de Congonhas, em sistema de monotrilho, mas deve operar apenas em 2019.

Continuar a implantação do Sistema Integrado Metropolitano (SIM) da Baixada Santista, dando início ao BRT a partir de Praia Grande. – Não cumpriu. A promessa ainda não foi cumprida. Segundo o governo, o Sistema Integrado Metropolitano (SIM) da Baixada Santista será composto por: Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), corredor de ônibus (BRT) e ônibus intermunicipais. O 1º trecho do VLT da Baixada Santista, entregue em janeiro de 2017, liga São Vicente ao Porto de Santos. Em março, deverá ser lançado edital para contratação das obras do 2º trecho. Com a suspensão, pelo Ministério das Cidades, dos recursos provenientes do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a implantação do BRT, que ligará São Vicente (VLT) à Praia Grande, está com o projeto concluído, mas aguarda novas fontes de financiamento.

Expandir a implantação do programa de corredores de média capacidade nas regiões metropolitanas e aglomerações urbanas do estado. – Cumpriu. Desde 2015, foram implantados mais 18 km de novos corredores, sendo 12,3 km no corredor que liga Guarulhos a São Paulo e 5,7 km no corredor que liga Santa Bárbara d´Oeste a Campinas. Além disso, foi entregue o Terminal Metropolitano Luiz Bortolosso, no corredor que liga Itapevi a Capital. Até o final de 2018, estão previstos mais 38 km de corredores (22 km no Corredor Noroeste e 16 km no Corredor Itapevi-São Paulo).

Levar metrô até Taboão da Serra, Guarulhos e o ABC. – Não cumpriu (e nem irá). A promessa não foi cumprida ainda. O sistema metropolitano de transportes será expandido até Guarulhos, por meio da Linha 13-Jade, que fará a ligação da capital com o aeroporto e, desde agosto, faz integração com a Linha 12-Safira. As obras serão entregues no 1º semestre de 2018, segundo o governo. A expansão para o ABC ocorrerá com a Linha 18-Bronze. O contrato foi assinado em 2014, mas as obras não foram iniciadas. A extensão do sistema até Taboão da Serra tem projeto básico concluído (extensão da Linha 4-Amarela).

Entregar, no início de 2016, a Linha 17 – Ouro, com oito estações e o monotrilho. E a Linha 5 – Lilás, ao longo do ano. – Não cumpriu (e já sabemos que não irá na 17). A promessa ainda não foi cumprida. A Linha 17-Ouro, com 82,5% das obras concluídas, segue em andamento, com previsão de conclusão até o final de 2019. O governo ressalta, no entanto, que 4 das 11 novas estações da Linha 5-Lilás já foram entregues: Adolfo Pinheiro, Alto da Boa Vista, Borba Gato e Brooklin. As outras 7 estações, além do Pátio Guido Calói, serão concluídas em 2018.

Inaugurar primeiro trecho do trem intercidades entre Americana, Campinas e São Paulo. O projeto total prevê usar a área férrea já existente no eixo norte-sul, interligando Americana (SP) até Santos (SP), e no eixo leste-oeste, entre Sorocaba (SP) e Taubaté (SP). – Não cumpriu (e nem irá). A promessa ainda não foi cumprida. O projeto do Trem Intercidades foi concebido em faixa de domínio da União e sua implantação aguarda, desde 2014, autorização do governo federal, segundo o governo de São Paulo. O governo planeja agora lançar, em 2018, um edital de PPP que contemple obra, fornecimento de material rodante e sistema de trens.

Veja quais estações e linhas serão expandidas em 2018 pelo Metrô e CPTM, RF

 Notícias da Imprensa



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02/01/2018 - Metrô CPTM
Seja por coincidência ou mesmo um empurrãozinho eleitoral, o ano de 2018 tem tudo para ser o da maior expansão da rede metroferroviária de São Paulo. Na iminência de ser apontado como candidato do PSDB à presidência, o governador Geraldo Alckmin quer usar esse trunfo como vitrine na corrida eleitoral. O problema é que as obras teimam em atrasar e “nuvem” de dúvidas a respeito das suspeitas de corrupção e conluio ameaçam tirar parte do efeito que essas novas estações e quilômetros terão na vida dos cidadãos.
Política à parte, uma coisa é fato: este ano o número de inaugurações será enorme, mesmo que haja algum atraso. A razão para isso é que muitas frentes de trabalho estão na reta final, o que permite dizer que a chance de problemas empurrarem suas inaugurações para 2019 é pequena. Confira abaixo como deve ser o calendário de expansão em 2018:

