José Luiz Datena é um gênio. De tempos em tempos, volta a estampar capas de jornais e homes de portais de notícias. Mas não pelo conteúdo ou pela audiência do seu programa. Oferece-se como uma figura relevante na política. Não é. Pelo menos não enquanto não colocar à prova sua habilidade e sua capacidade de atrair eleitores.
Por enquanto, apenas aproveita para ser assunto. Datena manipula o meio político e a imprensa, ganha evidência, não se candidata a nada e permanece onde sempre esteve: na TV, ganhando dinheiro ao mostrar as tragédias que ele a cada dois anos promete ajudar a resolver. Essa estratégia tem mais de uma década e continua dando certo. Para ele.
Em geral, o apresentador surge no cenário político em época eleitoral. Desta vez surpreendeu ao aparecer, já em 2023, em uma conversa supostamente vazada, sugerindo a Guilherme Boulos uma dobradinha na corrida à Prefeitura de São Paulo, que só acontece no ano que vem. Provoca o deputado do PSOL sobre a disputa pela vaga de herdeiro político de Lula.
Parece óbvio que partidos vejam nele um grande fazedor de votos. É um comunicador hábil, que conversa com um público consumidor do sensacionalismo exibido em seu programa e das pautas que exaltam a truculência da polícia e o combate à corrupção e já escorregaram em todo tipo de preconceito. Eleitores não faltariam. Mas a única razão que move o apresentador parece ser valorizar seu passe como tal, nada mais.
Foram quatro ensaios de se lançar candidato a prefeito de São Paulo, foi cotado como vice de Bruno Covas, ameaçou concorrer ao Senado em 2018. Em 2021, chegou a anunciar sua saída da TV para concorrer à Presidência. Negociou ser vice na chapa de Ciro Gomes em 2022. No mesmo ano, cozinhou Jair Bolsonaro com a promessa de que tentaria ser senador. Se alinha e se desalinha a políticos de todo o espectro. Quem ainda leva Datena a sério?
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