terça-feira, 17 de agosto de 2021

Revista Forbes Brasil - Junho 2021 16.08.21 Energia solar e o agronegócio, por Roberto Rodrigues

 São Paulo - O crescimento do PIB brasileiro no primeiro trimestre deste ano, 1,2% maior do que o do último trimestre de 2020, suportado em boa parte pelo crescimento de 5,7% da agropecuária no mesmo período, traz um cenário animador para a economia em 2021.


No entanto, a seca intensa que se abate há alguns meses sobre amplas regiões no sudeste, no sul, leste e centro-oeste do país pode levar a uma séria crise hídrica com escassez nos reservatórios das usinas hidrelétricas dessas regiões.

As autoridades do setor energético já fizeram acionar as termelétricas, que são caras, poluentes e responsáveis pelas bandeiras vermelhas na conta de luz, mais cara, na cidade e no campo. Vale lembrar um fato bastante comentado: cerca de 46% da matriz energética brasileira é renovável, enquanto no mundo todo a parcela renovável é de apenas 14%. E a agroenergia oriunda da cana-de-açúcar ( bioeletricidade a partir do bagaço e da palha da planta), do etanol (também de milho) e do biodiesel de oleaginosas representa 17% da matriz. Ou seja, a contribuição do agro para a economia nacional transcende a alimentação.

Um dos principais insumos para o sucesso de nossa competitiva atividade rural é, sem dúvida, a disponibilidade de energia nas fazendas de todos os tamanhos e tipos de produção. É a eletricidade que toca, por exemplo, os diferentes modelos de motores, as bombas para irrigação indispensável na horticultura que gera as verduras, legumes, frutas e flores. Ou as grandes áreas de café, produtos cítricos e até algodão. Não há refrigeração de carnes, leite e derivados sem eletricidade; nem na regulagem de temperatura nas criações de vacas leiteiras, frangos e suínos; na iluminação; em cercas elétricas; no monitoramento das propriedades rurais; nos escritórios agrícolas onde a internet tem papel central na gestão.

Diante dessas demandas todas, têm crescido nas fazendas brasileiras a geração e o uso da energia solar produzida localmente. Desde 2012, os produtores rurais já investiram cerca de R$ 3,4 bilhões em energia solar, gerando mais de 21 mil empregos. O setor rural responde, hoje, por 13,1% de toda a potência instalada em sistemas de geração própria com a fonte fotovoltaica.

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