domingo, 5 de novembro de 2023

Polícia de SP diz ter prendido dez foragidos entre público do GP de Fórmula 1, FSP

 A Polícia Civil de SP informou ter prendido dez foragidos da Justiça durante o Grande Prêmio São Paulo de Fórmula 1, no Autódromo de Interlagos, na zona sul da capital paulista, entre sexta (3) e sábado (4). As prisões teriam sido realizadas pela Deatur (Divisão Especial de Atendimento ao Turista).

De acordo com nota divulgada pela pasta, os suspeitos eram alvo de ordem judicial de prisão por conta de condenações em processos ou decisões cautelares, pelo cometimento de crimes ligados à pedofilia, entre outros. Os nomes dos suspeitos não foram divulgados.

A polícia chegou a divulgar a prisão de condenado por roubo, mas, à Folha, pasta disse que o homem conseguiu escapar "antes da chegada das equipes policiais".

As prisões aconteceram, ainda segundo o governo paulista, após a identificação dos suspeitos entre o público após o cruzamento de dados entre a Secretaria da Segurança e a organização do evento. A polícia não detalhou, porém, como ocorreram as identificações e as prisões, se dentro ou fora do autódromo.

Vista do autódromo de Interlagos em uma das áreas do Heineken Village
Vista do autódromo de Interlagos, na zona sul da capital, onde polícia diz ter prendido dez foragidos da Justiça - Sandro Macedo/Folhapress

Em nota, a pasta diz que a partir da integração do sistema da segurança pública ao banco de dados da organização do evento, algoritmos analisaram em tempo real as informações cadastrais do público e geraram alertas para o efetivo policial empregado no evento.

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O sistema teria funcionado desde o momento da compra do ingresso, fazendo a verificação em bases de dados estaduais e federais, sempre segundo a pasta.

"Um dos indivíduos, condenado por estupro de vulnerável, foi detido enquanto trabalhava em uma empresa de limpeza contratada para o evento", diz nota.

Para o GP de Fórmula 1, o governo paulista diz contar com colaboração da Interpol para o compartilhamento e uso da base de dados para identificar pendências criminais envolvendo o público estrangeiro, mas todas as detenções realizadas até sábado eram de brasileiros.

Os presos foram encaminhados para audiências de custódia e permanecem à disposição do Poder Judiciário, afirma governo paulista.

A Secretaria da Segurança informou, ainda, que tropas especiais da PM desenvolveram há duas semanas operações preventivas no entorno do autódromo de Interlagos para reduzir a criminalidade.

Desde sexta (3), a PM diz ter montado um cinturão de segurança no entorno do autódromo. Um posto de comando também foi instalado no local para coordenar as ações externas e direcionar o fluxo de atuação dos PMs. Neste domingo, dia da corrida, serão empregados 1,3 mil PMs.

A reportagem solicitou informações sobre o total de presos pela polícia cujo mandado de prisão era por pensão alimentícia. Até a publicação desse texto, a informação não havia sido repassada à Folha.

A prisão de suspeitos por esse tipo de situação, que não é considerada criminal, é usada pela polícia paulista para turbinar balanços de operações. Na Operação Escudo, por exemplo, segundo dados da Defensoria, cerca de 30% das prisões eram de homens procurados por atrasar pagamento de pensão.

Lygia Maria ,Ministério da Ignorância, FSP

 Em seu Febeapá (Festival de Besteira que Assola o País), lançado em 1966, o jornalista Sérgio Porto, sob o pseudônimo de Stanislaw Ponte Preta, criou um sofisticado mecanismo de humor que se baseava na reprodução de notícias com falas e atos de autoridades que, de tão absurdos, sequer precisavam de comentário para fazerem rir.


De lá para cá, o festival tornou-se uma tradição nacional celebrada tanto na direita como na esquerda. Jair Bolsonaro (PL) disse que o peixe, por ser inteligente, foge da mancha de petróleo; já Dilma Rousseff (PT) elogiou as "mulheres sapiens" enquanto saudava a mandioca.

Na última semana, a ministra da Igualdade Racial deu sua contribuição para o Febeapá, ao dizer que o termo "buraco negro" é racista. E foi além. Anielle Franco disse que usa "escurecer" no lugar de "esclarecer" para causar incômodo e, assim, fazer com que pessoas brancas percebam que há palavras racistas.

Registro inédito do buraco negro - no instagram @nasa

Ora, ministra, "buraco negro" e "esclarecer" não têm nada a ver com raça, mas sim com luminosidade. Um é objeto astronômico que suga tudo a sua volta, inclusive a luz; o outro é termo que significa iluminar para ver ou entender melhor.

É preciso deixar claro: não existe palavra racista a priori. Os significados das palavras se constituem a partir de interações em atos de fala, em contextos e com interlocutores específicos. O termo "macaco", que designa um tipo de primata, pode ser racista quando proferido num estádio de futebol para um jogador negro. Já em relação a "esclarecer" e "buraco negro", sequer há evidência empírica de uso racista.
A ministra fala da importância de um suposto "letramento racial" num país no qual mais da metade das crianças no 2º ano letivo não estão alfabetizadas, segundo o MEC.

Em vez de respaldar um festival de besteiras sobre linguística, o ministério deveria propor e cobrar ações pragmáticas, baseadas em evidências, que de fato contribuam para a diminuição da desigualdade social, que afeta sobretudo a população negra.

Lima Duarte se despede de Lolita Rodrigues em vídeo: 'Vou logo te encontrar', FSP

 O ator Lima Duarte, de 93 anos, se despediu em um vídeo da atriz Lolita Rodrigues, morta aos 94 anos vítima de uma pneumonia. "Ela era a única pessoa mais velha que eu nesse mundo da televisão. Hoje sou eu o mais antigo. Fiquei sozinho", disse.

Os dois participaram da primeira transmissão de TV no país, na Tupi, em 18 de setembro de 1950, ao lado de Mazzaropi, Lia de Aguiar, Hebe Camargo, Vadeco, Ivon Cury e Wilma Bentivegna, Baltazar e a orquestra de George Henri.

O ator Lima Duarte ao lado de Lolita Rodrigues na Rádio e TV Tupi, em São Paulo - Folhapress

No vídeo de quase três minutos, o ator lembrou de como conheceu Lolita: "Ela cantava músicas espanholas. Eu era operador de som, ajustava o microfone para ela cantar. Ficamos tão amigos. Lolita, como eu te amei."

Os atores chegaram a contracenar na novela de Péricles Leal, "Posto Avançado", de 1955. "Tudo ao vivo, sem equipamento nenhum, só eu e ela e nosso talento", afirmou Duarte, que sente saudades do tempo que viviam "um mensageiro e uma exploradora na selva".

"Fazer a passagem, como dizem os espíritas, tá na hora mesmo, eu vou indo, eu vou logo te encontrar. Descanse em paz, Lolita", afirmou o ator.