segunda-feira, 11 de julho de 2016

Promotoria pede condenação de ex-secretário de Alckmin e mais 8 por abandono de 26 trens do Metrô, OESP

Vagão da Linha 5-Lilás do Metrô. FOTO: SERGIO CASTRO/ESTADÃO
Vagão da Linha 5-Lilás do Metrô. FOTO: SERGIO CASTRO/ESTADÃO
O Ministério Público de São Paulo entrou na Justiça com ação de improbidade administrativa contra Jurandir Fernandes, ex-secretário de Estado dos Transportes Metropolitanos do Governo Alckmin, pelo suposto abandono de 26 trens da Linha 5-lilás do Metrô comprados em 2011 ao preço de R$ 615 milhões. Também são acusados o Metrô e outros 8 investigados, entre eles cinco ex-presidentes da companhia e o atual, Paulo Menezes Figueiredo. A Promotoria cobra dos alvos da ação R$ 799 milhões.
Segundo o promotor Marcelo Milani, autor da ação distribuída ao Fórum da Fazenda Pública da capital, a compra dos trens foi realizada para equipar a linha 5 – lilás do Metrô, que ligará o extremo da zona sul de São Paulo a outras linhas, linha 1- Azul, e também a linha 2 -Verde.

Documento

A denúncia foi revelada pelo repórter Walace Lara, da TV Globo.
O ponto central da demanda, segundo o promotor, é a definição da bitola dos trens- ‘largura determinada pela distância medida entre as faces interiores das cabeças de dois trilhos em uma via férrea’.
“Outras ações tomadas pelos demandados demonstram a total incúria administrativa deles e do Metrô; qual seja, entendeu a empresa, quando da definição da bitola que comporia os trens que seriam utilizados na linha 5 – lilás deveria ser a de 1,372 m e como tal os carros foram fabricados”, relatou.
“No entanto, já existe um trecho da linha 5 – lilás em operação comercial com trens fabricados pela Alstom (multinacional francesa), mas que possuem bitolas de 1,435 m, chamada de tradicional ou universal”, afirma o promotor.
Para Marcelo Milani, ‘a escolha, revela o total desprezo pela coisa pública, eis que, a mesma linha 5 – lilás do Metrô tem trens com bitolas diferentes; qual seja os trens que partem num sentido do trajeto devem ser trocados por outros’.
“Ainda sobre a questão, vale apontar que as linhas 1,2 e 3 do Metrô tem bitola grande e os trens da linha 4 e parte da linha 5 tem bitola tradicional e a nova parte da linha 5 outra bitola, revelando assim ser impossível a completa integração das linhas em manifesto prejuízo ao erário e principalmente a população usuária, tendo em vista que na situação atual nunca ocorrerá a total integração das linhas do Metrô”, apontou o promotor.
Além do ex-secretário Jurandir Fernandes, são acusados o ex-diretor de planejamento e expansão dos transportes metropolitanos Laércio Mauro Biazotti, o ex-gerente de concepção e projetos de sistemas no Metrô David Turbuk, cinco ex-presidentes do Metrô Sérgio Henrique Passos Avelleda (12 de janeiro de 2011 a 03 de abril de 2012), Jorge José Fagali (12 de agosto de 2008 a 11 de fevereiro de 2011), Peter Berkely Bardram Walker (19 de abril de 2012 a 05 de junho de 2013), Luiz Antonio Carvalho Pacheco (10 de junho de 2012 a 11 de março de 2013), Clodoaldo Pelissioni (14 de março de 2015 a 04 de setembro de 2015) e o atual presidente da companhia, Paulo Menezes Figueiredo (desde 04 de setembro de 2015).
COM A PALAVRA, O METRÔ DE SÃO PAULO
Por meio do Departamento de Imprensa, o Metrô rechaçou enfaticamente a ação da Promotoria sobre a compra dos 26 trens. Segundo o Metrô, a ação proposta pelo Ministério Público ‘contém uma série de equívocos’
“O Metrô de São Paulo, como sempre fez, prestará todos os esclarecimentos ao Ministério Público. Embora não tenha conhecimento oficial, o Metrô informa que a ação proposta pelo Ministério Público contém uma série de equívocos:
1) Não é verdade que os trens estejam parados. Os 26 novos trens adquiridos para a expansão de 11, 5 km da Linha 5 estão sendo entregues e passam por testes, verificações e protocolos de desempenho e de segurança;
2) Dos dezessete trens entregues, 8 já estão aptos a operar a partir de setembro no trecho de 9,3 km entre as estações Capão Redondo e Adolfo Pinheiro;
3) A bitola da Linha 5 não é diferente em trechos da linha. A Linha 5 terá a mesma bitola em toda a sua extensão, da primeira à última estação;
4) O Metrô não tem gastos extras com a manutenção desses novos trens;
5) O Metrô não arcar com nenhum custo de aluguel para estacionamento destes trens;
6) O prazo de garantia só começará a valer após o início de operação de cada composição, conforme previsto em contrato;
7) A expansão da Linha 5 é um empreendimento que incluiu os projetos, as obras civis e a implantação de sistemas, a implantação de um moderno sistema de sinalização em todo o trecho e a aquisição de novos trens para transporte da nova demanda de usuários;
8) Todas essas ações foram executadas dentro de um detalhado cronograma, para que as etapas estivessem concluídas até a inauguração do novo ramal, a partir de 2017, beneficiando mais de 780 mil usuários por dia.
Todas estas informações já foram encaminhadas reiteradas vezes ao Ministério Público de São Paulo, que as desconsiderou para a abertura do inquérito.”

