terça-feira, 16 de junho de 2020

A JANELA DE OVERTON, do blog Saindo da Matrix

O termo "Janela de Overton" foi dado em homenagem a Joseph P. Overton, que era vice-presidente do Centro Mackinac para políticas públicas nos anos 90 e criou um modelo que mostra como as opiniões públicas podem ser mudadas intencionalmente e de forma gradual por um pequeno grupo de pensadores ("Think tank"). Ou seja, idéias que antes pareciam impossíveis são plantadas na sociedade e, com o tempo, se transformam até mesmo no oposto do que era antes. Imaginemos qualquer causa politico/social (educação, aborto, descriminalização de drogas, não interessa). Para cada causa há um espectro de idéias que vai de um extremo a outro (do pensamento mais radical ao mais liberal). A Janela de Overton é o leque de idéias "aceitáveis" na sociedade, ou seja, a posição da sociedade num dado espectro.

Quando um Think tank tem de promover uma idéia que está fora do que a opinião pública considera razoável, ela "puxa" a janela na sua direção. Assim, através da sua ação na mídia, vai introduzindo no discurso público idéias a princípio consideradas radicais, impossíveis de implementar, mas que, com a exposição do público a essas ideias, o que era inaceitável passa a ser tolerável, e o que era aceito pode até passar a ser rejeitado.

Podemos ver esse mecanismo em ação agora mesmo, ao assistirmos a uma massificação/exploração da homossexualidade pela mídia, assim como fizeram nos anos 90 com o culto à marginalidade (e uso a palavra em seu sentido mais amplo, do que está à margem). Colheremos bons e maus frutos disso, mas não amadureceremos como sociedade, assim como não amadurecemos em relação às classes sociais, pois não há debate ou esclarecimento, apenas imposição e tomadas de lado. Sem entrar na questão de certo ou errado (isso seria desvirtuar todo o post e olhar pro dedo, em vez de olhar pra Lua), dá pra perceber uma saturação de personagens homossexuais nas novelas, assuntos relativos ao tema nos telejornais, como que empurrando goela abaixo da sociedade algo que até então era tabu, num equivalente psicológico do que seria um "tratamento de choque". Tratamentos assim podem até curar os sintomas, mas à custa de recalques e traumas que ficarão adormecidos, apenas esperando um gatilho para explodir.

Existem tantos outros tantos exemplos de manipulação, mas os mais dramáticos são os que levam um país inteiro a uma guerra.

Todo mundo sabe que a guerra do Iraque foi baseada numa mentira (as tais "armas de destruição em massa") mas o que poucos sabem é que tudo seguiu um script de um relações-públicas de guerra contratado pelo governo dos EUA para controlar todas as informações que apareceriam na mídia (e controlar, assim, a percepção das pessoas). Esse homem é John Rendon. Suas ações foram além de plantar notícias: ele também criou, a pedido da CIA, forças dissidentes DENTRO do Iraque a fim de que depusessem o governo desse país na base da violência. Então se você acha que o enforcamento de Saddam Hussein foi planejado e executado "soberanamente" por iraquianos... bem, se você é um cara que acredita em tudo o que vê na TV, provavelmente deve achar que o David Copperfield é um Avatar!

Rendon também participou do 11 de setembro, trabalhando para o Pentágono no Office of Strategic Influence, cuja missão era plantar notícias falsas e esconder suas origens. Outra missão era monitorar e participar de fóruns e chats em lingua árabe (lembrem que a única "confirmação" de que Osama Bin Laden foi morto foi feita num desses fóruns em que a Al Quaeda supostamente participa. A mensagem poderia ter sido escrita até por mim, mas a mídia comprou essa informação como verídica, assim como tem comprado tudo o que o governo americano diz que é pra ser).

Abro um parênteses pra lembrar que esse ano Obama se reuniu com os principais executivos da internet (Google, Apple, Facebook, Twitter, Yahoo, entre outros). Supostamente o jantar era pra falar sobre a geração de empregos, mas diante dos fatos descritos acima fica difícil acreditar que o presidente dos EUA se encontraria com os principais outsiders da mídia controlada pra falar de algo tão prosaico.



"Ei, garoto! Sabe aquele recurso de identificar as pessoas nas fotos do Facebook? Eu vejo aí o início de uma grande amizade!"


O "pai" das relações-públicas foi Edward Bernays. Ele cuidou da propaganda por detrás do golpe de estado na Guatemala, em 1954, onde a CIA tirou do poder um regime democraticamente eleito, e também ajudou a criar um sentimento de guerra contra a Alemanha na 1ª guerra (1917). Sua fama foi feita no final dos anos 1920, quando ele conseguiu inverter uma percepção negativa da sociedade (mulheres fumarem era algo grosseiro e masculino) para algo positivo (glamour, elegância) com a campanha dos cigarros Chesterfield. Ele também é o responsável pela percepção de que a cerveja é uma "bebida leve e moderada". Em 1928 ele lançou o livro "Propaganda", que se tornou a bíblia da indústria da publicidade e dos governos ocultos. Não por acaso foi o livro de cabeceira de Joseph Goebbels, ministro da propaganda nazista (apesar de Edward ser judeu).

Barack Obama é o maior exemplo de um produto de sucesso das relações públicas. Ele saiu do nada para a presidência dos EUA através puramente da imagem e do discurso, uma imagem - e discurso - vendidos não só para os EUA, mas para o mundo todo, e que geralmente não condiz com suas atitudes (A base de Guantânamo continua lá pra provar). Quem produziu Barack Obama? A resposta visível é o marketeiro dele, Ben Self (que por sinal trabalhou na campanha da Dilma). Mas não responde a QUEM interessa fazer Barack Obama. Esse é um mistério que só pode ser entendido quando acrescentamos um elemento atualmente invisível à nossa sociedade: aqueles que controlam a sociedade.

Edward Bernays fala explicitamente em seu livro "Propaganda":

"Se entendermos os mecanismos e as motivações da mente de grupo, é agora possível controlar e reger as massas de acordo com nossa vontade, sem seu conhecimento."

Em um livro posterior, Edward cunhou o termo "engenharia do consentimento" para descrever sua técnica de controle de massas:

"A manipulação consciente e inteligente dos hábitos organizados e opiniões das massas é um elemento importante na sociedade democrática (...) Aqueles que manipulam este mecanismo oculto da sociedade constituem um governo invisível que é o verdadeiro poder do nosso país (...) Em quase todo ato de nossa vida diária, seja na esfera da política ou dos negócios, na nossa conduta social ou no nosso pensamento ético, nós somos dominados por um número relativamente pequeno de pessoas (...) que compreendem os processos mentais e padrões sociais das massas. São eles que puxam os fios que controlam a mente do público."

Quem controla a mídia controla o poder. É por isso que nosso querido governo nunca desistiu da idéia de controle total da imprensa, mas nisso têm enfrentado violenta oposição da Band e da Globo. Se a história nos ensinou alguma coisa, é que vai ser preciso criar um factóide (algo dramático, de apelo popular) pra se criar, no calor dos eventos, uma censura que não pareça uma censura. Ou seguir o caminho que já está tomando, de ir aumentando o controle do judiciário e ir estrangulando, por meio de processos e proibições (como a do Estadão) o jornalismo inquisitivo, de denúncia. Por outro lado, engana-se quem pensa que a mídia está contra o governo. Porque, ironicamente, a mídia só se torna relevante em seu poder de convencimento quando está aliada ao poder, e o poder está representado pelo governo, que está repre$entado/sustentado na mídia. Essa simbiose pode ser observada na relação estreita da Globo com todos os governantes brasileiros, independente de ideologia.

Um belo exemplo de inversão completa do espectro está na manipulação em massa da esquerda brasileira, que apenas 15 anos antes era intolerante ao extremo com corrupção e falta de ética DA DIREITA, e prometiam fazer diferente, mas uma vez no poder conseguiu implantar em seus eleitores/apoiadores a idéia de que conchavos, propinas e corrupção fazem parte do jogo político, e que é a única forma de se manter a governabilidade. Isso não foi construído do dia para a noite, e sim ao longo do gerenciamento da mídia dos VÁRIOS escândalos em que eles se meteram. Algo que nunca conseguiriam sem o poder e carisma de seu relações-públicas Luís Inácio Lula da Silva ("o cara") que, quando quer fazer publicidade ou apagar algum incêndio, dá entrevistas exclusivas à Rede Globo, que outrora criticava.


Referência:
Designorado: a importância dos extremos;
Edward Bernays: The father of spin


Maricá para o Brasil, Pedro Fernando Nery*, O Estado de S.Paulo (definitivo)

Nós o chamaríamos de Alasca para a América.” Esta era a proposta de Hillary Clinton para uma renda básica universal nas eleições de 2016, descrita no biográfico What Happened, sobre a derrota para Trump. O nome do programa aludia ao que já é feito desde os anos 80 no Alasca, por iniciativa de republicanos: com o dinheiro do petróleo, o Estado paga cheques a todos os cidadãos. O Alasca para a América – a expansão federal do programa – acabou sendo considerada inviável pela própria campanha de Hillary, que desistiu de apresentá-lo. Em retrospectiva, considerou um erro esta desistência, em uma campanha que terminou sendo marcada pelo populismo.

Janela de Overton é o termo para o espaço de aceitação que políticas públicas têm em um determinado período de tempo, sem serem consideradas extremas ou radicais. A pandemia parece ter deslocado a janela, no Brasil e em outros países, quanto a uma robusta renda mínima ou algum benefício universal – que passaram a ser levados a sério. 

Bolsa Família
Valor da renda básica pode ser mais elástico que o do Bolsa Família. Foto: Agência Brasil

A avaliação da própria Hillary parece ser de que em 2016 este espaço estava se abrindo, ao contrário do que imaginava na época: “Me pergunto agora se deveríamos ter mandado às favas a cautela e abraçado o Alaska para a América como um objetivo de longo prazo, e desvendar os detalhes depois”. Apenas alguns meses antes da pandemia, o Senado aprovou uma PEC prevendo uma renda universal, infantil, que ficou parada na Câmara e recebeu apenas pequena atenção da opinião pública. Agora, a janela de Overton parece estar se movendo. 

Nos termos da professora da UFRJ Tatiana Roque, vice-presidente da Rede Brasileira de Renda Básica, a pandemia acelera processos que estavam em curso no sentido de “constituir uma nova filosofia para nosso sistema de proteção social”.

Uma experiência similar à do Alasca foi implantada em anos recentes no município fluminense de Maricá – governado pelo PT. A elevada receita decorrente da exploração do petróleo custeia a Renda Básica de Cidadania, que paga a um quarto da população R$ 130 por mês. Tanto o público quanto o valor pago são mais elásticos que os do Bolsa Família. A Renda Básica de Cidadania é batizada com o mesmo nome do benefício idealizado por Suplicy, e ambos compartilham a aspiração de universalização – como a política do Alasca (e ao contrário do Bolsa). 

O caso de Maricá é excepcional: embora a Constituição dê também aos Estados e municípios a competência para combater a pobreza, transferências de renda são quase sempre custeadas pela União. A principal política de seguridade social desses entes é a previdência de seus servidores, cujos déficits são da ordem de R$ 100 bilhões (ou três vezes o que a União gasta com o Bolsa). Uma minoria reformou suas previdências: os ultraendividados Minas Gerais e Rio de Janeiro não o fizeram.

As contas para instituição de um benefício mais amplo do que o Bolsa Família no Brasil, ainda que não universal, deve incluir os recursos de Estados e municípios. Embora pareçam quebrados, há nestes entes recursos direcionados às elites locais, que talvez só uma pauta agregadora como a renda básica consiga mobilizar. 

O cálculo vai além das renúncias de impostos com impactos duvidosos. Somente em fundos “particulares” dos Poderes Legislativo e Judiciário, Ministérios Públicos, Defensorias Públicas, Tribunais de Contas e Procuradorias existem dezenas de bilhões de reais. Apenas na semana em que passou, o TJ goiano anulou a reforma da previdência local, e o baiano decidiu pagar as férias dobradas de 2021 antecipadamente. 

O primeiro justificou que a reforma tramitou muito rápido, o segundo que as famílias dos juízes perderam renda com a crise, e que ano que vem o Estado pode ficar sem dinheiro. Enquanto isso, quase 30% dos goianos devem receber o auxílio emergencial, ante quase 40% dos baianos (o Estado tem a maior taxa de desemprego do Brasil). 

Um modelo de renda mínima como o de Maricá, mais robusto que o Bolsa mas não tão generoso quanto o auxílio emergencial, é plausível. Não faltam gastos diretos e gastos tributários (renúncias) que pouco chegam aos mais pobres e que poderiam ser revistos: na União, nos Estados, nos municípios. Nosso poder de fogo supera R$ 400 bilhões, mas administrar a planilha é mais fácil do que administrar a política.

O exemplo de Maricá, de distribuir receitas do petróleo diretamente aos menos afortunados da população, transmite a mensagem de que o cidadão é o titular dos recursos públicos. É um recado tão óbvio quando esquecido em nosso País.

*DOUTOR EM ECONOMIA 

WhatsApp lança pagamentos com potencial de atrair 51 milhões no Brasil, FSP

SÃO PAULO

Ao anunciar a função de transferências e pagamento de compras pelo WhatsApp, o Facebook estreia no mercado com um potencial imediato de atrair 51 milhões de consumidores no Brasil.

O número reflete uma estimativa de clientes dos primeiros bancos parceiros do novo serviço e corresponde a 42% dos 120 milhões de usuários do WhatsApp no país.

A entrada do aplicativo de mensagens no mercado de pagamentos era ventilada havia mais de um ano, e o lançamento mundial no Brasil foi anunciado nesta segunda (15).

Brasileiros poderão enviar dinheiro pelo Whatsapp
Brasileiros poderão enviar dinheiro pelo Whatsapp - Reprodução

Para o Facebook, o país tem o diferencial de ser acessível mesmo a quem não tem franquia de internet, já que operadoras de telefonia oferecem o acesso gratuito ao app em alguns planos pré-pagos.

“O Brasil é um mercado de muitas pessoas no WhastApp e de muitos comerciantes. Estamos trabalhando isso na Índia e em outros mercados populares para o aplicativo”, afirmou Matt Idema, diretor de operações do WhatsApp em entrevista à Folha.

O sistema foi desenvolvido com parceiros iniciais como as bandeiras Visa e Mastercard, Banco do Brasil, Sicredi e Nubank. Nessa condição, os correntistas aptos a usar ultrapassam 50 milhões. Toda a operação será feita pela Cielo, empresa de maquininhas de cartão, que tem como principais acionistas Banco do Brasil e Bradesco.

O WhatsApp diz que o modelo é aberto e que convida outras instituições financeiras a entrar. O Santander, por exemplo, disse que já avalia a possibilidade. Itaú e Bradesco não se pronunciaram.

O sistema funcionará em duas frentes. Usuários poderão transferir dinheiro a seus contatos, sem custos, enquanto uma transferência entre bancos (via TED) atualmente custa mais de R$ 10 por operação.

A outra função é pagamento de compras a comerciantes que usam o WhatsApp Business, modelo gratuito dedicado a marcas. Cada transação terá custo de 3,99% ao comerciante.

A empresa não diz quantas contas de uso comercial do WhatsApp existem no Brasil, mas Folha mostrou que a pandemia de coronavírus elevou o uso da plataforma para vendas de grandes varejistas e pequenos negócios.

O limite de transferências entre pessoas será de R$ 1.000 por transação. Poderão ser feitas 20 operações por dia, com teto de R$ 5.000 mensais. A transferência entre duas pessoas acontece por débito em conta.

Já as compras podem ser pagas no débito ou no crédito. No primeiro momento, as transações ficarão limitadas a clientes desses três bancos.

A taxa de 3,99% está em linha com as cobradas em vendas a crédito à vista por outras maquininhas, mas é mais alta que as exigidas nas vendas a débito.

