Thiago Brennand é um vilão. Cruel, machista, arrogante, provocador, agressivo. Do tipo que avança com seu jet ski na beira da praia sem se importar com as crianças que brincam por perto. Um ex-funcionário o acusou de agredir seu próprio filho.
Há relatos de que Thiago humilhou um funcionário, destratou um garçom e agrediu um enfermeiro em um hospital de São Paulo.
Seu grau de desumanidade assusta. Ao saber que um primo estava com câncer, mandou entregar uma caixão em sua casa.
Thiago é tão prepotente que respondeu de forma agressiva um email do Ministério Público de São Paulo, porque escreveram seu nome sem 'h'. "Como se meu nome fosse apenas mais um nome!", disse ele na mensagem.
Mas as acusações que fizeram desse brutamontes um foragido "famoso" foram de agressões a mulheres, incluindo crimes de assédio sexual, lesão corporal, tortura, cárcere privado e estupro, como soubemos em uma edição do Fantástico em setembro do ano passado. Nesse mesmo programa, vimos uma ex-namorada que relatou ter sido obrigada a tatuar as iniciais de Thiago, que teria dito a ela "você agora é propriedade minha".
Desde então, temos acompanhado a denúncia oficial de Thiago Brennand pelo Ministério Público de São Paulo, por "lesão corporal e corrupção de menores". Os casos vieram à tona depois de o empresário ter sido gravado por câmeras de segurança quando agrediu uma modelo numa academia de luxo dentro de um shopping. O vídeo viralizou. Depois disso, Thiago fugiu do Brasil, foi para os Emirados Árabes e entrou para a lista de procurados da Interpol.
A lista de abusos é grande e vem de longa data. Ele só escapou de quase tudo até agora porque é herdeiro de uma das mais tradicionais, mais bem relacionadas e mais ricas famílias de Pernambuco. E aqui, uma ressalva: o nome dele não é Thiago "Brennand", mas Thiago Antonio Fernandes Vieira. Em 2020, alterou seu registro civil para incluir "Brennand Tavares da Silva", que veio da família de sua mãe. Mas tanto os parentes maternos quanto os paternos evitam contato com Thiago, incluindo seus pais, que mudaram o testamento para deserdá-lo.
No dia 17 de abril, Thiago tentou resistir, mas finalmente foi preso nos Emirados Árabes. Seu pedido de extradição foi formalizado e a Policia Federal determinou que, por precaução, Thiago Brennand deverá ser algemado nos pés e nas mãos, já que é considerado extremamente agressivo.
É essa a imagem que todos queremos ver. Thiago algemado e preso, trazido de volta ao Brasil. Thiago sendo tratado como qualquer outro cidadão que violou as leis. Thiago sem poder dar carteirada, sem usar sua influência de família, sem ostentar seu sobrenome, sem usar de seus privilégios de herdeiro branco e rico para subornar e fugir. Apenas Thiago sendo julgado por todos os crimes de que é acusado e, se for condenado, pagando sua pena.
É isso o que queremos. Justiça. E só pode haver justiça quando todos forem tratados como iguais perante a lei.
Para um sujeito que construiu sua vida a partir da premissa de que sempre foi "superior" a todos, vai ser, no mínimo, um alívio vê-lo descobrindo que, sim, ele é apenas mais um nome, mais um cidadão e, talvez, mais um criminoso encarcerado.
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