Gustavo Uribe
BRASÍLIA
Sem apoios partidários e com pouco tempo de televisão, o candidato a presidente do PDT, Ciro Gomes, começou a esboçar estratégia eleitoral para tentar superar cenário de isolamento político.
Com direito a apenas uma inserção diária, ele pretende aumentar presença nas redes sociais, com a gravação de vídeos e debates com internautas, e reforçar a agenda de viagens a estados onde conta com aliados fortes.
Durante evento com empresários, em São Paulo, Ciro comentava o pedido de investigação feito pelo Ministério Público por ter chamado o vereador Fernando Holiday (DEM-SP) de "capitãozinho do mato" quando disse: Agora um promotor aqui de São Paulo resolveu me processar por injúria racial. E pronto. Um filho da puta desse faz isso e pronto. Ele que cuide de gastar os restinhos das atribuições dele. Se eu for presidente essa mamata vai acabar. Ninguém pode viver autonomamente, a lei está acima de todos nós. A responsável pelo caso, porém, é uma mulher /Adriano Machado - 04.jul.2018/Reuters
Mesmo com a decisão do PSB de manter neutralidade na disputa presidencial, candidatos a governador do partido no Distrito Federal, Espírito Santo e São Paulo cogitam abrir seus palanques regionais para o presidenciável.
Sozinho, Ciro tem 33 segundos a cada bloco fixo de 12 minutos e 30 segundos e uma inserção de 30 segundos a cada dia. A inserção, chamada de spot, é uma peça de campanha veiculada das 5h às 00h, diariamente, nos intervalos comerciais das emissoras de televisão.
No discurso, a estratégia discutida é fazer um maior contraponto ao PT no campo da esquerda e reforçar que ele tem maiores condições de enfrentar as candidaturas de direita.
"É deixar claro que ele é uma oposição mais firme, clara e corajosa para enfrentar o governo de Michel Temer", disse o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi.
Nesta quinta-feira (2), Ciro se reunirá com a coordenação de campanha, em São Paulo, para discutir a estratégia após o revés da quarta-feira (1), quando o PT conseguiu evitar um apoio do PSB a ele.
Com o isolamento, dirigentes petistas como Gleisi Hoffmann e Fernando Pimentel, a pedido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, buscaram o entorno do candidato para oferecer o posto de vice-presidente em uma dobradinha PT-PDT.
O presidenciável, no entanto, nega essa possibilidade e tem repetido que manterá a candidatura até o final do processo eleitoral.
"Zero hipótese [de desistência]. É a luta de Sansão contra Golias. Ciro está livre, leve e solto", diz Lupi.
Até domingo (5), ele pretende anunciar sua candidata a vice-presidente. Sem apoios, a ideia é formar uma chapa puro-sangue com uma mulher. As mais cotadas são a senadora Kátia Abreu e a neta de Leonel Brizola, Juliana Brizola.
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