O almirante Bento Albuquerque mudou sua versão no caso das joias das Arábias, mas a pergunta elementar continua de pé: Cadê o cartão que acompanhava os estojos?
Só ele poderá determinar quem estava mandando o presente, para quem e porquê.
Presente sem cartão é coisa de traficante.
EREMILDO, O IDIOTA
Eremildo é um idiota e aderiu ao movimento Respeito à Magistratura liderado por juízes que não querem voltar ao trabalho presencial. O cretino é contra todas as formas de trabalho, inclusive o virtual, e acredita que o movimento é um bom começo para viabilizar sua agenda.
Os juízes não querem comparecer ao local de trabalho e ameaçam dizendo que uma carta, defendendo essa prerrogativa, já tem o apoio de 800 magistrados. Seus nomes, contudo, não são conhecidos. O idiota encantou-se com esse detalhe. Não querem dar expediente no serviço e protestam e não comparecem nem ao menos com suas assinaturas.
Eremildo fez uma pesquisa no seu círculo de amizades, formado por pessoas que têm horror ao trabalho. Ficou com a suspeita de que a nascente desse glorioso movimento está num grupo de magistrados da Justiça do Trabalho. Os mais incomodados com o trabalho presencial são juízes que respondem por varas num estado e moram em outro.
Se a ideia prosperar, Eremildo disparará um manifesto com o apoio de 40 milhões de contribuintes que estão preenchendo suas declarações de Imposto de Renda, intitulado Respeito aos idiotas.
O LIBBS E RICARDO BOECHAT
O juiz Dimitrios Zarvos Varellis, da 11ª Vara Cível de São Paulo, condenou o laboratório Libbs a indenizar em R$ 1,2 milhão os filhos do jornalista Ricardo Boechat, que morreu em 2019 num acidente de helicóptero. O Libbs ouviu calado.
Caso típico no qual o poderoso acha que pode tudo. O laboratório contratou Boechat para fazer uma palestra em Campinas, comprometendo-se a transportá-lo. O acerto foi de mão em mão e Boechat acabou embarcando num helicóptero com a licença vencida. Deu no que deu.
Numa situação desse tipo o cavalheirismo sugeria que o laboratório, uma potência com 2.700 funcionários, produzindo anualmente mais de 50 milhões de unidades de medicamentos, aceitasse sua responsabilidade na tragédia. Nem pensar.
Os herdeiros de Boechat, assistidos pelo advogado Antônio Pitombo, foram à Justiça. O Libbs tentou de tudo, dizendo até mesmo que só haviam contratado a ida de Boechat a Campinas. Como ele voltou a São Paulo no helicóptero, o problema não era da empresa. Falso.
Na sua sentença, o juiz Zarvos Varellis lembrou "a necessidade de punição ao agente como fator de desestímulo da repetição da conduta".
Ainda passará muito tempo até que grandes empresários aprendam que não lhes fica bem terceirizar responsabilidades nem acreditar que indo à Justiça, amedrontam os ofendidos. Se o Libbs tiver aprendido, ótimo.
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