domingo, 27 de fevereiro de 2022

Projeto da jogatina envolve risco evangélico para Bolsonaro, Elio Gaspari, FSP

Se o senador Rodrigo Pacheco acelerar a tramitação do projeto que legaliza a jogatina, aprovado na Câmara, e se o presidente Bolsonaro vier a sancioná-lo, vai-se embora um pedaço de sua base eleitoral evangélica.

O presidente já prometeu vetar a iniciativa, mas tanto Bolsonaro como o ministro Paulo Guedes já flertaram com a ideia da jogatina em cassinos apelidando-os de resorts.

O presidente Jair Bolsonaro durante cerimônia no auditório da Imprensa Nacional, em Brasília
O presidente Jair Bolsonaro durante cerimônia no auditório da Imprensa Nacional, em Brasília - Pedro Ladeira - 25.fev.2022/Folhapress

INEXPLICÁVEL

Está numa das gavetas de Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, o ato de posse do Conselho de Comunicação Social do Congresso Nacional, eleito há dois anos.

Entre as suas atribuições está a de realizar estudos, pareceres e outras solicitações encaminhadas pelos parlamentares sobre liberdade de expressão, monopólio e oligopólio dos meios de comunicação e sobre a programação das emissoras de rádio e TV.

Seus 13 integrantes foram eleitos em março de 2020, veio a pandemia e foi suspenso o trabalho das comissões do Congresso.

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Num ano de campanha eleitoral, com a inevitável disseminação de mentiras, o funcionamento dessa comissão teria alguma utilidade, até porque seu congelamento é inexplicável.

PLANOS DE SAÚDE NO STJ

As operadoras de planos de saúde cuidam tão pouco de suas próprias imagens que podem ser acusadas de tudo e serão carimbadas como culpadas.

Está em curso no Superior Tribunal de Justiça um julgamento que trata da obrigatoriedade de cobertura para tratamentos que não estão arrolados pela Agência Nacional de Saúde. Por exemplo, um tratamento para crianças autistas.

Nada a ver. O caso dos autistas não está em questão e, quando estiver, terá caducado.

Ademais, o que o tribunal está decidindo é a obrigatoriedade da cobertura para tratamentos cientificamente comprovados.

Se não há a eficácia científica (como é o caso da cloroquina, que alguns planos empurravam nos pacientes) não pode haver obrigatoriedade. E está decidindo a favor da clientela.

O julgamento foi suspenso por um pedido de vista. Até lá, o melhor a se fazer é brigar para que a lista da ANS reflita o progresso da ciência.

 

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