quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

ESTADÃO / POLÍTICA -Transformação digital e propósito marcam 149 anos do ‘Estadão’ e abrem caminho para os 150

 Dentro de exatamente um ano, o Estadão completará seu 150º aniversário. O jornal se aproxima do sesquicentenário com uma combinação única como sua longevidade. Investe na modernização contínua para conhecer cada vez melhor suas diferentes audiências e entregar a elas, no formato mais adequado, produtos que defendam o propósito liberal e republicano presente desde a primeira edição de A Província de São Paulo, em 4 de janeiro de 1875.

Ao longo dos últimos meses, a modernização se traduziu em movimentos como a reorganização da redação com foco na produção digital, com linguagem e formatos digitais, e ações pioneiras na imprensa brasileira de uso de inteligência artificial generativa. O propósito, no jornalismo voltado a defender a coisa pública, a democracia e as liberdades, por meio de reportagens exclusivas, grandes coberturas e editoriais firmes que pautam o debate no País.

“O projeto de transformação digital que vem sendo implantado no Estadão é contínuo, nunca termina, pois novas tecnologias estão sempre surgindo. Temos de entendê-las rapidamente e aproveitar as oportunidades que trazem para sermos cada vez mais relevantes para a sociedade brasileira”, diz o diretor-presidente do Grupo Estado, Francisco Mesquita Neto.

Redação do jornal O Estado de S. Paulo em 2023
Redação do jornal O Estado de S. Paulo em 2023 Foto: DANIEL TEIXEIRA / ESTADAO

A tecnologia é elemento central na virada dos 149 para os 150 anos. Se 2023 foi marcado pelo uso massivo da inteligência artificial generativa, o jornal colocou-se na vanguarda do uso do recurso no País. Em outubro, lançou a Leia, modelo de IA que gera conteúdos a partir do próprio acervo do Estadão. Primeiro, de tecnologia. Depois, cultura, entretenimento e gastronomia. Ao longo deste ano, serão incorporadas as demais áreas de cobertura.

Paralelamente, o Estadão foi o primeiro grande veículo do País a definir e divulgar sua política de uso de IA para produção de conteúdo. Traduções simples e transcrições já foram incorporadas à rotina dos jornalistas, que revisam rigorosamente o trabalho tecnológico para evitar “alucinações”. Novas práticas devem ser testadas, de modo a aumentar a produtividade e liberar a expertise jornalística para entender e atender melhor as diferentes audiências.

Política

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“O Estadão desenvolveu ferramentas para impactar as mais diversas audiências qualificadas, de acordo com a necessidade dos clientes. Hoje, estamos tecnicamente aptos para segmentar a produção de conteúdo ou a entrega de publicidade de acordo com as demandas do mercado. Assim, o Estadão leva ao mercado uma proposta de valor que inclui credibilidade, tradição, inovação e relevância”, diz André Furlanetto, diretor-executivo de Estratégias Digitais do Estadão.

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Leia, modelo de IA que gera conteúdos a partir do próprio acervo do 'Estadão'
Leia, modelo de IA que gera conteúdos a partir do próprio acervo do 'Estadão' Foto: Estadão

A combinação destes fatores tem impacto direto em como o jornal produz conteúdo hoje. A sempre árida cobertura de Plano Diretor e Lei de Zoneamento foi aproximada do público por meio de mapas interativos em que era possível ver o impacto de cada etapa dos projetos na rua do leitor. Simplificar com guias, mapas e exemplos práticos também foi a tônica em temas que atravessaram 2023 e seguem em 2024, como a Guerra Israel-Hamas e a reforma tributária.

Predominante em todas as plataformas digitais, a produção em vídeo é outro herdeiro em pleno crescimento do texto profundo e bem escrito que sempre marcou o Estadão. No fim deste mês, estreia a segunda temporada do “Dois Pontos”, vodcast distribuído em serviços de vídeo e áudio que debate temas do momento por meio de diálogo saudável, sem intolerância e ódio. Uma contribuição do jornal para melhorar o ambiente do debate público em um País ainda altamente polarizado.

Estadão também levou para vídeo as já consagradas checagens do Verifica, iniciativa pioneira e de sucesso de combate à desinformação nas redes e plataformas digitais. E lançou o “Joga na Busca”, produto em que políticos respondem diretamente o que as pessoas mais pesquisam sobre eles na internet.

