domingo, 12 de setembro de 2021

Criador de Trump trata Lula como 'o esquerdista mais perigoso do mundo', Elio Gaspari, FSP

 Outro dia, o audaz Steve Bannon, um dos criadores de Donald Trump, mestre na arte de orquestração de redes sociais, disse que a eleição brasileira de 2022 será “a mais importante de todos os tempos na América do Sul”. Nela, “Jair Bolsonaro enfrentará Lula, o esquerdista mais perigoso do mundo. Um criminoso e comunista”.

Bannon disse que Bolsonaro vai ganhar, a não ser que seja roubada pelas, adivinhem só: as máquinas.

Semanas depois veio a Pindorama Jason Miller, ex-porta-voz de Trump, com o propósito de alavancar a sua rede Gettr. O doutor passou pelo Brasil, foi ouvido pela Polícia Federal e voltou para casa. Estima-se que 15%, 25% ou 50% dos usuários dessa rede sejam brasileiros. Portanto, ninguém sabe quantos brasileiros usam a Gettr. Com certeza, lá estão Jair, Flávio e Eduardo Bolsonaro.

Quem não está nessa é o governo de Joe Biden.

Recordar é viver. No dia 30 de julho de 1962, quando o presidente americano John Kennedy instalou o sistema de grampo no Salão Oval da Casa Branca, ele se reuniu com Lincoln Gordon, seu embaixador no Brasil. A certa altura, Gordon mencionou a importância da eleição brasileira daquele ano e propôs que se jogasse algum dinheiro na campanha. A cifra foi mencionada, mas ainda está embargada. Um biógrafo de Gordon diz que foram US$ 5 milhões (cerca de US$ 45 milhões em dinheiro de hoje).

O ervanário foi canalizado para diversas instituições. A mais famosa chamava-se Instituto Brasileiro de Ação Democrática. Seu cabeça era o publicitário Ivan Hasslocher, dono de uma pequena agência. Ele irrigou o que hoje se chama de “mídia tradicional”.

A operação deu em CPI, mas Hasslocher saiu da cena. Morou na Suíça, andou pela Indonésia e, em 1992, aos 72 anos, vivia em Londres. No inverno, mudava-se para sua casa no Texas, onde morreu em 2000.

CAMINHO DAS PEDRAS

Tudo indica que os processos capazes de tornar Bolsonaro inelegível ou mesmo resultar na cassação da sua chapa com o general Hamilton Mourão terão pouco futuro.

A solução traumática, se vier, virá pelo impedimento cuja tramitação se dá no Congresso.

Ficam sobre as mesas os processos que envolvem filhos do capitão 00.

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