quinta-feira, 6 de outubro de 2022

Ex-número 2 da Universal diz que Lula 'é de Deus', FSP

 Anna Virginia Balloussier

SÃO PAULO

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) "é uma pessoa bacana, do bem, uma pessoa de Deus", e não se deve levar tão a sério o líder evangélico que hoje fale o contrário.

É só voltar a 2014, na inauguração do Templo de Salomão, a construção de inspirações bíblicas que a Igreja Universal do Reino de Deus ergueu em São Paulo, no primeiro mandato de Dilma Rousseff.

"Todo mundo do PT estava lá. O que acontece é o seguinte: quero um pedaço de pão, quem pode me dar um pedaço maior? Bolsonaro? Então vou ficar com ele."

O ex-bispo da Igreja Universal do Reino de Deus Romualdo Panceiro
O ex-bispo da Igreja Universal do Reino de Deus Romualdo Panceiro - Bispo Romualdo no YouTube

Não é qualquer um falando isso. As declarações são do bispo Romualdo Panceiro, ex-número 2 da Universal e considerado, no passado, potencial sucessor do bispo Edir Macedo, que chegou a chamá-lo de "o maior milagre de Deus". O bispo dizia que, se morresse, "Romualdo assume tudo".

Há dois anos, ele virou dissidência —mais uma, como são a Mundial do Poder de Deus, de Valdemiro Santiago, e a Internacional da Graça de Deus, de R.R. Soares, cunhado do fundador da Universal.

Panceiro esteve na quarta (5) com Lula e gravou um vídeo para a campanha petista. Trata-se da primeira liderança de peso a respaldar o ex-presidente que, quando chegou à Presidência, arrebanhou o apoio de grandes nomes do evangelicalismo, como o próprio Macedo. Todos hoje estão com Jair Bolsonaro (PL).

Para o ex-bispo da Universal, é balela o papo que sua antiga igreja tenta vender, de que um cristão de verdade não pode ser de esquerda. "Precisou desses anos todos para chegarem a essa conclusão? Anos atrás, todo mundo estava com Lula. O que ele fez para que chegassem a essa conclusão?"

Panceiro aposta que, se o petista vencer a disputa presidencial, no dia seguinte à posse haverá fila no Palácio do Planalto. "Amanhã esse pessoal que está com Bolsonaro e detesta Lula, esse pessoal que vem com essa ideia de gênero, que é mentira, todo mundo vai apoiar Lula."

"Essa ideia de gênero", no caso, é a chamada ideologia de gênero, front de batalha ideológica e política para conservadores contrários ao debate sobre diversidade sexual e identidade de gênero. Essa teoria, fundamentada em boa parte em notícias falsas, pressupõe que a esquerda tem um plano doutrinário para erotizar crianças nas escolas e as empurrar para posições LGBTQIA+.

Panceiro rebate a ideia de que endossar o PT mina a sua cristandade. "Não posso? Por quê? Quem vota no Lula não é cristão?" Ele ri nessa hora. "Essa coisa aí de 'deixei de ser cristão porque estou apoiando Lula', sabe o que é? É fanatismo. Não dependo da opinião de quem quer que seja para viver a minha fé."

O bispo chama de interesse político a aderência irrestrita de pastores graúdos ao bolsonarismo. "O que o pessoal quer? Poder, influência. Estão em jogo verbas que o governo pode dar para favorecer emissoras etc. Hoje a verba —que a gente chama de pão— é repartida talvez de forma injusta. Pedaço maior para fulano e um menor para beltrano. Na época do Lula, o pedaço de pão era repartido de forma justa."

Hoje Panceiro lidera a Igreja das Nações do Reino de Deus, de pequeno porte e de linha neopentecostal, como sua antiga casa. Ele, contudo, ainda é um rosto conhecido de fiéis da Universal —que atribuiu a saída do ex-bispo, que estava em seu quadro desde os anos 1980, a "condutas inadequadas".

Em 2010, a Folha publicou reportagem sobre uma videoconferência realizada entre a cúpula da Universal dois anos antes. Nela, a direção da igreja orientou pastores a se aproximarem de "bandidos" e presos para evitar que a instituição seja vítima de assaltos. Os pastores deveriam procurar criminosos para explicar seu trabalho social. A reunião foi conduzida por Panceiro, que dizia falar em nome "do bispo".

Mas o motivo da quebra na relação, segundo contou Gilberto Nascimento, autor de "O Reino - A História de Edir Macedo e uma Radiografia da Igreja Universal", para reportagem publicada pela BBC Brasil, teria sido a ascensão de um concorrente interno, o que desagradou Panceiro.

Agora, o apontado a sucessor é Renato Cardoso, genro de Edir Macedo, casado com a primogênita dele. