O desafio é remover Jair Bolsonaro da Presidência da República.
O problema não é ideológico ou partidário e transcende a estupidez ou as pilantragens do entorno familiar.
O governo federal transforma o Brasil em “Estado pária” —o que compromete o futuro de gerações.
É preciso traçar, com absoluta nitidez, a linha divisória. Quem participa de um governo que promove esta “estratégia genocida” (palavras do biólogo Atila Iamarino) de enfrentamento à pandemia, do presidente do Banco Central ao ministro da Ciência e Tecnologia, do ministro da Saúde ao ministro da Justiça, do presidente da Caixa Econômica Federal aos generais medíocres que despacham no Palácio do Planalto, é cúmplice da mortandade diária.
Morrem no Brasil mulheres e homens que poderiam estar vivos. Quem está com Jair Bolsonaro merece a perda do sono e da paz.
A imagem repulsiva do berne, tão presente no universo rural, explica o estado das coisas.
Berne (miíase ou bicheira) é a infecção parasitária provocada por larvas de moscas (como a varejeira azul ou verde-metálica) que invadem a pele e corroem tecidos vivos, devorando até cartilagens e ossos. É raro, mas em situações extremas, quando invadem o couro cabeludo do ser humano e alcançam o cérebro, são capazes de matar.
Bernes são extirpados para o bem da saúde. Jair Bolsonaro deve ser extirpado para o bem da Saúde.
Há um ano, o presidente da República boicota sistematicamente o distanciamento social e as recomendações médicas e científicas para a contenção da Covid-19.
Na contramão das estratégias adotadas pelos organismos internacionais e por todos os governos, independentemente da coloração ideológica, Jair Bolsonaro acredita que a superação da crise depende da disseminação do vírus, sendo irrelevante a perda de vidas, tratada como efeito colateral da equação econômica.
Por isso, o presidente da República, além de minar a credibilidade de instituições e valores humanitários e democráticos, aposta no caos e estimula a desobediência a medidas adotadas por governadores e prefeitos, desconexos e atordoados, para restringir a circulação de pessoas e reduzir internações e óbitos.
Por isso, o presidente da República alerta contra a “efetividade da máscara”, para ele, o “último tabu a cair” (26/11/2020), e insiste em criar desconfiança em relação à vacina que sempre desprezou: “não vou tomar” e “ponto final” (15/12/2020).
Para empresários e para o sempre tão sensível mercado, deve gerar desconforto o olhar retrospectivo dos 25 pronunciamentos que a jornalista Maria Cristina Fernandes relaciona e sintetiza no jornal Valor Econômico (26/2/2021): “Quando o léxico também mata”.
Na quarta-feira, o país atingia a assombrosa marca de 1.840 mortes em 24 horas e Bolsonaro exclamava mais um impropério: “Chega de frescura”.
O avanço da doença no Brasil, patrocinado pelo gestor homicida, impiedoso e temerário, é uma ameaça global.
O território brasileiro se transforma em campo aberto para a proliferação de variantes virais mais agressivas e contagiosas, o que compromete os esforços planetários para a superação da crise sanitária.
O Brasil de Jair Bolsonaro é inimigo público da humanidade. Além de aprofundar o isolamento internacional que desconstrói a soberania, o país poderá ser destinatário de sanções econômicas e (em situação limite) militares.
O desafio é remover Jair Bolsonaro da Presidência da República. Logo.
lfcarvalhofilho@uol.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário