terça-feira, 1 de agosto de 2023

Brasil tem 10 mil quilômetros de ferrovias ociosas - Metropoles

 Metrópoles – O Brasil tem 10 mil quilômetros de ferrovias ociosas ou subutilizadas, o equivalente a um terço da malha ferroviária do país. Além da falta de investimento público, as estradas de ferro não receberam melhorias e algumas têm mais de um século, segundo o Ministério dos Transportes.

Enquanto isso, o Congresso Nacional está há um ano e meio sem votar os vetos do ex-presidente Jair Bolsonaro ao novo marco legal das ferrovias. Bolsonaro sancionou a lei com 38 vetos ainda em dezembro de 2021. Desde então, a análise dos parlamentares emperrou.

O ministro dos Transportes, Renan Filho, colocou no plano de 100 dias da pasta revisar o marco regulatório, o que ainda não aconteceu. Filho avalia que o modelo atual não tem atraído investimento privado e não cumpriu seu objetivo.

Fonte: https://www.metropoles.com/colunas/guilherme-amado/ferrovias-ociosas

Eldorado inaugura megaterminal em Santos, Poder 360

 Poder 360 – A Eldorado Brasil, indústria de celulose controlada pela J&F, quer iniciar em breve a construção de um ramal ferroviário de 90 km de extensão no Mato Grosso do Sul. A ideia é conectar a fábrica da companhia, localizada no município de Três Lagoas (MS), à Aparecida do Taboado (MS), onde começa a ferrovia Malha Norte (antiga Ferronorte), operada pela Rumo Logística, que vai até o Porto de Santos (SP).

O projeto já teve aval do governo para construção, que deve contar com cerca de R$ 900 milhões em recursos privados. O ramal ferroviário permitirá à Eldorado mais eficiência e redução de custos na exportação da celulose. A empresa inaugurou nesta 2ª feira (31.jul.2023) um novo terminal portuário em Santos, que permite o recebimento de trens e tem capacidade de escoar até 3 milhões de toneladas de celulose por ano.

Se por um lado o novo terminal comporta a chegada de carga pelo modal ferroviário, sem o ramal no Mato Grosso do Sul a empresa precisa embarcar a celulose em caminhões até Aparecida do Taboado, para só lá a carga pegar os trilhos até Santos. Segundo Joesley Batista, acionista da J&F, a obra da nova ferrovia deve ser iniciada em até 1 ano.

“Ter um terminal no Porto de Santos conectado com a fábrica era um sonho desde quando a gente iniciou o projeto da Eldorado em 2010. O setor de celulose é muito consolidado e nós somos uma das empresas mais novas do setor no mundo. Fomos construindo um maciço florestal, a fábrica e a parte logística. E agora fica faltando só uma linha ferroviária de 90 quilômetros, que deve iniciar as obras daqui a 1 ano, e vai conectar 100% a fábrica ao porto”, disse Joesley.

Flávio Costa, diretor de logística da EBLog (Eldorado Brasil Logística), disse que hoje a empresa transporta 100% da celulose por caminhão. Com o terminal, será possível transportar parte da carga em trens. Mas o escoamento apenas por ferrovia depende do investimento no ramal. “Esse projeto está em estudo, devemos finalizar e levar para aprovação do conselho da empresa até o final do ano”.

Ao Poder360, o diretor-executivo Comercial e de Logística da Eldorado, Rodrigo Libaber, disse que no momento estão sendo feitos todos os estudos preliminares para submeter o projeto final ao conselho da companhia. Com o novo terminal portuário inaugurado e o futuro ramal ferroviário, a empresa quer chegar aos 40 países para onde exporta atualmente de forma mais competitiva e eficiente.

Libaber disse que a disputa judicial entre os sócios não tem afetado os planos de investimentos da Eldorado. A empresa segue sob o controle da J&F, que trava uma briga na Justiça com a Paper Excellence, gigante do setor de origem indonésia, que tenta assumir o comando da companhia. Segundo ele, a inauguração do terminal em Santos, com capacidade de exportar até 3 milhões de toneladas por ano, é prova de que os projetos estão tendo seguimento.

