terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

FSP- Alvaro Costa e Silva Candidatos terrivelmente bolsonaristas

  EDIÇÃO IMPRESSA

O cara, o peixe, o deus da pequena área, o baixinho. Mais de mil gols. Campeão do mundo em 1994, ídolo do Vasco, Flamengo, Barcelona e um dos maiores craques do futebol brasileiro, Romário entrou para a política em 2010. Aí o encanto começou a acabar. Manteve os privilégios dos tempos de jogador paparicado, mas sua imagem ruiu. Hoje, para continuar no jogo, resolveu ele próprio paparicar o poder.

A candidatura de Romário à reeleição, no entanto, não tem total simpatia do seu chefe. Para concorrer ao Senado no Rio, a família Bolsonaro também aposta no deputado federal Daniel Silveira, que passou uma temporada preso por ameaçar ministros do STF.

Terrivelmente bolsonarista, o governador Cláudio Castro terá de adotar Silveira, cuja notoriedade se originou no palanque de Wilson Witzel onde foi rasgada a placa com o nome de Marielle Franco. Castro herdou o cargo de Witzel e, sobretudo, a grana que se levantou com a privatização da Cedae. Os R$ 14 bilhões irão servir para azeitar a máquina que dá votos, atrair aliados nas prefeituras da Baixada Fluminense e do interior do estado e esbanjar com propaganda.

Mesmo tendo gastado só 42% do previsto em orçamento para prevenção e resposta a desastres, Castro aproveitou a tragédia da chuva em Petrópolis para fazer campanha (depois de visitar os autocratas Putin e Orbán, Bolsonaro pegou uma casquinha na demagogia, sujando-se rapidamente de lama). Ao lado do governador, estava o papagaio de pirata oficial: deputado estadual Rodrigo Amorim, outro rasgador da placa.

O cenário em Petrópolis repete a destruição de 2011 na região serrana, a qual deixou mais de 900 mortos. De lá para cá nada foi feito para evitar os estragos, assim como não mudou o esquema de rapina e sabotagem montado no Rio de Janeiro. Os herdeiros de Sérgio Cabral, Garotinho, Jorge Picciani e Eduardo Cunha estão todos fechados com o Castro da vez.

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