No crédito à vista, concorrentes como PagSeguro (pertence ao grupo UOL, que tem participação acionária minoritária e indireta da Folha) e Stone cobram 3,19% e 4,98%, respectivamente. No débito, as duas concorrentes cobram 1,99%. A própria Cielo tem taxa de 2,39% nessa função.

O diferencial do WhatsApp é que não há custo com aluguel ou compra da maquininha.

Toda a operação anunciada nesta segunda é feita em um triângulo entre WhatsApp, Facebook Pay (recurso de pagamentos do Facebook) e Cielo. Para cadastrar a conta de WhatsApp Business, o comerciante precisa obrigatoriamente ter uma conta na Cielo.

O WhatsApp afirma que não terá lucro, diz um porta-voz da empresa. A taxa utilizada é para cobrir os custos do processamento da Cielo, a proteção contra fraudes e o suporte 24/7 aos comerciantes.

A estratégia, segundo Matt Idema, é dar suporte aos muitos comerciantes que aderiram à plataforma. “Agora nosso foco é criar modelos de comunicação de valor entre as pessoas, e sabemos que criamos valor a usuários incluindo a possibilidade de pagamentos. Muitos pequenos negócios estão dando suporte e atendendo clientes assim e queremos tornar a venda mais fácil”, diz o executivo.

Apesar de valioso do ponto de vista funcional, o WhatsApp tem pouco impacto nos negócios do Facebook, cuja receita vem de anúncios publicitários. Mesmo com a queda de propaganda paga pela indústria afetada na crise de Covid-19, a empresa registrou receita publicitária de US$ 17,7 bilhões no último trimestre.

O WhatsApp não veicula anúncios, mas dá capilaridade a todos os produtos do grupo Facebook, chegando a centenas de milhões de casas em mercado emergentes como Brasil, Índia e México.

“O Facebook vai ter a maior e mais completa base de dados sobre pequenos comerciantes e trabalhadores informais, como costureira e manicure, do Brasil”, diz a pesquisadora de tecnologias digitais Yasodara Córdova, ligada a Kennedy School, de Harvard.

Especialistas apontam para o risco de concentração de dados em uma única empresa, à medida que torna-se cada vez mais difícil um novo competidor adentrar num mercado cuja operação é gratuita.

O WhatsApp também conseguiu adesão ao padrão de interface de pagamentos da Índia, imposto pela entidade financeira local. O equivalente no Brasil é o PIX, sistema em desenvolvimento pelo Banco Central, com lançamento previsto para novembro.

Em nota, o BC afirma que está acompanhando a iniciativa do WhatsApp e “avalia que há grande potencial para sua integração ao PIX”. A instituição ressalta que é “prematura qualquer iniciativa que possa gerar fragmentação de mercado e concentração em agentes específicos” e que será vigilante a qualquer desenvolvimento fechado.

Como todo o esquema passará pelo Facebook Pay, usuários que hoje não têm conta nessa rede social precisarão criar mais um ponto de contato com o Facebook. A empresa terá o cadastro das pessoas, como nome, CPF, nome do estabelecimento e número do cartão de débito crédito.

As informações das transações, entretanto, acontecerão nas infraestruturas das bandeiras de cartão e da Cielo.

“Cada transação será tokenizada. Você cadastra no WhatsApp, coloca o dado do cartão na ferramenta, mas aquele número não vai circular. Em cada transação, será gerado um número aleatório que só irá servir àquela transferência”, afirma Fernando Teles, diretor da Visa no Brasil.

O WhatsApp irá consultar a Visa, por exemplo, para averiguar se o usuário que tenta realizar uma transação tem uma credencial de pagamento. “O Facebook é como se fosse um diretório, uma interface que faz a transação”, diz Teles.

O WhatsApp tem mais de 2 bilhões de usuários no mundo e, apesar de o conteúdo das mensagens ser criptografado e inacessível a terceiros, a empresa tem acesso a metadados que são importantes para potencialmente conhecer consumidores, como geolocalização, tempo de uso, interações e registros de transações comerciais.