quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

Doria escolhe quinto ministro de Temer para atuar como secretário em SP, G1

Por Marina Pinhoni , G1 SP
 


Doria anuncia mais 4 pessoas para seu governo em SP — Foto: Marina Pinhoni/G1 Doria anuncia mais 4 pessoas para seu governo em SP — Foto: Marina Pinhoni/G1
Doria anuncia mais 4 pessoas para seu governo em SP — Foto: Marina Pinhoni/G1
O governador eleito João Doria (PSDB) anunciou nesta quinta-feira (6) o quinto ministro do governo Michel Temer (PMDB) para integrar sua equipe. No total, Doria anuncioiu quatro nomes nesta quinta.
O futuro secretário do Turismo de São Paulo será o atual ministro Vinicius Lummertz. Ele nasceu em Rio do Sul, Santa Catarina, tem 58 anos. Formado na Universidade Americana de Paris em Ciências Políticas, foi presidente da Embratur de 2015 a 2018, secretário Nacional de Políticas de Turismo do Ministério do Turismo de setembro de 2012 a maio de 2015, entre outros.
Antes, Doria anunciou o ministro das Cidades, Alexandre Baldy, para a Secretaria dos Transportes Metropolitanos, o atual ministro da Casa Civil, Gilberto Kassab, para a mesma pasta, Sérgio Sá Leitão (Cultura) para a Secretatria da Cultura e Rossieli Soares (Educação) para a mesma pasta.
Para a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, que engloba ciência, tecnologia e trabalho, Doria escolheu Patricia Ellem, 40 anos, co-fundadora do Movimento Agora. Ela é formada em Administração de Empresas pela FEA-USP e preside a Optum no Brasil, empresa de tecnologia em saúde do grupo United Health.
Élia Parnes, de 52 anos, será secretária de Desenvolvimento Social. Ela é formada em administração de empresas pela FEA-USP e atuou por mais de 20 anos na UNIBES.
Implantou o primeiro Centro Dia do Idoso na capital, e unidades de Serviço de Assistencia Social a Famílias e Instituições de Longa Permanência para Idosos no município de São Paulo
Para a presidência da DesenvolveSP, Doria escolheu Milton Luiz de Melo Santos, de 67 anos, que já comandou a agência e hoje é presidente da Associação Viva o Centro. Foi funcionário do Banco Central do Brasil por 37 anos, tendo ocupado diversos cargos, sendo o último, secretário executivo e chefe de gabinete na gestão Henrique Meirelles (dez/2006).
O novo presidente do Memorial da América Latina vai ser Jorge Damião, de 61 anos, que foi secretário de Esportes na gestão Doria à frente da Prefeitura. Ele é formado em Administração, com Pós Graduação em Gestão Pública pela FAAP e Pós Graduação pela FIA/USP em Gestão do Esporte.

