quinta-feira, 20 de abril de 2023

Indutor de renováveis, mercado livre cresce 19%, Nayara Machado EPBR

 

Levantamento da Abraceel (associação dos comercializadores de energia) mostra que, em um ano, houve um crescimento de 19% no ambiente de contratação onde os consumidores negociam diretamente com os fornecedores de energia.
 
Ao todo, 4.957 novas unidades consumidoras aderiram ao mercado livre no período de 12 meses até janeiro de 2023. Agora, 31.686 unidades consumidoras, agrupadas em 11.149 consumidores estão na modalidade. Cada unidade consumidora equivale a um medidor de energia.
 
Clientes no mercado livre consomem 91% da energia de usinas a biomassa, 57% de PCH, 45% das eólicas e 52% dos parques solares centralizados. Ao todo, 52% das fontes incentivadas.
 
O crescimento é liderado pela indústria, que já tem 90% da sua demanda por eletricidade atendida desta forma, afirma a Abraceel. Um dos motivos é a economia na conta de energia: pelos cálculos da associação, a diferença chega a 62%.

Em fevereiro de 2023, o custo da energia, que é um dos componentes da tarifa elétrica, foi de R$ 279/MWh no mercado regulado e de R$ 106/MWh do mercado livre.
 
“Trata-se de um benefício gigantesco que apenas uma pequena parcela dos consumidores de energia pode usufruir por falta de decisão legislativa e normativa”, aponta Rodrigo Ferreira, presidente-executivo da Abraceel.
 
A associação tem defendido abertura completa do mercado – que a partir de 2024 consumidores com carga individual inferior a 500kW –, com a aprovação dos textos da modernização do setor elétrico.

 

A cogeração de energia superou a marca de 20 GW. Dados da Cogen (Associação da Indústria de Cogeração de Energia) mostram que, no final de março, a cogeração em operação comercial no Brasil alcançou 20,5 GW, um crescimento de 4% na comparação anual.
 
A modalidade representa 10,8% da matriz elétrica brasileira (191,4 GW). São 654 usinas, a maioria (387) utilizando bagaço de cana-de-açúcar, com capacidade instalada de 12,3 GW.
 
Em segundo lugar, no ranking, está o licor negro, com 21 usinas somando 3,4 GW. Já a cogeração a gás natural tem 93 usinas, e 3,1 GW instalados. Além de cavaco de madeira (880 MW), biogás (376 MW) e outras fontes (299 MW). A cogeração é uma energia produzida próxima aos pontos de consumo.
 
Newton Duarte, presidente executivo da Cogen, afirma que há um potencial expressivo de crescimento no segmento, especialmente com o aproveitamento da cana e seus resíduos, como vinhaça e torta de filtro, e o biometano.
 
“Também apostamos no crescimento da cogeração a gás natural, principalmente com as
perspectivas de novos ofertantes da molécula a preços mais competitivos, fator que pode
trazer uma maior viabilidade para os projetos de cogeração”, diz.

 

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E geração própria com solar também alcançou 20 GW. Em outra frente, entre os consumidores de menor porte, a geração própria com painéis solares instalados nos telhados e terrenos alcançou 20 gigawatts (GW) de potência em abril, de acordo com dados da Aneel.
 
Dados consolidados pela Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD). A solução começou o ano em um ritmo ainda mais acelerado do que em 2022. Entre janeiro a abril deste ano, o segmento adicionou ao sistema 2,1 GW de potência, ante 1,7 GW no mesmo período de 2022.
 
Solar representa 99% da capacidade. São mais de 1,8 milhão de sistemas fotovoltaicos conectados à rede, com cerca de 2,4 milhões de unidades consumidoras.
 
São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso lideram nas instalações. Regiões com incentivos estaduais para a fonte.As instalações também estão muito associadas à renda dos consumidores: aqueles com poder aquisitivo maior conseguem fazer o investimento nos equipamentos e têm acesso a financiamentos.
 
Para ampliar o acesso à geração distribuída (GD) solar, especialmente à população de baixa renda, Ministérios de Minas e Energia e das Cidades estudam uma parceria com o Minha Casa, Minha Vida para instalação de painéis em prédios e residências.

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