É inevitável a comparação entre o presidente Lula de hoje com o de duas décadas atrás. Lula 3 está impaciente e ríspido diante dos obstáculos impostos pela máquina herdada do governo Bolsonaro. Essa é uma constatação de seus próprios companheiros.
Lamentam que, blindado por um núcleo restrito de assessores e pela primeira-dama, Janja, Lula tenha afastado antigos conselheiros, cercando-se de apoiadores menos críticos.
Arredio, não ouviu nem seu próprio neto. No dia 18 de abril, Thiago Trindade Lula da Silva —que é desenvolvedor de jogos— levou às redes sociais críticas ao avô por ter atribuído a violência nas escolas à prática de games. Em uma live, Thiago lembrou não haver comprovação científica para essa associação. O neto também se disse chateado, chegando a afirmar que o presidente caiu em uma mentira. "Tentei falar com meu avô, mas ele é muito ocupado."
Sem freios, Lula acabou contrariando também a indústria bilionária dos videogames, com expectativa de receita de R$ 12 bilhões para os próximos anos.
Na semana passada, o presidente acabou por se desculpar após vincular transtornos mentais a problemas "de desequilíbrio de parafuso". Nenhuma das gafes cometidas por Lula produz os efeitos deletérios do repertório do antecessor.
Em seu mandato, Jair Bolsonaro (PL) não só discursou. Ele também agiu. Em favor da compra de armas no Brasil, evocou a Bíblia. Em meio à pandemia, opôs-se à vacinação.
Bolsonaro questionou a lisura do processo eleitoral, lançando dúvidas sobre a vitória de Lula. Inflamados por declarações e postagens do ex-presidente, bolsonaristas atearam fogo em carros e depredaram as sedes dos três Poderes.
Nesta quarta-feira (26), o ex-presidente teve que se explicar à Polícia Federal. Disse que não pretendia publicar uma de suas postagens incendiárias, mas se enganou em decorrência de um tratamento médico. Ao menos nesse caso, afirmou estar sob efeito dos medicamentos.
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