quinta-feira, 22 de março de 2018

Outra mínima histórica, Celso Ming OESP


Comunicado do BC manteve a intenção de encerrar o ciclo de baixa de juros, mas deixou aberta a porta para que a queda dos juros continue mais um pouco, dependendo do ritmo da inflação




Celso Ming, O Estado de S.Paulo
21 Março 2018 | 21h03
Mais do que aconteceu nas três últimas reuniões do Copom, o mais importante é saber o que vem depois dessa nova baixa dos juros básicos (Selic), para 6,50% ao ano, outra mínima histórica (veja o gráfico abaixo).

Ilan Goldfajn. A surpresa da inflação baixa Foto: Adriano Machado/Reuters
O comunicado divulgado logo após a reunião desta quarta-feira manteve a intenção da diretoria do Banco Central, comandado por Ilan Goldfajn, de encerrar o ciclo de baixa de juros, mas deixou aberta a porta para que a queda dos juros continue mais um pouco, dependendo do ritmo da inflação, bem como de “balanço e riscos”. Ou seja, o Banco Central vem sendo surpreendido pela fraqueza da inflação que “evoluiu de forma mais benigna do que o esperado” e não sabe até onde pode seguir passando a tesoura.
Mas há questões novas em jogo. Uma delas é que vai pintando mais um ano de inflação abaixo da meta, que é de 4,5% acumulada em dezembro. Mas pode ser até mesmo abaixo do piso da meta, os tais 3,0%.
Há quem argumente que o estouro da meta para baixo é menos grave do que o estouro para cima, o que é um equívoco. Trata-se de execução igualmente inadequada da política monetária. Juros acima do estabelecido para o cumprimento da meta atrasam a recuperação da atividade econômica e criam distorções. Os juros reais (descontada a inflação) ainda parecem acima do necessário para controlar o custo de vida.

Outra questão nova em jogo é a de que a meta de inflação para 2019 é 4,25%, com área de escape de 1,5 ponto porcentual. Portanto, é um nível mais baixo do que o deste ano. Como envenenamento por arsênico, que age devagar e persistentemente sobre o organismo, o efeito dos juros também leva certo tempo para acontecer. Em consequência desse retardamento, o nível dos juros definidos agora pelo Banco Central já começa a atuar ao longo de 2019. Se já estão elevados demais para uma meta de 4,50% (a de 2018), mais elevados estarão para uma meta de 4,25% (a de 2019).
Para justificar juros mais altos em relação ao tamanho da inflação a ser tolerada, o Banco Central tem chamado a atenção (não no comunicado desta quarta-feira) para a existência de incertezas lá fora e aqui dentro, fatores que, em princípio, trabalham contra a queda da inflação.
São duas as incertezas que nadam em círculos no mercado internacional, como tubarões em torno de uma presa. Uma delas é o risco renitentemente lembrado de que os grandes bancos centrais elevem os juros mais do que o previsto, de maneira a reverter a política monetária expansionista que prevaleceu de 2008 até agora. O mercado internacional não está convencido de que os bancos centrais serão tão cautelosos e gradualistas quanto dizem a respeito dessa operação de retirada de dólares da economia. Continuam temerosos de que alguma manobra desajeitada poderá provocar solavancos nas cotações do câmbio e rápida migração de capitais financeiros de aplicações de mais risco para aplicações mais seguras. Se isso acontecer, será inevitável algum impacto inflacionário também no Brasil.
O outro risco de origem externa está na ameaça de guerra comercial depois que o presidente Trump intensificou seu discurso protecionista e se movimenta em direção à sobretaxação do aço e do alumínio.
A maior incerteza de origem interna (também não mencionada no comunicado) está no quadro político que desembocará nas eleições deste ano. O risco é o de que assuma um governo gastador, pouco identificado com a causa das reformas, que alargue o rombo para o imponderável.
Mas essas incertezas não podem ser exageradas até porque há antídotos em ação. Nas principais economias do mundo, a inflação nunca foi tão persistentemente baixa. E, pela primeira vez em muitos anos, pode-se dizer que elementos estruturais que constituíram a inflação brasileira estão sendo quebrados e devem agora trabalhar por uma inflação também mais baixa no futuro.

21.03.18 | China vai sediar pela primeira vez congresso internacional da Passivhaus, procel


Fonte: Procel Info - 21.03.2018

Alemanha - Pela primeira vez, a conferência internacional da Passivhaus vai ser realizada fora da Europa. Durante o encerramento da 22ª conferência Passivhaus, que foi realizada no início deste mês, em Munique, na Alemanha, foi divulgado que em 2019 o encontro será realizado na cidade de Gaobeidian, na China.

Wolfgang Feist, professor da Universidade de Innsbruck, e fundador do Passive House Institute, reconheceu que a escolha do país asiático “poderá surpreender algumas pessoas. No entanto, é na China que, neste momento, acontecem as maiores construções, e isso vai continuar nas próximas décadas. Cada novo edifício traz uma exigência adicional de energia para aquecimento e arrefecimento. Dessa forma, é extremamente gratificante que a China esteja fazendo sérios esforços para melhorar a eficiência energética dos edifícios”.

Para Shou Qiang Ni, presidente da empresa Windoor City, este é o maior evento em matéria de eficiência energética. “Novos produtos, tecnologias e ideias são apresentadas aqui. Estamos certos de que a 23ª Conferência Passivhaus, na China, terá um impacto positivo no desenvolvimento futuro da eficiência energética na construção e na proteção ambiental do nosso país”, disse o empresário.

A 23ª edição da Conferência Passivhaus será realizada entre os dias 22 e 23 de setembro de 2019, na cidade chinesa de Gaobeidian, situada a 100 quilômetros da capital, Pequim.

* Com informações do Edifícios e Energia
  

quarta-feira, 21 de março de 2018

Escancarados os desafios do novo marketing político, OESP (pauta Cauduro TRESP)


Acostumada a regular a propaganda eleitoral na TV, rádio e ruas, a Justiça Eleitoral do Brasil tem um enorme desafio: impedir que as eleições mais “digitais” da história se convertam em guerras desleais
21/03/2018 | 05h00
 Por Dennys Antonialli, Francisco Brito Cruz e Mariana Valente - O Estado de S. Paulo