segunda-feira, 7 de maio de 2012

5 mil ton de alimentos jogados no lixo em SP



Quantidade é recolhida mensalmente pela Prefeitura da capital.
Parte é jogada no asfalto por consumidores e feirantes.

Do G1 SP
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Mais de 5 mil toneladas de restos de comida são recolhidos mensalmente pela Prefeitura de São Paulo e encaminhados para os aterros sanitários da cidade. Com o uso do sistema de compostagem, esse material poderia ser transformado em adubo.
Além de frutas, verduras e pastel, as feiras têm muito material desperdiçado. Muitos alimentos em condições de consumo vão parar no asfalto.
Depois que os feirantes desmontam as barracas e que os responsáveis pela coleta fazem a limpeza, todo o material separado na calçada e em caixas de plástico é recolhido e levado para os aterros da cidade.
“Nos planos atuais da Prefeitura, através da Secretaria de Serviços, nós não estamos colocando nas nossas metas prioritárias a compostagem”, diz Drauzio Barreto, secretário de Serviços da Prefeitura.
A Política Nacional de Resíduos Sólidos estipula para as prefeituras a implantação de um sistema de compostagem para o reaproveitamento do lixo orgânico. O projeto deve ser apresentado até o mês de agosto.

A transição para o novo modelo da caderneta de poupança



Coluna Econômica - 07/05/2012

No primeiro dia após o anúncio das mudanças na caderneta de poupança, a avaliação do Ministério da Fazenda é que a transição para o novo modelo será tranquila.
Para o Secretário Executivo da Fazenda, Nelson Barbosa, havia dois objetivos a serem alcançados:
Montar o novo modelo sem mexer nos depósitos atuais e sem tirar a competitividade da poupança para os novos depósitos.
Abrir espaço para a política monetária, para o Banco Central poder baixar ou aumentar os juros, de acordo com os cenários econômicos, sem os empecilhos anteriores do piso da poupança - em 6,17% ao ano mais TR. Não se podia baixar a Selic a menor de 8,5% sem provocar uma revoada de investimentos de outros ativos para a poupança
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Evitou-se também sofisticar demais a poupança, estipulando taxas maiores para depósitos que permaneçam mais tempo na poupança. O banco que quiser poderá criar um ativo novo qualquer, batizar de poupança especial ou algo do gênero, e lançar.
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Mesmo com as mudanças, a poupança continuará bastante competitiva. Pelos cálculos da Fazenda, quando a Selic cair abaixo de 8,5%, a remuneração da poupança será equivalente a de um fundo DI (remunerado pela remuneração dos certificados de depósito interbancário) com uma taxa de administração de apenas 0,5%. Banco que quiser conversar seus fundos, terá que reduzir substancialmente sua taxa de administração.
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As mudanças efetuadas darão mais trabalho aos bancos, para reduzir o trabalho dos poupadores. Haverá a distinção entre depósitos anteriores e posteriores a 3 de maio. Os primeiros continuarão recebendo a remuneração de 6,17% mais TR. Sempre que a Selic for de 8,5% ou menos, os novos depósitos receberão 70% da Selic mais TR.
Mas ambos os depósitos ficarão na mesma conta, para evitar que o poupador tenha que abrir novas contas. Caberá ao banco especificar nos extratos o saldo antigo e o novo, devidamente atualizados a cada mês.
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Todo esse movimento - redução da Selic, do spread bancário, da remuneração da poupança - será aprofundado, mas encerra-se aí.
O próximo desafio da Fazenda será reduzir o custo da energia. Numa ponta, haverá a renegociação de tarifas na renovação das concessões. Há inúmeras fórmulas sugeridas e que serão definidas até o final do ano.
Na outra ponta, estudam-se maneiras de desonerar a energia de tributos que incidem sobre ela - embora o mais pesado seja o ICMS estadual.
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Prosseguirão também os estudos para desoneração de setores mais atingidos pelas importações.
Nelson Barbosa admite que esse modo de atuação pode passar a sensação de medidas dispersas de política industrial. Mas não vê outro caminho, já que a estratégia mais adequada - colocada em prática pela Fazenda - é a da mudança gradativa do ambiente econômico sem traumas, sem gestos heróicos.
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Pelos cálculos da Fazenda, o nível de atividade industrial deverá começar a reverter a partir do segundo trimestre. Espera-se que a partir do segundo semestre, a economia já esteja rodando a 5% ao ano, na ponta, embora ainda haja incógnitas no mercado internacional: EUA melhorando, Europa estagnada e a Argentina enfrentando seus próprios problemas.

