Planejar uma economia com 217 milhões de pessoas é impossível.
É o que eu afirmo, juntamente com um pequeno número de economistas sensatos como Adam Smith, Milton Friedman, William Easterly, Thomas Hazlett, Ryan Bourne e alguns outros.
A maioria dos economistas adotou, em vez disso, a premissa, cada vez mais popular desde a década de 1920, de que o trabalho de um economista é pensar em novas maneiras de o Estado intervir. Subsidiar a indústria X. Regular os salários do funcionário Y. E assim por diante. A maioria dos economistas supõe que tais intervenções consertarão um problema previsível, sem causar ainda mais problemas.
Mas uma previsão suficiente para desviar até alguns dos maiores acontecimentos em seu futuro é impossível, mesmo em sua própria vida, como você, como adulto, certamente notou. Parece plausível que alguém com um PhD em economia, ou mesmo um prêmio Nobel, como Daron Acemoglu, Joseph Stiglitz ou Paul Samuelson, possa prever inovações futuras em, digamos, finanças, agricultura ou serviços pessoais? O próprio Samuelson demonstrou matematicamente na década de 1950 por que isso é impossível no mercado de ações. E, se uma economista como Mariana Mazzucato afirma que pode prever, como eu já lhe disse aqui, por que ela não monta um banco, uma fazenda ou um salão de beleza para tirar vantagem pessoal de sua notável capacidade?
A economia pode nos dizer o que é bobagem em política, como um salário mínimo ou uma política industrial, tarifas altas no comércio internacional ou explosões na oferta de reais. Entretanto, além dessas recomendações sensatas de "laissez-faire", ela não pode orientar um projeto de engenharia econômica para 217 milhões de pessoas, assim como você não pode definir seu futuro em detalhes. As tentativas de tal engenharia falham, falham e falham.
Veja o desempenho do Banco Central do Brasil, ou mesmo o desempenho da política econômica do Brasil em geral. Você não precisa ser um economista brilhante para perceber que, enquanto seus economistas têm aconselhado o Estado a intervir cada vez mais, a renda real brasileira estagnou. Não há razão, exceto uma política econômica tola, para que os brasileiros avancem com um PIB per capita que hoje se compara ao dos chineses, pelo amor de Deus! Se vocês simplesmente ignorassem seus economistas, especialmente seus professores de economia nas universidades públicas brasileiras, que são em sua maioria marxistas, e escutassem a mim e a Adam Smith, não há razão para que o Brasil não possa alcançar uma prosperidade, digamos, nos padrões suíços ou norte-americanos. Em duas gerações, como fez Hong Kong, por exemplo.
Javier Milei, na Argentina, está fazendo certo. Por exemplo, ele acabou com os controles sobre os aluguéis de apartamentos, o que melhorou mais ou menos imediatamente o mercado de locações, mesmo para pessoas pobres. Ele propõe abolir o Banco Central e vincular a moeda ao dólar. Vai, Javier!
E, no meu próprio país, cuja eleição eu falhei espetacularmente em prever de forma correta, alguns dos lunáticos antiéticos, como Elon Musk, que Trump ama, têm algumas boas ideias sobre desregulamentação. É verdade, eles também têm propostas fascistas para socializar os úteros das mulheres e deportar os não cidadãos trabalhadores. Reze por nós.
Enquanto isso, vote liberal.
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