A bilionária disputa judicial entre a J&F e a Paper Excellence pelo controle da Eldorado Celulose gerou tensão e troca de farpas entre dois desembargadores do Tribunal de Justiça de São Paulo que têm dado decisões sobre o conflito, avaliado em R$ 15 bilhões.
Responsável por uma ação que busca definir quem é relator do caso, o desembargador Costa Netto irritou colegas após decisão que atrasou o processo e beneficiou a J&F, pertencente aos irmãos Joesley e Wesley Batista.
Ele já havia definido que a relatoria do caso caberia ao colega Franco de Godoi, mas voltou atrás atendendo a um pedido da empresa e jogou a questão para um grupo especial do Tribunal de Justiça.
No último dia 24 de março, ele concedeu o efeito suspensivo da ação, três dias após Godoi Neto ter determinado a transferência da Eldorado para a Paper Excellence.
No mesmo dia, Godoi reagiu, reclamando que o colega extrapolou suas funções no caso, e que não há precedente internacional para o que ele fez.
"Esses atos praticados pelo desembargador [Costa Netto] extrapolaram as regras do processo civil, sem correspondência em nenhuma legislação processual civil de países civilizados", escreveu ele. Em seu despacho, ele afirma que "falta competência" para o colega decidir sobre o caso.
A disputa envolve a propriedade da Eldorado Celulose, que foi comprada pela multinacional Paper Excellence dos irmãos Batista em 2017, mas até hoje não assumiu seu controle efetivo.
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