Um policial militar matou a tiros oito pessoas, incluindo a mulher e os três filhos, e depois se suicidou na madrugada desta sexta-feira (15) no oeste do Paraná.
Fabiano Júnior Garcia, 37, que trabalhava no 19º Batalhão da Polícia Militar de Toledo, deixou o plantão por volta das 19h na noite de quinta-feira e iniciou a sequência a assassinatos por volta das 23h.
Uma das hipóteses levantadas pela polícia para a motivação do crime é a de que o policial não aceitava o pedido de separação feito pela mulher.
Além da esposa, Kassiele Moreira, 28, entre os mortos estão a mãe do policial, de 78 anos, um irmão de 50 anos e os três filhos: uma garota de 12 anos, uma menina de nove anos e um menino de quatro anos, com tiro na cabeça.
O homem também tirou a vida de duas pessoas que estavam na rua, dois jovens de 17 e 19 anos, ainda não identificados.
De acordo com a PM, as duas primeiras vítimas foram a esposa e sua filha mais velha. Elas foram mortas dentro de casa, na região central da cidade de Toledo.
Na sequência, ele seguiu para a casa da mãe, Irene Garcia, onde também estava o irmão. O policial então matou dois jovens que passavam perto do local.
Depois ele seguiu para a cidade de Céu Azul, a 64 quilômetros de Toledo, matando seus dois filhos mais novos. Ele voltou para a casa dele em Toledo, onde foi encontrado por policiais.
Os PMs atiraram nos pneus do veículo de Garcia para impedir uma fuga. Então, ouviram um disparo e constataram que ele havia se suicidado.
Em nota, a PM local lamentou o crime e informou que Garcia não tinha histórico que pudesse indicar problemas psicológicos. Ele atuava como coordenador do policiamento da unidade desde 2020.
"Causou estranheza, tristeza e decepção para a corporação. Vai ser aberto um inquérito para apurar o caso e todo suporte para a família será dado", disse em entrevista nesta sexta o coronel Hudson Leôncio Teixeira.
Segundo o comandante, Garcia enviou áudios para a família e amigos explicando que a motivação do crime seria a separação de Kassiele Moreira. "Deu a entender que o fator motivacional para essa tragédia foi a separação deles, ele não estava aceitando a separação e também possuía algumas dívidas."
O crime ocorre da mesma semana da morte de quatro mulheres em duas ocorrências de feminicídio em Pernambuco e Minas Gerais. Nos dois casos, a principal suspeita é que os autores dos disparos não aceitavam o fim do relacionamento com as vítimas.
Em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte, três mulheres da mesma família foram assassinadas a tiros, depois de discussão com o ex-marido de uma delas. Uma outra mulher foi socorrida em estado grave, após também ser alvo dos disparos.
Em Pernambuco, uma mulher de 48 anos, que estava internada após ser baleada na sexta-feira (8) pelo ex-marido, não resistiu aos ferimentos e morreu.
Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública indicam que no ano passado ocorreram 1.341 mortes por feminicídio no país, uma média de 111 casos por mês. O número é ligeiramente menor do que o tabulado no ano anterior, quando foram registradas 1.354 ocorrências.
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