“Em seus quase 150 anos de existência, o Estadão esteve à frente de seu tempo em cada quadra histórica, olhando sempre para frente, em uma invejável trajetória. Agora, culminando anos de modernização tecnológica, o jornal se habilita a competir com sucesso no mundo digital, servindo seu público e cumprindo ainda mais vigorosamente sua missão editorial”, resume Eurípedes Alcântara, diretor-executivo de Jornalismo do Grupo Estado.

Episódio do vodcast 'Dois Pontos', com participação dos professores Gunther Rudzit e Carolina Pedroso e apresentação dos jornalistas Roseann Kennedy e Luiz Raatz
Episódio do vodcast 'Dois Pontos', com participação dos professores Gunther Rudzit e Carolina Pedroso e apresentação dos jornalistas Roseann Kennedy e Luiz Raatz Foto: Felipe Rau/Estadão

Cumprir a missão editorial com mais vigor na natureza “caótica” do ambiente digital exige processos e treinamentos. A partir do meio de 2023, o jornal passou a construir uma estrutura de governança e qualidade de conteúdo, para garantir o mesmo padrão em tudo que for publicado “sob o cavalinho”, não importa se nas tradicionais páginas do jornal de domingo ou em um vídeo de TikTok.

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Treinamentos em vídeo, criação de gráficos simples e técnicas de SEO, entre outros, contribuem para uma maior uniformidade na linguagem digital, além de ganho de produtividade. Métricas de performance e engajamento acompanhadas em tempo real permitem compreender imediatamente o impacto de cada conteúdo no público.

Este, um ativo histórico do EstadãoDa sempre citada série sobre a guerra de Canudos, no final do século XIX, feita pelo correspondente Euclides da Cunha, que virou o clássico Os sertões, às reportagens que contaram as histórias dos últimos governos, o jornalismo do Estadão intensifica a aposta na cobertura das nuances de um Brasil complexo, em grandes reportagens e furos.

Euclides da Cunha foi correspondente do 'Estadão' no sertão baiano, testemunhou o desenrolar da Guerra de Canudos e o narrou em telegramas ao jornal
Euclides da Cunha foi correspondente do 'Estadão' no sertão baiano, testemunhou o desenrolar da Guerra de Canudos e o narrou em telegramas ao jornal  Foto: Acervo/Estadão

Em 2023, foi o Estadão quem revelou o caso das joias de Bolsonaro, série de reportagens que ganhou os principais prêmios de jornalismo do ano. Olhando para Lula 3, foi pelo Estadão que o País soube antes de importantes medidas econômicas de Fernando Haddad em ano de reforma tributária e arcabouço fiscal; descobriu atos do ministro das Comunicações, Juscelino Filho, que resultaram em investigação na Justiça; conheceu a “Dama do Tráfico”, presente em audiências nos ministérios da Justiça e dos Direitos Humanos.

Novas e maiores audiências

Um dos principais focos estratégicos do Estadão à beira dos 150 anos é combinar a defesa do propósito por meio de um jornalismo de alta qualidade com a chegada a novas e maiores audiências. Ampliar o público atual e descobrir novos passa, obrigatoriamente, por uma atuação coordenada entre as áreas de Jornalismo, Estratégias Digitais e Mercado Anunciante.

“O objetivo de uma estratégia digital é oferecer ao leitor e assinante uma experiência de consumo/uso à altura da qualidade do jornalismo e da missão da marca. Os recursos contemporâneos de tecnologia e produto permitem servir o público com cada vez mais conveniência, relevância e impacto. É apenas o começo dessa jornada”, diz Paulo Pessoa, diretor-executivo de Mercado Anunciante.

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É em Mercado Anunciante, por meio da Publishing House, que estão produtos como E-InvestidorPaladarEstadão Recomenda e Jornal do Carro, todos em franco crescimento de audiência. Também serão lançados novos produtos nos próximos meses, em áreas com alta atratividade para público e anunciantes.

Estadão Talks, por meio do Estadão Blue Studio, realizou o seminário “O papel do Supremo nas democracias” em 2023
Estadão Talks, por meio do Estadão Blue Studio, realizou o seminário “O papel do Supremo nas democracias” em 2023 Foto: Werther Santana/Estadão Conteúdo

A tabelinha entre Publishing House e Jornalismo permitiu ao Estadão fincar o pé na realização de eventos presenciais, com transmissão ao vivo. Ano passado, a entregas já consagradas como o Summit Imobiliário, somaram-se “Reconstrução da Educação””O papel do Supremo nas democracias” e “Quais os rumos da economia do País”, em parceria com a B3 e a presença do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

Iniciativas similares estão no radar para 2024, com atenção especial para educação, saúde e economia verde, áreas diretamente ligadas ao propósito e à proposta de valor do jornal. A produção de eventos e conteúdos não se restringirá à equipe do Estadão, mas também à associação com redes já estabelecidas e de atuação reconhecida nessas áreas. Uma forma de fazer do jornal um fórum de discussão de temas importantes com diferentes parceiros da sociedade.

