Recentemente, Pedro Sánchez, novo premiê da Espanha, nomeou seu gabinete com mulheres na maioria dos postos de liderança. Pela primeira vez na história do país, o número de mulheres é quase o dobro do de homens: são 11 para 6.
No Brasil, a sub-representação da mulher na política ainda é realidade. Eu mesma faço parte dos tímidos 10% de mulheres na Câmara, percentual quase tão baixo quanto os 16% da bancada feminina no Senado.
Apesar de as brasileiras terem progredido em áreas como educação e saúde, a baixa representação na política foi o principal responsável pelo desempenho no relatório do Fórum Econômico Mundial, que mede igualdade entre homens e mulheres. Em 2017, o Brasil perdeu 11 posições e caiu para 90º entre 144 países.
Além da igualdade de gênero, precisamos lutar por mais diversidade. Afinal, a maior característica do nosso país é a heterogeneidade, ainda pouco representada no Congresso.
Se analisarmos nossos políticos, encontraremos muito mais padrão do que diferenças. Deixamos de ampliar nosso olhar a outras camadas sociais. É o que ocorre não só com mulheres e pessoas com deficiência, mas também com a população LGBT e a indígena, por exemplo.
Hoje já há a reserva mínima de 30% das vagas nos partidos para mulheres, mas isso não se refletiu nos Parlamentos. Muito se deve à falta de investimento das próprias siglas em campanhas femininas e na formação política de mulheres. Por mais vagas que se criem, a disputa com homens ainda é desigual. Sem falar nas "candidatas laranjas", usadas só para cumprir a legislação.
Além de os partidos se mostrarem legítimos redutos masculinos, a política brasileira ainda se mostra como um "jogo sujo", desanimando mulheres a se filiarem e seguirem a vida pública. Por outro lado, o número de lideranças femininas fora do Congresso cresce a cada dia.
Sempre cito as mulheres de periferias, que me procuram na luta por inclusão de pessoas com deficiência, melhoria na educação e saúde, entre outras demandas. Daí, percebemos o quanto perdemos quando não temos mais mulheres em cargos públicos, trazendo um olhar diferenciado na elaboração de políticas públicas.
A democracia se fortalece quando há equilíbrio entre homens e mulheres compartilhando experiências. A Espanha já entendeu isso. O que falta para alcançarmos tal pensamento?
No Brasil, a sub-representação da mulher na política ainda é realidade. Eu mesma faço parte dos tímidos 10% de mulheres na Câmara, percentual quase tão baixo quanto os 16% da bancada feminina no Senado.
Apesar de as brasileiras terem progredido em áreas como educação e saúde, a baixa representação na política foi o principal responsável pelo desempenho no relatório do Fórum Econômico Mundial, que mede igualdade entre homens e mulheres. Em 2017, o Brasil perdeu 11 posições e caiu para 90º entre 144 países.
Além da igualdade de gênero, precisamos lutar por mais diversidade. Afinal, a maior característica do nosso país é a heterogeneidade, ainda pouco representada no Congresso.
Se analisarmos nossos políticos, encontraremos muito mais padrão do que diferenças. Deixamos de ampliar nosso olhar a outras camadas sociais. É o que ocorre não só com mulheres e pessoas com deficiência, mas também com a população LGBT e a indígena, por exemplo.
Hoje já há a reserva mínima de 30% das vagas nos partidos para mulheres, mas isso não se refletiu nos Parlamentos. Muito se deve à falta de investimento das próprias siglas em campanhas femininas e na formação política de mulheres. Por mais vagas que se criem, a disputa com homens ainda é desigual. Sem falar nas "candidatas laranjas", usadas só para cumprir a legislação.
Além de os partidos se mostrarem legítimos redutos masculinos, a política brasileira ainda se mostra como um "jogo sujo", desanimando mulheres a se filiarem e seguirem a vida pública. Por outro lado, o número de lideranças femininas fora do Congresso cresce a cada dia.
Sempre cito as mulheres de periferias, que me procuram na luta por inclusão de pessoas com deficiência, melhoria na educação e saúde, entre outras demandas. Daí, percebemos o quanto perdemos quando não temos mais mulheres em cargos públicos, trazendo um olhar diferenciado na elaboração de políticas públicas.
A democracia se fortalece quando há equilíbrio entre homens e mulheres compartilhando experiências. A Espanha já entendeu isso. O que falta para alcançarmos tal pensamento?
Mara Gabrilli
Deputada federal (PSDB-SP) desde 2011 e eleita para representar o Brasil no Comitê da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (2019-2022)
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