O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) oficializou nesta terça-feira (21) a indicação de embaixadores para alguns dos principais postos diplomáticos do Brasil no exterior.
A lista —que inclui ainda a confirmação de Maria Luiza Ribeiro Viotti para Washington, primeira mulher a desempenhar a função—, nomeia para algumas das principais embaixadas nomes de carreira que haviam sido ostracizados pela gestão de Jair Bolsonaro (PL).
Os nomes agora precisam ser sabatinados e aprovados pelo Senado, primeiro na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional e, depois, pelo plenário da Casa.
Maria Luiza Viotti já havia recebido o agrément —documento diplomático que indica que o governo anfitrião concorda com a nomeação para o posto de Washington. A embaixadora chegou a ser cotada para chefiar o Itamaraty, mas Lula optou por reconduzir o ex-chanceler Mauro Vieira ao cargo.
Viotti já foi representante do país na ONU, embaixadora em Berlim (2013-2016), subsecretária-geral da Ásia e do Pacífico (2016-2017) e chefe de gabinete do secretário-geral da ONU, António Guterres.
Ela substitui em Washington Nestor Forster, identificado com o ex-presidente Bolsonaro. Sua saída já era dada como certa com o começo do governo Lula.
O ex-chanceler Antonio de Aguiar Patriota, que estava no Egito, também volta a ter destaque ao se tornar o representante do Brasil junto ao Reino Unido, em Londres.
Quem o substitui em Cairo é Paulino Franco de Carvalho Neto, ex-secretário de Assuntos Multilaterais Políticos do Itamaraty que tinha sido nomeado para a embaixada brasileira em Paris pela administração Bolsonaro em julho passado. A indicação não chegou a ser sabatinada pelo Senado e foi substituída com o início do governo Lula.
Lula também indicou o embaixador Sérgio França Danese para chefiar a missão brasileira junto à ONU, em Nova York. O posto anterior do diplomata, que chefiou de 2016 a 2020 a embaixada da Argentina, considerada uma das mais importantes da carreira diplomática, e ocupou por duas vezes o cargo de secretário-geral das Relações Exteriores (2015-2016) —número dois da pasta—, havia sido Lima, no Peru. Ele também já chefiou as embaixadas do Brasil na Argélia (2005-2009) e na África do Sul (2021).
Para a embaixada brasileira em Buenos Aires, foi oficializada a indicação de Julio Glinternick Bitelli —nome que, quando anunciado por Brasília em janeiro, despertou críticas de diplomatas que ansiavam pela indicação de uma mulher para a vaga.
O governo Lula também voltou a indicar para um posto importante o experiente embaixador Everton Vieira Vargas, marginalizado na gestão Bolsonaro. Ele já chefiou a embaixada brasileira na Argentina e a missão do país junto à União Europeia (UE), além de ter sido subsecretário-Geral Político —então o terceiro posto mais importante no Itamaraty. Ele assume a embaixada brasileira no Vaticano.
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