No período de namoro com DEM, PP e companhia, cada passo dado fora da cartilha do liberalismo fazia mais barulho do que o normal. A carta que enviou para sugerir a paralisação das negociações entre a Embraer e a Boeing provocou um estrondo no grupo de partidos que é abertamente pró-privatizações.
No fim das contas, o pedetista perdeu também a direita. Recebeu um veto de economistas de viés liberal, reforçou as antipatias do mercado a sua candidatura e terminou sem o apoio do bloco que daria musculatura política a sua campanha.
O deslocamento errático pode ter queimado terrenos que Ciro pretendia percorrer no eleitorado de centro. Ele terá poucas alternativas a não ser recuar à esquerda, ainda que precise enfrentar o congestionamento que será causado pelo futuro apoio de Lula a um candidato do PT.
Bem encaminhada, uma aliança com o PSB daria a Ciro a “hegemonia moral e intelectual” que desejava conferir a sua chapa. Será difícil, porém, fingir que não esteve prestes a assinar uma carta de boas intenções com o DEM e o centrão.
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