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ONU: Acidentes no trânsito ainda matam 1,25 milhão por ano, 90% em países de renda média e baixa


 AUMENTAR LETRA DIMINUIR LETRA
Apesar das melhorias na segurança rodoviária, o mundo ainda tem números ‘chocantes’. Brasil sedia nesta semana, nos dias 18 e 19 de novembro em Brasília, a Segunda Conferência de Alto Nível Global sobre Segurança no Trânsito. A meta número seis do Objetivo Global número três pretende reduzir pela metade, até 2020, as mortes e os ferimentos globais por acidentes em estradas.
Foto: Agência Brasil
Foto: Agência Brasil
No Dia Mundial da Memória das Vítimas de Trânsito, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, destacou que, apesar das melhorias na segurança rodoviária, o mundo ainda presencia números “chocantes” de feridos e mortos nas estradas.
“Apelo aos governos para reforçar a aplicação das leis em relação ao excesso de velocidade, uso do álcool ao volante, bem como imponham o uso de cintos de segurança, capacetes para motociclistas e proteção para crianças, medidas que já demonstraram salvar vidas”, disse Ban Ki-moon em uma mensagem.
O chefe da ONU também afirmou que o dia internacional “é um momento para refletir sobre as tragédias desnecessárias que ocorrem a cada dia nas estradas do mundo”.
Segundo a ONU, acidentes no trânsito matam cerca de 1,25 milhões de pessoas por ano, 90% em países de renda média e baixa. Este tipo de acidente é a principal causa de morte entre os jovens com idades entre 15 e 29 anos. Quase metade de todas as mortes nas estradas é de pedestres, ciclistas e motociclistas.
Neste semana, o Brasil sedia a Segunda Conferência de Alto Nível Global sobre Segurança no Trânsito. O encontro, apoiado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), acontece nos dias 18 e 19 de novembro em Brasília.
Espera-se a participação de cerca de 1.500 pessoas de mais de 100 países no evento, incluindo os ministros responsáveis pelo tema em cada país, além de ministros das pastas de saúde e transportes; organizações internacionais; e representantes da sociedade civil e do setor privado.
Além de fazer balanço das iniciativas nacionais, regionais e internacionais adotadas até o momento e apontar caminhos para avançar rumo às metas previstas no Plano Global para a Década de Ação, o encontro também debaterá o tratamento do tema na Agenda de Desenvolvimento Pós-2015, aprovada em setembro deste ano. A meta número seis do Objetivo Global número três pretende reduzir pela metade, até 2020, as mortes e os ferimentos globais por acidentes em estradas.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores brasileiro, o país propõe que, como resultado da Conferência, seja aprovado um documento final, a “Declaração de Brasília”, que está sendo elaborada por meio de um processo de negociação envolvendo consultas com diversos atores.
A consulta sobre a versão inicial do texto ficou aberta para sugestões via Internet até o dia 2 de maio. Após essa data, o processo de negociação passou a ser intergovernamental, com reuniões previstas para junho e setembro/outubro de 2015, em Genebra.
O tema da segurança no trânsito está presente na agenda internacional há cerca de quatro décadas, por meio de iniciativas de organizações internacionais e regionais. O tema passou a ter mais visibilidade com a realização da Primeira Conferência de Alto Nível sobre Segurança no Trânsito, em Moscou, em 2009. Como resultado da Conferência, a Assembleia Geral adotou uma resolução (A/RES/64/255), que declarou o período 2011-2020 “Década de Ação pela Segurança no Trânsito”.

