Na segunda-feira (7), o youtuber Bruno Aiub, vulgo Monark, e o conhecido Kim Kataguiri, vulgo deputado federal (DEM-SP), defenderam o direito de existência no Brasil de um partido nazista. Na terça, um ex-BBB, vulgo comentarista político, tratou do assunto em seu canal e ergueu o braço à maneira nazista. Diante do clamor nacional, todos amarelaram. Um estava "bêbado", outro foi "mal interpretado" e o terceiro queria ser "galhofeiro". Quem não sabe beber, se expressar ou fazer galhofa não deve descer para o play. Inúmeras vozes responsáveis repudiaram as declarações. Só Jair Bolsonaro, vulgo presidente da República, não se manifestou.
Mas há mais debaixo disso do que a irresponsabilidade de três patetas. Desde 2019, em vários estados, sujeitos têm passeado em shoppings com suásticas no braço, abanado bandeiras nazistas na janela e enviado emojis referentes a Adolf Hitler. Um professor, temo que com jovens sob sua influência, decorou o fundo da piscina com uma suástica.
Há estímulos para tal. Em 2021, o secretário especial de Cultura de Bolsonaro, Roberto Alvim, citou em pronunciamento oficial uma frase de Joseph Goebbels, ministro da Propaganda do Reich. Em seguida, Filipe Martins, assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência, fez para milhões um gesto dos supremacistas brancos. Bolsonaro não se alterou. E nem podia porque, pouco depois, recebeu em palácio uma líder da extrema direita alemã e neta do ministro das Finanças de Hitler.
Em 2020, estimava-se em 530 o número de células nazistas no país --uma célula é um grupo de pessoas numa mesma cidade. Por quanto esse número já não terá se multiplicado pela ação de youtubers, podcasters e —perigo— influencers?
Em breve, será muito fácil calcular. Como não há mais possibilidade de um apoiador de Bolsonaro ser um democrata, as eleições dirão exatamente quantos brasileiros ergueram o braço dentro da urna.
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