sábado, 5 de maio de 2012

Adeus, simplicidade


CELSO MING - O Estado de S.Paulo
Acabou a simplicidade das cadernetas de poupança. As que forem abertas a partir de agora terão rendimento de 70% da Selic.
- Selic? O que é essa Selic? - pergunta dona Maria.
- Ora, Selic é o Sistema Especial de Liquidação e de Custódia, que fica lá no Banco Central. É o esquema que controla a emissão, o resgate, o pagamento dos juros e a guarda dos títulos do Tesouro... Passou a ser também o valor dos juros que o Banco Central paga às instituições financeiras nas suas transações diárias de liquidez... E, enfim, Selic é também o tamanho dos juros básicos obtidos pela calibragem do volume de dinheiro na economia, determinada pelo Banco Central...
Vai ser complicado para dona Maria fazer os cálculos com 70% da Selic. Precisa saber em quanto está a Selic e, ainda, como fazer essa conta.
Uma comparação ajuda a entender a complexidade. O consumidor sabe que o poder energético do álcool é de só 70% do da gasolina. Portanto, sempre que o preço do álcool superar os 70% da gasolina, é melhor encher o tanque do carro flex com gasolina, não com álcool. Mesmo assim, no posto de gasolina ninguém consegue calcular de cabeça. Pois 70% da Selic é o que a caderneta vai pagar.
A complexidade não termina aí. O mercado terá agora três cálculos diferentes para determinar o rendimento da caderneta. Como nada muda para as cadernetas antigas, elas continuarão pagando 0,5% ao mês (ou 6,17% ao ano) de juros mais a Taxa Referencial de Juros (TR) - que quase não conta, de tão pequena que é. Com isso, a caderneta antiga segue remunerando por ano algo em torno dos 6,5%. E até aí as coisas ainda ficam relativamente simples para o povão.
O rendimento da nova caderneta, no entanto, terá dois cálculos. O primeiro deles será aplicado se os juros básicos (a tal Selic) ficarem acima de 8,5% ao ano. Nesse caso, prevalecerá o esquema antigo. E outra conta será feita se a Selic baixar a 8,5% ou menos, que é quando se aplicarão os 70% da Selic.
A simplicidade é uma qualidade inestimável que precisou ser sacrificada agora para permitir a derrubada dos juros para níveis internacionais.
Mas, se é assim, talvez fosse melhor, como na Europa e nos países avançados, deixar que os bancos definissem livremente a remuneração da caderneta, em vez de complicar tudo com fórmulas diferentes. Não é o que já acontece quando o investidor quer aplicar seus recursos em Certificados de Depósito Bancário (CDBs)?
Em todo o caso, a opção está feita. O caminho para a derrubada dos juros está aberto, sem risco de forte migração de aplicações em renda fixa para cadernetas. O único obstáculo para a queda dos juros seguirá sendo eventual cavalgada da inflação que, no momento, não dá sinais disso.
Nisso, a presidente Dilma teve mais coragem do que o presidente Lula, que evitou mexer na caderneta por medo de ser equiparado ao ex-presidente Collor, notabilizado pelos estragos a que submeteu a poupança popular.
Os tão temidos problemas políticos em decorrência do que foi feito parecem afastados. A própria presidente Dilma julgou necessário preparar o golpe. Primeiro, passou para a opinião pública a imagem de que está peitando os bancos. Depois, quando ganhou auras de dama de ferro com os cartolas do dinheiro, fez o que tinha de fazer com as cadernetas. As reações políticas são tímidas ou inexistentes.