Foram investidos mais de R$ 500 milhões no projeto de expansão, batizado de EBlog STS 14. O terminal terá capacidade de realizar o embarque de até 2 navios simultaneamente. A obra foi iniciada em janeiro de 2022 e permitirá que a empresa triplique sua capacidade de exportação e embarque celulose também em contêineres.

A área do terminal, com 53.000 metros quadrados, conta também com amplo espaço de armazenagem. Pode abrigar até 150 mil toneladas de celulose. O terminal tem capacidade de receber cargas de caminhões e composições de trem com até 72 vagões, acelerando o processo de embarque.

EXPANSÃO DA FÁBRICA

Hoje, a fábrica da Eldorado tem capacidade para produzir 1,8 milhão de toneladas de celulose por ano. Com a inauguração do novo terminal, a empresa tende agora a ampliar a capacidade da indústria. Segundo Libaber, a indústria já foi projetada pensando numa futura expansão com a implantação de uma nova linha de produção.

“A perspectiva de ampliação da fábrica nasceu junto com a Eldorado. A gente já iniciou o projeto em 2010 almejando ter 2 ou mais linhas de produção. A expansão, ao nosso ver, é o caminho natural. Quando ela vai vir e como vai ser, a gente não sabe ainda. Parte do que podia ser feito já fizemos, que não demandava um volume tão alto de investimentos e permitiram a gente ampliar a produção”, comentou.


Deirdre Nansen McCloskey - Externalidades em todo lugar, FSP

 Podemos concordar que um acordo voluntário entre dois adultos deve prevalecer. Você não é uma criança ou um escravo. Quando você compra feijoada, ninguém deve ter força física para impedi-lo, certo? Dizemos que é "inofensivo". De fato, "mutuamente vantajoso".


Se o "acordo" não for voluntário, claro, não é inofensivo. Ele prejudica um dos lados. Transferências fisicamente coagidas, como a coerção estatal chamada de impostos e a coerção privada chamada roubo, não são mutuamente vantajosas.

Mas há outro motivo para interromper uma transação entre dois adultos livres, chamado de "externalidade" ou "transbordamento". A alegação é que as pessoas que não são pagas por você e pelo vendedor de feijoada são, de alguma forma, prejudicadas —ou às vezes ajudadas— pelo negócio.

Na mente dos economistas, uma externalidade justifica a ação do Estado para interromper ou regular um acordo. Se sua fábrica despejar fumaça perigosa sobre a minha casa, posso usar o poder do Estado para contê-lo.

A pan filled with hot brazilians beans (Feijoada)
Panela de barro com feijoada - largueitudoefui - stock.adobe.com

Mas há dois grandes problemas. Por um lado, uma externalidade é frequentemente reivindicada sem evidências reais de que, no cômputo geral, é uma boa ideia contê-la.

Ronald Coase ganhou o Prêmio Nobel em 1991 por destacar isso. As tarifas sobre importações, por exemplo, são supostamente boas para a maioria dos brasileiros, porque deixar alguém comprar onde quiser é uma externalidade ruim para os produtores domésticos.

Mas, na verdade, é bom fazê-los competir. O cálculo científico de custo-benefício geralmente não é feito.
E há um ponto mais profundo, que Coase também levantou, embora a maioria dos economistas não o entenda. É que o que é uma externalidade é uma opção social. Se todos concordarmos que beber álcool é ruim, a sociedade o impede, mesmo que você queira beber e o barman esteja disposto a vendê-lo. Meu país tentou isso de 1920 a 1933.

Nós vivemos juntos. Não somos Robinson Crusoé isolados. Portanto, esbarramos um no outro o tempo todo. Os solavancos ruins, que devem ser impedidos ou regulamentados pelo Estado, ficam a critério. No Irã, uma mulher tem de usar véu. Na França, não tem. Eu consigo fazer que o Estado impeça uma construção no terreno ao lado. Ops. A reivindicação de "externalidade" justifica o poder do Estado em tudo. 1984. China...