1º.dez.2024 às 10h13
Representantes do empresário Jackson Wijaya informaram ao Cade que ele recebeu as ações da Asia Pulp & Paper (APP) doadas em vida pelo pai como herança após um processo de planejamento sucessório familiar e isso não muda a situação do bilionário na disputa com os irmãos Batista pelo controle da Eldorado Celulose.
Seus advogados disseram ao órgão brasileiro de defesa da concorrência que esse é um processo comum em famílias de empreendedores da Indonésia. Isso significa que, até a morte de seu pai, Wijaya não ocupará qualquer cargo de liderança na APP.
Os advogados disseram que o fato de Jackson passar a ter participação societária da APP não muda o cenário concorrencial no Brasil, uma vez que a APP não atua no país e atua em uma frente de negócio totalmente diferente da da Eldorado, onde a CA Investment, empresa que controla a Paper Excellence, detém 49% das ações e disputa o controle com os irmãos Batista, da J&F, donos de 51%.
Wijaya diz que a APP produz fibras longas de celulose e a Eldorado, fibras curtas. Afirmou que são negócios complementares e não concorrentes, como afirmam representantes da J&F ao Cade.
Como noticiou o Painel S.A., a Eldorado foi ao Cade para reclamar da concorrência de sua sócia, a Paper, alegando existir um plano de montar no Brasil uma fábrica de celulose própria para competir com a Eldorado.
O superintendente-geral do Cade, Alexandre Barreto, concedeu uma medida cautelar proibindo a Paper de exercer qualquer poder de mando na Eldorado. Na última assembleia de acionistas, por exemplo, a empresa não pôde votar.
O mérito do caso, no entanto, ainda não foi julgado e, até lá, os poderes políticos da Paper na companhia estão bloqueados.
Com Stéfanie Rigamonti
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