O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, autorizou um leilão exclusivo para pequenas centrais hidrelétricas, as PCHs, para contratação de energia nova. A medida deve ser publicada no Diário Oficial da União desta sexta (20), atendendo ao pleito do setor.
O leilão está previsto para julho de 2025 e o volume de energia a ser contratada será mantido em segredo para estimular a competição. O vencedor será aquele que entregar o menor preço por KWh (kilowatt-hora).
Segundo o presidente da Abragel (Associação Brasileira de Geração de Energia Limpa), Charles Lenzi, existem atualmente 600 projetos de novas centrais de pequeno porte aprovados pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).
"Esse leilão, que era um pleito nosso, permitirá que boa parte desses empreendimentos tenha viabilidade econômica", disse ao Painel S.A. "Muitos já devem estar em fase de licenciamento ambiental e, possivelmente, devem participar do leilão."
Lenzi afirma que a maior parte dessas PCHs será construída no Centro-Oeste e Sudeste, justamente onde o ONS (Operador Nacional do Sistema) enfrenta problemas de fornecimento de energia em momentos de alto consumo.
Pessoas que participaram das discussões com o governo afirmam que a destinação de 100% da energia para as pequenas centrais se deve à necessidade de garantia da flexibilidade ao ONS em momentos de pico de consumo, algo que vem ocorrendo com frequência devido às variações bruscas de temperatura.
Hoje, em momentos em que é preciso energia rápida no sistema, as fontes intermitentes (fazendas eólicas e solares) não dão conta de suprir, obrigando o ONS a disparar térmicas.
Por esse motivo, ainda segundo relatos do setor, o ministério decidiu usar a lei da privatização da Eletrobras, que introduziu uma novidade nos leilões A-5 e A-6: pelo menos metade da energia deve ser destinada a PCHs. Esses leilões preveem a entrega da energia a partir de 2030.
Com Diego Felix
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