Brasil reduz em 5,7% número de mortes no trânsito, Portal Brasil

SAÚDE

Avanços

O Brasil conseguiu diminuir a quantidade de mortos no trânsito de 44.812 casos, em 2012, para 42.266, em 2013
por Portal BrasilPublicado18/11/2015 19h11Última modificação19/11/2015 14h25
Foto: Oswaldo Corneti/ Fotos PúblicasMinistério da Saúde avalia que queda de mortes no trânsito reflete endurecimento da Lei Seca
Ministério da Saúde avalia que queda de mortes no trânsito reflete endurecimento da Lei Seca
O Brasil conseguiu reduzir o número absoluto de mortos no trânsito. Foram 44.812 mortes em 2012 e 42.266 em 2013, ou seja, houve uma queda de 5,7% de um ano para o outro. Os números foram apresentados nesta quarta-feira (18) na 2ª Conferência Global de Alto Nível sobre Segurança no Trânsito, em Brasília.
A taxa de mortalidade caiu ainda mais, 6,5%, de 22,5 mortos por 100 mil habitantes, em 2012; para 21 casos por 100 mil habitantes, em 2013. O ministério destaca que a queda é um possível reflexo do endurecimento da Lei Seca, em 2012.
O ministro da Saúde, Marcelo Castro, enfatizou os resultados. “Entre 2012 e 2013, o Brasil reduziu o número de vítimas nas estradas e rodovias. Ainda é um número pequeno, mas só foi possível em função das várias medidas adotadas que contribuíram para esse resultado, como o uso obrigatório do cinto de segurança e o trabalho de conscientização que vem sendo feito com a população”, destacou o ministro. Castro enfatizou ainda a necessidade de o governo federal atuar mais fortemente na redução de acidentes envolvendo motociclistas, responsáveis por maior parte do número de mortes e internações no País.
O balanço apresentado nesta quarta-feira aponta que 42.266 pessoas morreram por causa de acidentes de trânsito em 2013, sendo que 12.040 eram ocupantes de motocicletas (28,8% do total de mortes).
Em 2008, os custos com as internações por acidentes de trânsito no Sistema Único de Saúde (SUS) foram de R$ 117 milhões. Apenas com as motocicletas, os custos foram R$ 49 milhões. Em 2013, o valor gasto com internações no SUS crescem 95%, chegando a R$ 229 milhões. Somente com as internações de acidentes com motocicletas foram gastos R$ 112 milhões, em 2013 – valor 128,5% maior do que o despendido em 2008.
O estudo apontou, ainda, que a frota de veículos mais que dobrou na última década, tendo crescido 121%, entre 2003 e 2013, e que o crescimento da frota de motos foi de 247%, em dez anos. Os veículos de duas rodas passaram de quase 6 milhões para quase 22 milhões.
Também foi apurado o comportamento no trânsito e o estudo revelou que metade dos brasileiros não usa cinto de segurança nos bancos de trás dos veículos. No banco da frente, são 20,6% os que afirmam nem sempre usar. Parcela de 79,6% disse sempre usar o cinto de segurança. Na zona rural, 55,2% afirmam nem sempre usar o cinto no banco de trás. Estudos, entretanto, mostram que o cinto de segurança no banco da frente reduz em 45% o risco de morte, e no banco de trás, em 75%. Em 2013, um levantamento da Rede Sarah apontou que 80% dos passageiros do banco da frente deixariam de morrer se os cintos do banco de trás fossem usados com regularidade.
Entre aqueles que pilotam motos, o trabalho apontou que na média nacional, 83,4% da população afirmam sempre usar capacete ao pilotar motos. Ou seja, sobra uma parcela de 16,6% que afirma nem sempre usar o capacete ao conduzir. No campo, os índices são piores. Fatia de 31,7% nem sempre usa capacete ao conduzir motos.
A combinação “álcool e direção” infelizmente ainda faz parte do trânsito brasileiro. O estudo apurou que 24,3% da população brasileira admite dirigir logo depois de beber e que na zona rural, esse percentual é de 30,4%. O Brasil é um dos 25 países do mundo que estabeleceram a tolerância zero para o consumo de bebida alcóolica por motoristas e um dos 130 que usam o teste do bafômetro como forma de garantia do cumprimento da lei.
Em todo o mundo, 1,25 milhão de pessoas são mortas e em torno de 30 a 50 milhões ficam feridas a cada ano em decorrência de acidentes de trânsito. Os óbitos atingem principalmente crianças e jovens de 5 a 29 anos, sendo que os jovens do sexo masculino são as principais vítimas. A 2ª Conferência Global de Alto Nível sobre Segurança no Trânsito – Tempo de Resultados, começou nesta quarta-feira (18) e prossegue até quinta-feira (19), no Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB), em Brasília (DF).
O Brasil conseguiu diminuir a quantidade de mortos no trânsito de 44.812 casos, em 2012, para 42.266, em 2013
Fonte: Portal Brasil, com informações do Ministério da Saúde