Janeiro

Duas estações estão prometidas para este mês, Higienópolis-Mackenzie (Linha 4), que deveria ter sido aberta no ano passado, e Eucaliptos (Linha 5). A primeira não passa deste mês a não ser que ocorra algum “desastre”. Já a segunda pode ficar para mais tarde. Quem passa na frente da estação ao lado do Shopping Ibirapuera em Moema ainda vê muito movimento e coisas para fazer. Há ainda os testes com os trens no trecho que parecem não ter ocorrido ainda. Mas se não for em janeiro é provável que a abertura ocorra em fevereiro, juntamente com outras três estações.
Fevereiro

É o mês prometido para três outras estações da Linha 5: Moema, AACD-Servidor e Hospital São Paulo. Dessas Moema é a mais atrasada e pode realmente ficar mais para a frente. As outras duas têm previsão de serem concluídas até o final de janeiro. Novamente, os sistemas e testes com os trens são o maior risco de atraso no momento.

Março

Muita coisa é prometida para março e certamente será bem difícil que elas aconteçam nesse mês conforme previsto. Na Linha 4, há a estação Oscar Freire que tem trabalhos em bom ritmo mas um acesso ainda cru. É possível abri-la parcialmente e depois finalizar o segundo acesso. Na Zona Leste, o Metrô pretende fazer algo que só ocorreu na inauguração da Linha 1: abrir várias estações ao mesmo tempo. A ideia é que a Linha 15 do monotrilho ganhe oito estações nesse mês. As obras estão indo bem, mas é mais sensato imaginar numa abertura progressiva a fim de testar tudo com calma. Por fim, a Linha 13-Jade da CPTM deve começar a operação assistida até o Aeroporto de Guarulhos. Novamente, tudo depende da conclusão da via (nesse caso o viaduto estaiado) e testes de sistemas. Os trens serão “emprestados” de outras linhas. Não é exagero pensar que essa linha só seja inaugurada para eleitor ver.

Abril

Embora tenha apenas duas estações previstas, abril é o mês em que o governo pretende conectar a Linha 5-Lilás às linhas 1-Azul e 2-Verde. As estações Santa Cruz e Chácara Klabin vão mexer profundamente com a distribuição de passageiros no Metrô e CPTM. Muitos trajetos acabarão modificados pelos usuários com a possibilidade de ir para a Zona Sul e vice-versa por ela. Por essa razão, a impressão é que elas terão de abrir de forma bem gradual para não causar problemas no restante da rede.

Segundo semestre

Sem data tão precisa, duas outras estações são esperadas em 2018. A primeira é São Paulo-Morumbi, da Linha 4. As obras estão num bom ritmo, o que ainda a coloca no mapa deste ano. Será um importante adendo ao ramal já que fará a linha crescer e se aproximar de regiões carentes de transporte público de qualidade. Já a segunda, Campo Belo, da Linha 5, pode ficar para 2019. A mais atrasada estação do novo trecho está na reta final das obras civis, mas há muita coisa para fazer, inclusive um viaduto por cima dela. Pode dar tempo, mas não será surpresa se ela atrasar.