Ideologia, alguém?, Sergio Rodrigues, FSP


Palavra que o bolsonarismo associa apenas à esquerda explica mais do que isso


Agora que "ideologia" voltou a ser uma palavra tão importante, associada a tantos adjetivos mimosos (petista, gayzista, globalista, comunista etc.), convém nos entendermos sobre ela. A empreitada é mais complicada do que parece.
No livro "Ideologia: Uma Introdução" (Boitempo/Unesp), o crítico literário inglês Terry Eagleton apresenta uma lista de 15 definições, algumas incompatíveis entre si.
De "processo de produção de sentidos, signos e valores na vida social" a "ideias que ajudam a legitimar um poder político dominante", passando por "ilusão socialmente necessária", a ideologia arrasta uma cauda de pavão de significados.
Quando nasceu, de parto induzido, na escrivaninha do iluminista francês Destutt de Tracy (1734-1836), era "ciência que estuda as ideias". A primeira acepção foi parar no museu, mas a palavra estava destinada ao estrelato.
Meio difusa e sujeita a retoques sem fim, tem grande importância no pensamento de Karl Marx (1818-1883) e seus seguidores. Para o autor de "A Ideologia Alemã", era uma pátina simbólica aplicada sobre as relações materiais, econômicas, naturalizando a história e mascarando a violência.
Quer dizer, ideologia era a mentalidade imposta pela burguesia para vender o capitalismo como "a vida é assim mesmo". Curiosamente, a palavra começou a marcar o século 20 associada às ideias marxistas. Logo explicava também o fascismo, a democracia liberal, os hippies etc.
Ideologia virou qualquer kit de concepções políticas, morais, religiosas e estéticas que paute um indivíduo ou um grupo. Aí temos um problema: se ideologia é tudo isso, o próprio solo do pensar e do sentir, haverá algo que ela não seja?
Por exemplo, que sentido faz aquela declaração de Paulo Guedes à repórter Malu Gaspar, da piauí? "Olha o custo, olha como a ideologia é cara. É burrice ter ideologia." Devemos entender que os bebedouros da escola de Chicago dão imunidade contra algo tão universal nas sociedades humanas?
O que se lê na frase do superministro e de outros bolsonaristas, os maiores patrocinadores da recondução da ideologia ao centro do debate político, vai além da suposição ingênua de que ideologia é como sotaque, só eu não tenho.
Guedes recorre ao sentido dominante da palavra neste século que o 11 de setembro re-ideologizou na marra: conjunto de condicionamentos e dogmas que distorce a percepção da realidade e nos faz tomar decisões contrárias aos nossos interesses.
Como, digamos, enterrar um trilhão de dólares em republiquetas de esquerda, um dos crimes do PT inventados (como se faltassem crimes reais) pelo imaginoso ideólogo Olavo de Carvalho.
Agir ideologicamente seria então contrariar o bom senso em nome de ideias preconcebidas. Eagleton atribui a paternidade dessa acepção ao sociólogo Émile Durkheim (1858-1917) e observa: "O oposto de ideologia seria, aqui, menos a 'verdade absoluta' do que o 'empírico' e o 'pragmático'."
Então vamos ver. Haverá uma molécula de pragmatismo naquelas decisões --ou planos, acenos, difícil nomear-- tão caras ao governo eleito, da transferência da embaixada para Jerusalém à eleição da questão ideológica como problema central de uma educação em frangalhos?
A resposta, cristalina, é não. Segundo seu próprio critério, aqueles que mais têm alertado no Brasil para o atraso de vida representado pela rigidez ideológica estão atolados em ideologia até o pescoço. Surpreso, alguém?
Sérgio Rodrigues
Escritor e jornalista, autor de “O Drible” e “Viva a Língua Brasileira”.

'Cultura' dos brasileiros torna o País inapto à industrialização, diz jornal chinês, OESP

