Na análise da alemã Der Spiegel, com dois enviados ao Brasil, "Bolsonaro perde —e ainda é o vencedor" (reprodução abaixo). Ele passa a ser "mais forte no segundo turno contra Lula".
Na análise da americana Bloomberg, ele "tem o impulso", momentum, "antes do segundo turno". Foi a expressão usada também pelas análises dos ingleses The Economist e Financial Times. Para este, "Bolsonaro pode ter terminado em segundo, mas seus 43,2% o levam para o segundo turno com novo impulso".
A Bloomberg noticia que os "ativos brasileiros disparam com a corrida chegando ao segundo turno". Explica que "investidores aplaudiram a exibição de Bolsonaro e apostam que seu adversário de esquerda será forçado a moderar suas posições". Mas o FT já contrapõe:
"Os investidores se animaram, acreditando que Lula terá que se deslocar mais ao centro. Alguns acreditam que uma vitória de Bolsonaro e políticas mais favoráveis ao mercado são agora possíveis. Mas quem espera o fim dos ataques e da quase total ausência de debate sobre políticas ficará desapontado. O segundo turno trará mais polarização e um maior risco de violência."
De modo geral, as análises dizem que o bolsonarismo "veio para ficar".
O francês Le Monde e o inglês The Guardian, jornais usualmente identificados com a centro-esquerda, salientam que "Lula decepciona" e o resultado "é decepcionante para a esquerda", ainda que o ex-presidente continue "favorito".
Já veículos identificados com a centro-direita, como o alemão Die Welt, avaliam "a espetacular volta de Bolsonaro" como risco para a Europa:
"Há muito em jogo. Berlim e Bruxelas apostaram tudo em Lula ao impedir a ratificação do acordo de livre comércio União Europeia-Mercosul, para punir Bolsonaro por sua política de desmatamento. Agora, os europeus precisam da América do Sul rica em recursos."
Curiosamente, a colunista de América Latina do Wall Street Journal, Mary O'Grady, enviada a São Paulo, publica análise crítica de Lula, mas também de Bolsonaro, ambos tratados como "populismo". Conservadora, ela vê esperança de moderação do presidente:
"Ele cometeu muitos erros. Seu estilo confrontador e muitas vezes vulgar, incluindo críticas ao Supremo, alimenta reações negativas. Ao questionar o sistema de votação, facilitou para os críticos —ofendidos por seus modos grosseiros e sua resistência ao ativismo ambiental— classificá-lo como 'antidemocrático'. O dia 30 de outubro dará a ele uma segunda chance de conquistar o eleitorado."
REFORÇO DE ENERGIA
No agregador russo Zen, com agências RIA Novosti e Tass, o destaque de Brasil é a chegada a Santos do navio-tanque com 35 milhões de litros de diesel da Rússia, prometidos por Putin a Bolsonaro.
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