quinta-feira, 23 de setembro de 2021

Mortes: Despediu-se da vida fazendo o que mais amava, Patrícia Pasquini, FSP

 



SÃO PAULO

Assim como o roteirista de um filme, a vida compôs a cena da partida do desembargador Cláudio Antônio Soares Levada. Foi num cenário paradisíaco em Cananeia, perto da Ilha do Cardoso, no litoral sul paulista, praticando o que mais amava: a pesca.

Segundo o filho que o acompanhava na viagem, o juiz Filipe Antônio Marchi Levada, 38, Cláudio sofreu um mal súbito.

Pai e filho haviam estendido a parceria na vida e no barco de pesca para a produção de um artigo sobre o direito ao esquecimento.

Cláudio Antonio Soares Levada (1958-2021)
Cláudio Antonio Soares Levada (1958-2021) - Claudio Levada no Facebook

“Todo ser tem o poder da própria evolução. Em um tempo impermanente, nenhum ser existe como ser acabado. Todo ser é um vir a ser. O direito de ser compreende o de tornar-se. Direito ao futuro. Direito à paz. Direito de, no entardecer, lançar-se serenamente às águas sempre novas do rio”, afirma o texto, escrito há mais ou menos um ano.

Cláudio gostava de repetir aos quatro cantos, em inglês e português, que “a vida é muito curta para ser pequena”. A sua existência foi uma fonte de alegria e energia, pois ele contagiava os ambientes por onde passava. Sua grande paixão foi a família. Além de pescar, gostava do clube Paulista de Jundiaí, do qual era o presidente de honra.

Jundiaiense, formou-se em direito na USP, ingressou na magistratura em 1983 e foi nomeado juiz substituto para a 8ª circunscrição judiciária, com sede em Campinas (a 93 km de SP).

Segundo o TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo), Claudio também passou pelas comarcas de Jundiaí, Jacupiranga, Jales e Barueri. Foi removido para o cargo de juiz substituto em 2º Grau, em 1997, e em 2005 tornou-se desembargador do TJ-SP. Atualmente, integrava o Órgão Especial do TJ-SP e coordenava a Faculdade de Direito do Centro Universitário Padre Anchieta, de Jundiaí.

Em 2020, durante a pandemia, as críticas ao isolamento social e a decisão de autorizar uma academia particular de tênis e uma concessionária de veículos a funcionarem, contrariando a quarentena imposta pela gestão João Doria (PSDB), na época, projetaram seu nome para o país.

Cláudio morreu dia 5 de setembro, aos 63 anos. Deixa a esposa, seis filhos e cinco netos.

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