sábado, 18 de março de 2023

Os cúmplices de Bolsonaro, Alvaro Costa e SIlva, FSP

 

O almirante Bento Albuquerque não está com a memória boa. Esquece o que falou, confunde as coisas, mistura alhos, bugalhos e muambas. Em depoimento à PF, ele deu mais uma versão sobre as joias recebidas na viagem à Arábia Saudita em 2021.

Diz agora que o pacote feminino (par de brincos, colar, anel e relógio confeccionados com pedras preciosas que brilham de cegar e com valor avaliado em R$ 16,5 milhões), retido na Receita Federal e alvo de uma força-tarefa governamental para que fosse liberado, era um presente da ditadura saudita ao Estado brasileiro —assim como o conjunto masculino (abotoaduras, caneta, relógio, anel e um tipo de rosário, todos da marca suíça de diamantes Chopard, avaliados em R$ 400 mil), que entrou ilegalmente no país e foi entregue a Bolsonaro.

O ex-ministro de Minas e Energia afirma no depoimento que "apenas supôs" serem os presentes para o ex-presidente e a primeira-dama Michelle Bolsonaro. Uma suposição bastante convicta, como mostra um vídeo gravado em Guarulhos pelo circuito interno de segurança da Receita. Nele Bento Albuquerque diz claramente, como quem dá uma carteirada, que as joias iriam para Michelle. Outro convicto era Bolsonaro, que logo incorporou o mimo árabe a seu acervo pessoal – mas terá de devolvê-lo por determinação do TCU.

O general Augusto Heleno também precisa tomar fosfosol. Diz que nunca teve conhecimento do acesso ilegal na Receita de dados sigilosos de desafetos de Bolsonaro nem se lembra de ter recebido em encontros clandestinos os operadores da devassa. Tampouco devia saber que a Abin, sob sua responsabilidade, usou um programa secreto para monitorar cidadãos.

A cada novo escândalo fica mais evidente que Bolsonaro, ao promover seus crimes e ataques à democracia, não agiu sozinho. Sempre agiu ao lado dos militares que se curvaram a ele por ideologia e oportunismo —aquela em menor grau do que este.

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