terça-feira, 10 de outubro de 2023

Guilherme Piai será o novo secretário de Agricultura de São Paulo, em lugar de Antônio Junqueira, OESP

 O produtor rural Guilherme Piai assumirá o comando da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. Piai é hoje o secretário-executivo da pasta. A nomeação de Piai deve ser oficializada nesta quarta-feira, 11, em publicação no Diário Oficial de Estado, disseram fontes ao Broadcast Agro. A pasta estava sem comando desde a última semana, quando o então secretário Antônio Junqueira pediu demissão. Segundo interlocutores, Piai ainda não havia sido nomeado porque o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) estava fora do Estado.

Guilherme Piai, atual secretário-executivo da Agricultura, assumirá o comando da pasta no governo Tarcísio de Freitas
Guilherme Piai, atual secretário-executivo da Agricultura, assumirá o comando da pasta no governo Tarcísio de Freitas Foto: FELIPE RAU /ESTADÃO

Na manhã desta terça-feira, Piai participou do seminário Lide/Estadão sobre os desafios e oportunidades do agronegócio e apresentou, então como secretário-executivo, vários projetos e metas da pasta e assegurou dar continuidade em projetos da gestão João Doria, como titulação de terras. Ele deixou o evento para acertar detalhes da nomeação no Palácio dos Bandeirantes. Nos bastidores, empresários elogiavam a escolha de Piai, que vem do setor produtivo.

A possibilidade de troca no comando da Agricultura havia sido antecipada pelo Estadão em agosto, quando Tarcísio começou a fazer trocas no segundo escalão da pasta. Além do número 2 da Agricultura, foram substituídos também outros cargos de coordenação na secretaria, o que vinha irritando Antônio Junqueira. Na última semana, embora tenha negado a decisão de pedir demissão, o secretário admitiu que conversaria com o governador Tarcísio de Freitas sobre as mudanças em sua pasta, que aconteceram sem seu consentimento.

Instituto Vladimir Herzog busca apoio de Lula para criar Dia da Democracia, FSP

 

O diretor-executivo do Instituto Vladimir Herzog, Rogerio Sottili, requisitou audiência com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para 25 de outubro, dia do assassinato do jornalista que dá nome à entidade pela ditadura, em 1975.

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Rogério Sottili, diretor-executivo do Instituto Vladimir Herzog - Zanone Fraissat/Folhapress

Sottili vai pedir apoio de Lula para que seja aprovada lei oficializando a data como Dia da Democracia. Até a segunda-feira (9), não tinha havido resposta da Presidência, até porque Lula ainda está afastado das funções públicas após uma cirurgia.

"O 25 de outubro é uma data que já está no imaginário de muitas entidades, mas seria importante o Estado brasileiro oficialmente reconhecê-la como Dia da Democracia", afirma Sottili.

O instituto está promovendo um abaixo-assinado que tem cerca de 4.000 adesões de personalidades, como o cantor Chico Buarque, a escritora Conceição Evaristo e o fotógrafo Sebastião Salgado. Também se manifestaram favoravelmente entidades como ABI (Associação Brasileira de Imprensa), MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) e CUT (Central Única dos Trabalhadores).

A ideia é que um senador apresente o projeto para criar a data. "Para que seja aprovado, seria fundamental o apoio político do presidente Lula", afirma o diretor do instituto.

O movimento ocorre em um momento em que o Executivo busca administrar de forma cautelosa a relação com as Forças Armadas. A recriação da Comissão de Mortos e Desaparecidos, por exemplo, vem sendo protelada para não aumentar a tensão com os militares.

Sottili avalia que não há motivo para a criação do Dia da Democracia alimentar o estresse. "Acredito que o presidente Lula vai entender que é uma situação muito tranquila. É um movimento importante para cumprir uma determinação da OEA [Organização dos Estados Americanos] de que o Brasil investigue a morte de Herzog e reconheça seu papel no assassinato dele", afirma.


Moreira Alves foi o guardião do Supremo, FSP

 Ives Gandra da Silva Martins

Presidente do Conselho Superior de Direito da Fecomercio-SP e professor emérito da Universidade Mackenzie, da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército e da Escola Superior de Guerra

Faleceu em 6 de outubro de 2023, aos 90 anos, aquele que foi considerado por grande parte dos juristas brasileiros o mais importante ministro da história do Supremo Tribunal Federal, José Carlos Moreira Alves.

Nascido em Taubaté, em 1933, foi professor titular da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, procurador-geral da República e um dos coautores do atual Código Civil.

Durante 31 anos abriu, com esplêndidas conferências, os simpósios nacionais de direito tributário do CEU Law School, todos eles reproduzidos nos livros da instituição publicados pela Resenha Tributária, Revista dos Tribunais e Lex Magister. Sua obra em direito romano e direito civil é extensa e de repercussão nacional e internacional.

O ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), José Carlos Moreira Alves, morto em 6 de outubro
O ex-ministro do STF José Carlos Moreira Alves, que morreu em 6 de outubro - Mastrangelo Reino - 7.dez.09/Folhapress

Foi o ministro Moreira Alves o único brasileiro, com respeito às normas constitucionais, a exercer a presidência dos 4 Poderes da República, um deles de duração apenas de 20 meses.

Presidiu o STF, o que vale dizer, o Poder Judiciário. Exerceu a Presidência da República na ausência do presidente José Sarney, quando os presidentes da Câmara e do Senado estavam viajando.

Instalou e presidiu a Assembleia Nacional Constituinte por dois dias até a eleição do presidente Ulysses Guimarães e presidiu o Congresso Nacional, também por dois dias, até a eleição de seu presidente em 1987.

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Fundamos a Academia Internacional de Direito e Economia em 1986 com outros eminentes juristas e economistas.

Dizia-se, no seu longo exercício da magistratura, que o Supremo era o guardião da Constituição e o ministro Moreira Alves o guardião do Supremo.

Duas de suas características mais notáveis como magistrado era de ter um profundo respeito pela harmonia e independência dos Poderes e, sobre os processos sob seu exame, só falar nos autos. Nem mesmo, em conferências cujo tema eventualmente envolvia questão a ser submetido ao seu tribunal, teceu qualquer consideração.

Em relação à independência dos Poderes, sempre entendeu e fez valer na corte o princípio de que o STF não era a última instância política dos parlamentares que não conseguiram fazer prevalecer suas ideias no Congresso Nacional.

O Supremo era para ele apenas um legislador negativo para dizer se uma lei seria ou não constitucional e jamais um substituto do Legislativo ou corretor dos rumos do Executivo.

De trato simples e cordial com todas as pessoas de todas as idades, fosse qual fosse a classe social, em qualquer ambiente, sua companhia era agradável, até mesmo por falar sobre qualquer tema com domínio.

Meus próprios filhos, quando crianças —nossa amizade vem da década de 70—, ficavam entusiasmados quando, estando em São Paulo, almoçava em casa, com sua admirável esposa —que como a minha, era sua colega de classe—, e com eles conversava sobre Fórmula 1futebol e outros esportes com pleno conhecimento, para gáudio da criançada.

O Brasil perdeu uma de suas mais notáveis expressões, cujo legado continuará orientando gerações de profissionais do direito e, a meu ver, pela magnitude das suas lições, o seu próprio tribunal.