sábado, 23 de novembro de 2024

Celso Rocha de Barros - Bolsonarismo perdeu eleição e tentou matar quem venceu, FSP

Polícia Federal descobriu que o golpe dos bolsonaristas em 2022 incluía um plano de assassinato de Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes.

O plano foi elaborado pelo general Mário Fernandes, que trabalhava na Secretaria-Geral da Presidência. Segundo a PF, o plano foi impresso no Palácio do Planalto e apresentado ao Jair no Palácio da Alvorada. Dois dias antes, Bolsonaro havia apresentado a minuta do golpe aos chefes das Forças Armadas.

O plano previa o recrutamento de seis assassinos, para os quais deveriam ser providenciados seis telefones celulares novos. A polícia descobriu que, nos dias seguintes, seis militares, com celulares recém-comprados, seguiram Alexandre de Moraes. As mensagens dos golpistas mostram que o atentado foi abortado na última hora porque uma sessão do STF foi suspensa.

Isto é: não foi só planejamento. A execução começou, mas foi interrompida por motivos alheios à vontade dos criminosos.

A imagem mostra a parte superior do rosto de um homem com cabelo curto e escuro, destacado por uma luz intensa, enquanto o restante do ambiente ao redor está escuro. Ao fundo, há um símbolo circular com elementos em amarelo e verde que parecem formar uma coroa ou raios, sugerindo um design simbólico ou logotipo. As cores predominantes no fundo são verde, amarelo e branco.
Ex-presidente da República Jair Bolsonaro em evento do PL no Rio de Janeiro - Ricardo Moraes - 16.mar.24/Reuters

Era tudo parte do mesmo movimento: Bolsonaro tentava convencer os chefes militares, os kids pretos planejavam os assassinatos, políticos bolsonaristas e acampados nas portas dos quartéis tentavam criar uma onda de apoio popular ao golpe. A investigação da PF mostra que o general Fernandes, autor do plano de assassinato, era um dos principais articuladores entre o Planalto, os acampados, os caminhoneiros e a turma do agronegócio.

PUBLICIDADE

Alguns analistas dizem que o golpe de Bolsonaro nunca teve chance de dar certo porque nunca contou com a rede de apoios que bancou o golpe de 64.

A diferença é mesmo notável: Bolsonaro acabara de ser derrotado nas urnas. Lula era um presidente eleito, não um vice que chegou ao poder porque o presidente renunciou. A mídia brasileira nunca apoiou Bolsonaro como apoiou os golpistas de 64. Os Estados Unidos desta vez se opuseram ao golpe.

Mas isso só quer dizer que, para o golpe bolsonarista dar certo, teria que ser muito mais violento que o de 1964.

É por isso que outras ditaduras sul-americanas foram mais violentas que a brasileira: porque enfrentaram mais oposição. Alguém duvida que Jair "não sou coveiro" Bolsonaro teria coragem de ordenar um banho de sangue?

Jango não resistiu ao golpe para evitar uma guerra civil. Jair tentou o golpe sabendo que começaria uma. Um coronel golpista citado pela PF diz claramente: "Vai dar uma guerra civil? Vai dar. Eu tenho certeza que vai dar".

De agora em diante, é isso: se você se aliar ao bolsonarismo, está se aliando aos bandidos que perderam a eleição e tentaram matar quem ganhou para dar início a uma guerra civil.

Quando você ler a manchete "Bolsonaro indicou vice de Nunes", ouça "Quadrilha que tentou matar Lula e Alckmin para começar guerra civil indicou vice de Nunes". Quando você ler "Tarcísio defende Bolsonaro", ouça "Tarcísio defende quadrilha de assassinos que perdeu eleição e tentou começar guerra civil".

Essa era a briga de Elon Musk: permitir que essa gente toda pudesse continuar conspirando em público para matar brasileiros.

É sempre possível que os assassinos do Jair consigam uma anistia com os ladrões do centrão. Mas uma coisa é certa: esse barulho que você ouviu na quinta-feira, quando a Polícia Federal indiciou Jair e seus cúmplices, era o som das instituições funcionando. Funcionando bonito.

 

Nenhum comentário: