Presidente da República fez confusões, gracinhas e provocações com delírios autoritários
Passará o tempo e ficará a lembrança de que durante a epidemia da Covid-19 o presidente da República fez confusões, gracinhas e provocações com delírios autoritários.
Brincando com a crise sanitária Bolsonaro causou estragos, mas os governadores e as lideranças parlamentares contiveram a ruína. Resta a crise econômica, paralela e duradoura. Nela, não haverá lugar para gracinhas, fantasias ou teatrinhos como o que se organizou com amigos da Federação das Indústrias de São Paulo.
Em tempos saudáveis, durante a negociação da reforma da Previdência, sua ekipekonômica tentou tungar o Benefício de Prestação Continuada dos miseráveis. Depois decidiram taxar os desempregados. Com a epidemia, inventaram uma medida provisória de garantia ao desemprego sem contrapartida. Exposta a demofobia da iniciativa, veio a história de que acontecera um erro de redação. Contem outra, doutores.
A matriz demófoba dos Acadêmicos da Economia foi ao vinagre e os doutores descobriram que o andar de baixo existe. Lidando com essa vertente da crise, volta-se ao ponto de partida: a máquina federal precisa funcionar.
A mente tumultuada do capitão produz frases desconexas. Um exemplo: "O povo tem que parar de deixar tudo nas costas do poder público". Ele nunca recebeu um só centavo que não viesse das arcas do Tesouro, que é sustentado por esse mesmo povo.
Para Bolsonaro, tudo é "uma questão de poder". Nas suas palavras, "se acabar a economia, acaba qualquer governo, acaba o meu governo".
Engano, nenhum governo corre o risco de acabar, mas o dele depende de Jair Bolsonaro.
A LIÇÃO DE BERNANKE
Durante a crise financeira de 2008 o professor Ben Bernanke (Stanford) estava à frente do Federal Reserve Bank americano. Ele era um verdadeiro economista liberal e fizera carreira estudando a Depressão dos anos 1930.
A situação estava tão braba que o secretário do Tesouro, Henry Paulson, em jejum, trancou-se no banheiro para vomitar.
Ambos decidiram despejar dinheiro no mercado, resgatando empresas que corriam o risco de quebrar, espalhando o pânico. Era o contrário do que havia aprendido, ensinado e praticado. Diante do que parecia uma contradição ele ensinou ao mundo e a seus pares: "Não há ateu em trincheira, nem ideólogo em crise financeira".
Nenhum comentário:
Postar um comentário