A Comissão de Defesa dos Direitos Humanos Dom Paulo Evaristo Arns divulgou uma nota de solidariedade ao cardeal arcebispo de São Paulo, dom Odilo Scherer.
No último domingo (16), o cardeal questionou se valia a pena colocar em risco os valores morais, a amizade e a família no caldo da briga política. A partir daí, passou a ser atacado por internautas e precisou até explicar que a roupa vermelha que usa não é alusão ao petismo e, sim, ao amor à igreja e à prontidão ao martírio.
Para a Comissão Arns, é estarrecedor que veicular uma mensagem de apelo à união tenha motivado as agressões. O tumulto causado por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) no Santuário de Aparecida no último dia 12, acrescentam, é preocupante.
"Infelizmente, a intolerância religiosa cresce no país, semeando discursos de ódio e dividindo a sociedade. As cenas vistas no Santuário de Aparecida no último dia 12, com apoiadores do presidente Bolsonaro tumultuando a festa da Padroeira e desacatando aqueles que lá estiveram para vivenciar a sua fé, são exemplos desse fenômeno social preocupante, fomentado na apologia ao autoritarismo – o que não condiz nem com a índole, nem com o desejo e nem com a espiritualidade do povo brasileiro", afirma o documento assinado pelo presidente da comissão, José Carlos Dias.
Ele afirma ainda que Dom Odilo portou-se como um "líder religioso" à altura do cargo que ocupa, já exercido no passado por dom Evaristo Arns, patrono da comissão.
Em entrevista à Folha, dom Odilo criticou o uso político da religião e o acirramento dos ânimos. " Só espero que, passado este período eleitoral, quem for eleito tenha o bom senso de pacificar o país. A igreja contribui na medida em que continua a dizer que o debate de ideias não significa gerar inimigos", disse.
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