Na Foreign Policy, professor de Harvard proclama 'a morte da competência americana', arriscando sua influência no mundo
Em entrevista à revista Science, Anthony Fauci, diretor do instituto de doenças infecciosas dos EUA e presença regular nas coletivas de Donald Trump, foi perguntado sobre o fato de ninguém ali respeitar o que ele fala --sobre, por exemplo, manter distância.
Suas respostas, entre risadas, foram "Faço o que posso", "Vou continuar tentando" etc.
O problema foi quando a revista questionou a afirmação de Trump, de que a China poderia ter alertado os EUA três ou quatro meses antes. “A China não revelou imediatamente a descoberta no final de dezembro”, aponta a Science, “mas em 10 de janeiro os pesquisadores tornaram pública a sequência do vírus”.
Fauci respondeu: "Eu sei, mas o que você quer que eu faça? Depois que ele fez essa declaração, eu falei para as pessoas adequadas que isso não é compatível, porque teria que ser setembro" o mês da descoberta do vírus.
A revista observou então: "Você não fala 'vírus chinês'". Fauci: "Nunca".
No alto do New York Times, na terça, "Trump está perdendo a paciência com Fauci".
INCOMPETÊNCIA
Stephen Walt, professor de relações internacionais de Harvard, proclama na Foreign Policy "A morte da competência americana", com foto de Trump e Fauci (acima).
Citando a invasão do Iraque, "o derretimento de Wall Street em 2008" e "o fiasco do Boeing 737 Max", entre outros, Walt diz que o Covid-19 ameaça de vez "a influência dos EUA no mundo".
DESDE 1933
Na manchete do NYT, noite de terça, "Trump, desafiando especialistas, fala em flexibilizar restrições até a Páscoa", liberando funcionários do isolamento para voltarem às empresas.
A manchete do Wall Street Journal era outra, mas na mesma linha, "Wall Street avança para o melhor dia desde 1933", devido ao "pacote gigante" de dinheiro governamental para as empresas.
INDESTRUTÍVEL
A agência Xinhua, por sites chineses, noticia o telefonema de Jair Bolsonaro e Xi Jinping. Este afirmou que "a China está disposta a fornecer ajuda ao Brasil dentro das suas capacidades". Já o brasileiro falou que "a ampla parceria estratégica entre o Brasil e a China é indestrutível".
GOTA D'ÁGUA
A New York Review of Books publica a extensa reportagem "No Brasil, Bolsonaro aposta numa guerra cultural do coronavírus".
Ouvindo a jornalista Mônica Bergamo, da Folha, a líder bolsonarista Carla Zambelli e a petista Gleisi Hoffmann, entre outros, a publicação conclui com o dia do protesto contra o Congresso e o Supremo, em que o presidente foi até os manifestantes:
"Para alguns brasileiros, essa foi a gota d'água."
Nenhum comentário:
Postar um comentário