Marca dos 100 quilômetros

Caso cumpra suas promessas finalmente, o governo do estado acrescentará mais de 21 km à rede metrô além de 12 outros km à CPTM. Com isso, o Metrô de São Paulo finalmente passará a marca dos 100 quilômetros que somados à CPTM chegarão a cerca de 375 km de trilhos na Grande São Paulo e Jundiaí. Ou seja, quase 34 km a mais em apenas um ano – até então, o maior acréscimo que o sistema recebeu foram os 10,4 km entregues em 1988 na Linha 3. Mas como é sempre ter um pé atrás com promessas políticas, vamos ficar de olho se a meta será mesmo cumprida.

terça-feira, 2 de janeiro de 2018

A neutralidade da rede, OESP


Pelos próprios valores que representa, a neutralidade da rede deve permanecer intocada no Brasil

O Estado de S. Paulo, O Estado de S.Paulo
31 Dezembro 2017 | 03h00
A Comissão Federal de Comunicações dos Estados Unidos (FCC, na sigla em inglês) decidiu, por 3 votos a favor e 2 contrários, derrubar uma série de normas que garantem a chamada neutralidade da rede global de comunicações, um princípio que assegura acesso livre e igualitário a qualquer tipo de conteúdo no ambiente online, tanto para os que produzem como para os que consomem.
Por esse princípio, as operadoras de telecomunicações – empresas responsáveis por comercializar os meios de acesso à internet – não podem restringir o acesso a sites ou a serviços oferecidos online, beneficiando alguns produtores de conteúdo em detrimento de outros por meio da cobrança diferenciada aos usuários de acordo com o conteúdo que estes desejam acessar.
O que a princípio pode parecer apenas um debate acerca da aplicação das regras de livre mercado ao mundo digital, na verdade embute uma discussão bem mais preocupante sobre concentração de mercado e liberdade de expressão, temas dos mais caros a todos os países democráticos, como é o caso dos EUA, evidentemente.
Tal como acontece no Brasil, há localidades nos EUA que são atendidas por apenas uma empresa de telecomunicações, única provedora de acesso à internet para toda a população local. Sem as regras que asseguram a neutralidade da rede, essas empresas sem concorrência estarão livres para escolher o que pode e o que não pode trafegar por suas redes, exercendo uma espécie de curadoria de conteúdo que dá azo a todo tipo de manipulação. Em última análise, um indevido poder sobre a informação circulante.
A neutralidade da rede é um pilar da internet livre desde seu advento, ou pelo menos desde que a chamada World Wide Web (WWW) começou a ter uso comercial e privado, e não apenas militar. Em outras palavras, ao votar pelo fim da neutralidade da rede, a agência que regula as telecomunicações nos EUA votou por acabar com a internet tal como ela é conhecida.
A decisão da FCC, é importante destacar, não tem caráter terminativo, ou seja, para valer precisará ser aprovada pelo Congresso norte-americano. Pesquisas de opinião realizadas pouco depois da sessão da comissão indicavam que 83% dos eleitores são favoráveis à manutenção das atuais regras que garantem a neutralidade da rede, dado que pode ter influência sobre os votos dos congressistas.
Dependendo do resultado da votação no Congresso dos EUA, ainda sem previsão para ocorrer, terá início uma longa batalha judicial. A Netflix, gigante do setor de produção e difusão de conteúdo digital, criticou a decisão da FCC e, em comunicado à imprensa, disse que a neutralidade da rede foi o princípio que “conduziu a um período de inovação, criatividade e engajamento cívico sem precedentes”.
No Brasil, a neutralidade da rede está garantida pela Lei 12.965/2014 – o Marco Civil da Internet –, que no inciso IV do artigo 3.º estabelece que a “preservação e garantia da neutralidade da rede” é um dos princípios que disciplinam o uso da internet no País. Embora o SindiTelebrasil, entidade que representa as empresas de telecomunicações, venha defendendo a flexibilização dessa regra, a neutralidade da rede deve permanecer intocada, seja por consistir no mais importante dispositivo do Marco Civil da Internet, seja pelos próprios valores que representa.
O diploma legal brasileiro chegou a ser elogiado pelo criador da WWW, o cientista britânico Tim Berners-Lee, que afirmou que, com o Marco Civil, “finalmente um projeto de lei reflete como a internet deve ser: uma rede aberta, neutra e descentralizada, em que os usuários são o motor para a colaboração e inovação”.
A neutralidade da rede é um princípio que reflete no ambiente online os valores democráticos sobre os quais estão assentados países como o Brasil e os Estados Unidos. Enquanto prevalecer intocado, nenhum argumento poderá servir de subterfúgio para a adoção de práticas comerciais abusivas ou restritivas à livre circulação de informações.
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