As áreas de jornalismo e tecnologia também começam o ano finalizando os últimos detalhes dos produtos e da cobertura das eleições municipais, em outubro. Será a primeira disputa nas urnas com uso massivo de IA generativa.

Estadão se servirá da tecnologia para melhor atender seu público, da mesma forma que estará atento ao uso pelas campanhas, no que pode ser uma nova fronteira de disseminação de desinformação. A cobertura se guiará pela defesa da democracia e das liberdades e o respeito à coisa pública desdobrados em uma agenda que toque diretamente a vida nas cidades.

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Uma combinação entre propósito e olhar para frente, refletidos em um jornalismo de excelência, exatamente como o Estadão vem fazendo desde 4 de janeiro de 1875.

GM mantém posto de maior vendedora de carros nos EUA em 2023, FSP

 

A General Motors manteve em 2023 a posição de montadora que mais vende nos Estados Unidos, superando a Toyota, com a redução dos problemas de oferta e a demanda sustentada assegurando ao setor o seu melhor ano desde a pandemia.

A montadora de Detroit superou os impactos da greve de funcionários e reportou vendas de 2.594.698 veículos novos nos EUA em 2023, aumento de 14,1% em relação ao ano anterior, enquanto as vendas anuais da Toyota subiram 6,6%, para 2.248.477 veículos.

As montadoras devem ter vendido um total de 15.499.224 veículos nos EUA em 2023, o maior patamar desde 2019, quando a indústria vendeu 17.044.011 veículos, segundo dados da consultoria Cox Automotive.

O ressurgimento nas vendas ocorre após as empresas aumentarem sua produção para acompanhar a demanda sustentada por veículos novos em 2023, embora alguns analistas alertem que as altas taxas de juros terão impacto na procura este ano.

"Os preços elevados dos veículos e as altas taxas de juros continuam sendo o problema da indústria no momento, e essa tendência continuará no próximo ano", disse a Cox.

Na parte de elétricos, as vendas totais de veículos nos EUA devem representar cerca de 8% das vendas totais de automóveis em 2023, com esse número aumentando para cerca de 10% este ano, acrescentou a Cox. No entanto, analistas afirmam que as altas taxas de juros também deverão prejudicar a demanda por veículos elétricos.

(Reuters)

Corte de contas aponta sobrepreço de 29% em contrato bilionário do lixo em São Paulo, FSP

 Uma auditoria do Tribunal de Contas do Município (TCM) de São Paulo apontou falhas graves e evidências de um sobrepreço de R$ 2,9 bilhões no contrato de R$ 10 bilhões para cinco anos de coleta de lixo na capital paulista elaborado pela gestão do prefeito Ricardo Nunes.

O leilão, que estava previsto para meados de dezembro, segue suspenso até que os ajustes sejam feitos. Há nove lotes de serviços previstos.

Procurada, a Prefeitura disse que esclarecerá os pontos assinalados pelo conselheiro do TCM João Antonio e afirmou que o certame será retomado após o posicionamento do tribunal.

"Além disso, a Prefeitura destaca que o edital ainda passa por revisão, descartando que haja sobrepreço, uma vez que o processo está em análise, respeitando os ritos processuais acordados com o tribunal", disse a prefeitura em nota.

Equipe de limpeza na região da Cracolândia, centro de São Paulo
Equipe de limpeza na região da Cracolândia, centro de São Paulo - Rubens Cavallari - 19.set.2023/Folhapress

Hoje, duas empresas cuidam da coleta e destinação dos resíduos: Loga (do grupo Solví) e Ecourbis (Queiroz Galvão e Marquise). Os contratos vencem em outubro deste ano.

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De acordo com o relatório do TCM, as métricas utilizadas de produtividade das equipes foram subestimadas, enquanto a previsão de gastos para combustíveis, uniformes e insumos (sacos plásticos, por exemplo), entre outros itens, foram majorados.

Em um dos tipos de varrição de vias e sarjetas previstos pelo edital, a prefeitura considerou a produtividade média diária de 4,75 km por dupla, abaixo daquela que vigorou no contrato anterior. Somente isso gera um sobrepreço de R$ 408,6 milhões.

