O déspota americano Donald Trump proibiu as atletas trans de competirem nas categorias femininas dentro dos EUA. As entidades de direitos civis já protestaram e os órgãos internacionais do esporte também. Se cada país tiver regras próprias não será possível haver eventos como a Copa do Mundo ou os Jogos Olímpicos —que, não por acaso, terão suas próximas versões sediadas nos EUA. Trump não quer saber da possibilidade de elas serem transferidas ou de os EUA serem banidos das competições. Confia em seu bullying à base de murros e ofensas.
Mas, nesta, ele pode se dar mal. A perseguição aos trans ameaça atingir uma instituição cara ao povo americano: a vida íntima de alguns de seus amados heróis dos quadrinhos e do cinema. Durante décadas, eles exerceram uma sexualidade ambígua, que as pessoas desconheciam. Com a estupidez de Trump, no entanto, ela pode sair do armário, e já não será sem tempo.
Quem diria, por exemplo, que Minnie Mouse, a rata de Walt Disney, é Mickey Mouse em travesti? É só observar: Minnie é Mickey de vestido de bolinhas, fita no cabelo e cílios postiços. As luvas de ambos têm quatro dedos e eles nunca aparecem juntos no mesmo quadrinho. E se o pato Donald não for um pato, mas um marreco, e, aliás, uma... marreca? Os patos têm uma membrana vermelha no bico, que Donald não tem. E só as marrecas têm aquele rabicho ondulante de Donald. Como se explica?
Fácil. Nos anos 1940, Walt era detestado pelos empregados de seu estúdio. Mau patrão, recusava-se a dar o crédito aos verdadeiros criadores de seus personagens para que todos pensassem que era ele quem os desenhava. O Mickey travesti pode ter sido uma vingança de seu desenhista, Ub Iwerks; o Donald-marreca, de Carl Barks.
E a Chita do Tarzan? O personagem era fêmea, mas o macaco-ator era macho. O bravo Rin-Tin-Tin era uma cadela e a doce Lassie, um cachorro. O que dirá o transfóbico Trump ao saber que Mickey, Minnie, Donald, Chita, Rin-Tin-Tin e Lassie pertencem ao grupo LGBTQIA+?
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