GENEBRA- A cultura brasileira faz o país ser “inapto para a manufatura” e a população do País não está disposta a ser trabalhadora como a chinesa. Os comentários foram publicados na noite da quarta-feira, 5, e são assinados pelo editorialista Ding Gang, no Global Times, um dos produtos internacionais do People's Daily, o jornal oficial do Partido Comunista Chinês. Gang é um dos editores do People's Daily.
A origem de seu ataque é o New York Times e o fato de o diário americano ter comparado a China ao Brasil no que se refere aos desafios que ambos enfrentam para se desenvolver e evitar seus respectivos declínios. Para o chinês, a comparação “expõe a ignorância chocante do autor sobre a cultura do povo na China”.
Membros do comitê central do Partido Comunista Chinês, incluindo o presidente Xi Jinping (C) votam no encontro anual da legenda
Editorialista do jornal oficial do Partido Comunista Chinês atacou o Brasil em texto publicado nesta quarta-feira. Foto: Pang Xinglei/Xinhua via AP
O jornal americano mostrava como a ascendência do Brasil a partir de 2009 não se concretizou e apontava como a China tampouco terá um futuro brilhante diante das similaridades ao Brasil. No texto do NYT, o artigo diz que os deuses, antes de destruir um país, o qualificam como “país do futuro”.
Para o editor do jornal chinês, que diz ter passado três anos no Brasil e ter “entendido bem” os motivos da perda de força da economia nacional, “não se pode comparar Brasil com a China”. “Talvez os brasileiros e o autor acreditem no mesmo deus. Mas esse não é o mesmo que os chineses acreditam”, diz Gang, que também é um acadêmico.
"De fato, o Brasil nunca teve uma indústria manufatureira forte e sofisticada. Mas a questão básica é por qual motivo a China atingiu sua industrialização, enquanto o Brasil a abandonou e foi para a direção oposta? Isso não é apenas uma questão de economia ou instituição, mas de cultura”, argumenta o chinês.
Apontando que trabalhou em várias partes do mundo por 20 anos, o autor indica que a cultura é o “fator mais importante” para atingir a industrialização. “Isso inclui como as pessoas encaram seu trabalho, família, educação das crianças e acumulação de riqueza”, disse.
“Pode soar racista diferenciar o desenvolvimento baseado em cultura”, escreveu. “Mas, depois de ter morado no Brasil, você descobre a resposta. Os brasileiros não estão dispostos a ser tão diligentes e trabalhadores como os chineses. Nem valorizam a poupança para as próximas gerações, como fazem os chineses”, indicou. “Ainda assim, eles exigem os mesmos benefícios e bem-estar dos países desenvolvidos”, disse.
“A diferença fundamental entre o Brasil e a China está no fato de que a cultura no Brasil faz o país inapto à manufatura”, escreveu. “A falta de manufatura não pode levar à industrialização e, finalmente, torna o desenvolvimento sustentável algo impossível”, alertou. “Como resultado, a economia brasileira apenas depende das exportações de matérias-primas e commodities. Em outras palavras, os recursos abundantes limitaram o desenvolvimento da manufatura no Brasil”, insistiu.
Para ele, o desenvolvimento sustentável da economia brasileira “dependerá em parte das instituições, mas acima de tudo de tradições culturais locais”. Em sua avaliação, o NYTpeca ao comparar os dois bases sem um “conhecimento completo de suas tradições e culturas”.
Gang admite que a China tem “problemas e desafios”. Mas aponta que, desde a abertura de seu país, “é a cultura chinesa que foi mantida contra as flutuações econômicas”. “Com o tempo, o desempenho da economia chinesa formou uma curva ascendente, e não em queda, por conta de a China sempre encontrar soluções diante de flutuações”, escreveu.
Para ele, o processo de abrir o potencial do povo chinês “é irreversível” e a única questão é como atingir esse potencial de forma plena. “Se uma pessoa quer aprender sobre o futuro chinês, precisa saber como o povo chinês aprende, trabalha e vive”, completou.
Polêmicas
Essa não é a primeira vez que um jornal do regime comunista chinês ataca o Brasil. Logo apos a vitória de Jair Bolsonaro nas eleições presidenciais, editoriais de meios de comunicação em Pequim mandaram mensagem ao novo governo, que havia criticado a China durante a campanha eleitoral.
No China Daily, também controlado pelo governo, o alerta era de que criticar Pequim "pode servir para algum objetivo político específico, mas o custo econômico pode ser duro para a economia brasileira, que acaba de sair de sua pior recessão da história", afirmou, em editorial. "Ainda que Bolsonaro tenha imitado o presidente dos EUA ao ser vocal e ultrajante para captar a imaginação dos eleitores, não existe razão para que ele copie as políticas de Trump".
Há também, desde o mês passado, uma percepção entre os diplomatas chineses de que o futuro chanceler brasileiro, Ernesto Araujo, dará uma atenção especial às relações com o governo americano de Donald Trump.
Numa tentativa de manter boas relações, o Partido Comunista de Pequim convidou membros do partido de Bolsonaro para uma visita à China. No último dia 15 de novembro, a embaixada da China no Brasil enviou uma carta abrindo convite para receber uma delegação de dez membros do PSL, no que foi interpretado na diplomacia nacional como um gesto dos chineses para tentar se aproximar do novo governo brasileiro. O convite não foi aceito.
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