Em um dos tipos de uniformes, o edital prevê 8% do valor do contrato em vez de 2,4%, índice usado como referência anteriormente. Resultado: R$ 97,3 milhões a mais.

A consideração injustificada de 15 sacos plásticos por varredor, em vez de dez, como na contratação anterior, conjugada com o aumento injustificado no valor por saco plástico (o TCM realizou pesquisa de preço) gera um sobrepreço de R$ 42,7 milhões.

TRAVAS NA CONCORRÊNCIA

Além das referências de preços, os auditores apontaram falhas na divisão do contrato em lotes e mecanismos de garantia que, na prática, restringem a competição, direcionando o edital para grandes grupos.

"A administração não apresentou nenhum elemento técnico determinante ou suficiente para justificar a subdivisão da presente licitação em nove lotes", diz o relatório da auditoria do TCM.

Também aponta inexistência de argumentos técnicos para a limitação do número de empresas admitidas em cada consórcio interessado.

A exigência de atestados de experiência das pleiteantes em "parcelas" do serviço —varrição ou coleta mecanizada, por exemplo— "não se mostra razoável e restringe indevidamente o certame", dizem os auditores.

Além disso, não há explicação para a exigência de patrimônio líquido de, no mínimo, R$ 11 bilhões por ano (10% do valor superior ao efetivamente estimado para a contratação).

"Está sendo exigida qualificação econômico-financeira para executar simultaneamente todos os lotes de que o licitante venha a participar, enquanto, por força de itens do edital, eles só poderão efetivamente executar o contrato referente a um lote, ainda que participem de mais de um processo competitivo."

Inicialmente, a prefeitura avaliava a renovação dos contratos vigentes. A discussão foi parar no TCM em meados de julho do ano passado. O órgão fez críticas ao serviço se opondo à prorrogação das concessões.

A corte municipal de contas deu, então, prazo de seis meses para que a prefeitura enviasse os estudos de uma nova licitação.

POR DENTRO DO CONTRATO

Confira os achados da corte de contas de São Paulo

Varrição de sarjetas
Produtividade média diária indevida e injustificada de apenas 4,75 km por dupla
Valor a mais: R$ 408.620.660,63

Varrição de sarjetas e calçadas
Produtividade média diária indevida e injustificada de apenas 3 km eixo por dupla
Valor a mais: R$ 63.948.932,07

Varrição mecanizada
Velocidade média de apenas 8km/h pelo veículo contra 10km/h da contratação anterior
Valor a mais: R$ 59.417.229,46

Varrição de feira livre
Produtividade média de apenas 1.600m² por dupla contra 3.363m² por dupla na contratação anterior
Valor a mais: R$ 170.792.464,59

Coleta por equipe de lixo em volume
Produtividade média de apenas 302 km
Valor a mais: R$ 228.180.436,02

Pontos de Entrega Voluntária (PEV)
Realização de apenas uma viagem por veículo no serviço
Valor a mais: R$ 27.689.462

Sacos plásticos
Uso de 15 unidades por varredor, em vez de 10, como na contratação anterior. Preço mais elevado não se justifica, segundo pesquisa de preço
Valor a mais: R$ 42.741.131,99

Uniformes
Média de 8% para determinado tipo, ante 2,4% do contrato anterior para uniformes, EPIs e ferramentas; média de 6% de outro tipo, ante 2,17%.
Valores a mais: R$ 97.345.772,10 e R$ 40.781.512,61, respectivamente

Combustíveis
Utilização do custo Siurb e não da metodologia mais aderente à realidade que já era utilizada nos editais anteriores
Valor a mais: R$ 438.937.822,48

Coleta manual de resíduos de varrição com compactador
Impropriedades na composição de custos
Valor a mais: R$ 247.467.406,00

"Carro Popular"
O custo horário desse serviço apresenta distorção
Valor a mais: R$ 812.569,05

Encargos sociais
Uso indevido de percentual para férias superior ao edital anterior
Valor a mais: R$ 504.965.924,23

Insalubridade
Adicional de 20% em vez de 10%, como prevê a Convenção Coletiva da categoria
Valor a mais: R$ 39.977.163,17

Situação de rua
Indícios de superdimensionamento da quantidade de equipes do serviço de "Asseio em locais com população em situação de rua"
Valor a mais: R$ 626.611.434,53
Fonte: TCM

Com Diego Felix