Morador pode contratar e acompanhar mudanças no imóvel por aplicativo
SÃO PAULO
Muita gente sua frio só de pensar em enfrentar uma reforma dentro de casa. Atrasos, dificuldade para encontrar bons fornecedores e orçamentos fora de controle são apenas alguns dos problemas que as startups do setor de construção, as construtechs, estão conseguindo resolver aliando tecnologia e técnicas de gestão.
Fundada em 2017 pela administradora de empresas Larissa de Séllos Soares e pelo engenheiro Gabriel Napchan, a Em Canto Meu ajuda o usuário da contratação do projeto à execução da obra.
O objetivo é garantir que todo o processo ocorra sem surpresas no meio do caminho – em três anos, a startup entregou mais de 600 projetos.
“Esse mercado sempre foi muito informal, o que gera insegurança na hora de projetar e executar reformas. As pessoas recebem orçamentos que podem variar mais de 500% e não têm condições técnicas para avaliá-los”, diz Larissa.
Já o Programa Vivenda foi criado em 2013 de olho nas famílias de baixa renda. O cofundador da empresa, Fernando Assad, afirma que a demanda é enorme e cita dados da LCA Consultoria, de 2012, de que 82% da população das classes D e E declaravam necessidade de reforma no domicílio e 68% dos gastos com moradia da baixa renda estavam relacionados com reformas. Mais de 2000 obras já foram executadas pela empresa em São Paulo.
Ao longo do tempo, a startup foi criando cada vez mais produtos e serviços – nasceu como construtora, depois passou a vender kits de reforma a preços fechados, lançou um mecanismo de financiamento e, em fevereiro de 2020, inaugurou um novo modelo de loja.
“A proposta é que as lojas de bairro especializadas em material de construção passem a oferecer todo o pacote de soluções construído pela Vivenda. Elas deixam de ser depósitos para virar centros de solução do morar bem”, explica Assad.
Democratizar o acesso a projetos assinados por profissionais é também o objetivo da Instacasa, que projeta casas do zero, para quem adquire lotes em empreendimentos cadastrados pela startup.
“Pesquisa do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil e do Datafolha constatou que 85% dos brasileiros não contratam arquitetos habilitados e 14% sequer sabem dizer qual é sua real função. Por isso vemos tantas construções dando errado”, afirma o arquiteto e cofundador Mauricio Carrer.
Confira, a seguir, como funcionam cinco dessas startups especializadas em reformas e construção de residências.
Depois que o usuário faz um teste de estilo, com base em fotos de ambientes, o site indica um dos 30 arquitetos do portfólio e simula o custo da reforma, incluindo a eventual compra de móveis.
As reuniões entre cliente e profissional acontecem através de videoconferência. Há dois pacotes, disponíveis para todo o Brasil: o completo, que envolve obra, recomendação de fornecedores e acompanhamento da reforma, e o fit, restrito a pintura e intervenções decorativas.
A empresa fornece imagens 3D do projeto e permite que ele seja adaptado quantas vezes o cliente quiser ao longo do processo.
Foi adquirida pela Loft (startup especializada em compra e venda de imóveis), em novembro de 2019, mas continua atendendo a clientela de forma independente, com capacidade para executar 150 reformas simultâneas na Grande São Paulo.
Após a primeira reunião, que pode ser remota ou em um dos dois escritórios paulistanos (Pinheiros ou Barra Funda), o cliente recebe projeto 3D e orçamento em cinco dias úteis.
A empresa compra o material de construção e gerencia a obra, que dura em média 60 dias úteis, prazo que pode variar conforme a complexidade do projeto – é possível incluir a execução de móveis sob medida, aquisição de elementos decorativos e até o enxoval. Através de um aplicativo, o cliente acompanha a reforma diariamente.
No contato inicial, à distância ou no escritório, no Itaim Bibi, o cliente fornece fotos do imóvel e relata que mudanças pretende realizar – o atendimento é limitado à cidade de São Paulo.
Em 20 dias, a plataforma entrega o projeto personalizado em 3D com orçamento. O prazo para execução da reforma é de até 90 dias, com acompanhamento diário pelo cliente.
Quem já tiver um projeto pode contratar apenas a gestão da obra. A empresa se encarrega da compra do material, dos trâmites com o condomínio e da decoração, incluindo móveis sob medida, acessórios e eletrodomésticos.
Fundada em 2017, tem como foco projetar casas para clientes que já dispõem de um terreno ou têm intenção de comprar um lote em um dos 34 empreendimentos imobiliários cadastrados, em 28 municípios de São Paulo, Rio de Janeiro, Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte e Mato Grosso do Sul.
A startup oferece diferentes projetos em 3D, adaptados às características do lote e à legislação local, já com previsão de custo. Após a assinatura do contrato, a Instacasa assessora na aprovação da obra e na obtenção de financiamento.
Tem como especialidade reformas para famílias de baixa renda dos bairros Jardim Ibirapuera e Campo Limpo, ambos na zona sul de São Paulo.
Há cinco kits à escolha (banheiro, cozinha, quarto, sala e área de serviço), com valor médio de R$ 6.700, parcelados em até 30 vezes (parcelas a partir de R$ 100).
O pacote completo de cada ambiente, do planejamento à entrega da obra, leva em torno de cinco dias para ser entregue – a startup desenvolve o projeto, cuida da compra do material e da gestão da obra.
Nenhum comentário:
Postar um comentário