segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

Se Otan é para conter expansão russa, falta combinar com o resto do mundo, Elio Gaspari, FSP

 Hastings Lionel Ismay foi um tremendo sujeito. Nasceu na Índia e morreu na Inglaterra em 1965, aos 78 anos, com o título de Barão Ismay. Em 1940 Winston Churchill nomeou-o seu assistente militar e Ismay acompanhou-o dos dias em que a tropa inglesa estava encurralada em Dunquerque até sua entrada na Alemanha vencida, em 1945. Churchill nunca escondeu o quanto lhe devia.

Ismay viu de tudo e em 1947 tornou-se o primeiro secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte, a Otan. Foi dele a mais curta e precisa definição dos objetivos daquela aliança militar:

"Manter os americanos dentro, os russos fora e a Alemanha embaixo".

Tanque russo deixa área de exercícios conjuntos com Belarus, temidos pelo Ocidente como prenúncio de uma invasão da Ucrânia
Tanque russo deixa área de exercícios conjuntos com Belarus, temidos pelo Ocidente como prenúncio de uma invasão da Ucrânia - Ministério da Defesa da Rússia - 17.fev.2022/AFP
[ x ]

Passaram-se 73 anos, a Alemanha sacudiu a poeira e deu a volta por cima, a União Soviética se acabou e os Estados Unidos deixaram de ser na Europa a potência que eram nos anos seguintes à Segunda Guerra.

Como Lord Ismay já se foi, não se pode saber qual serventia ele atribuiria à Otan de hoje.

Se é para conter uma secular expansão russa, colocando bases militares dentro de um território que foi seu, falta combinar com o resto do mundo.

Nenhum comentário: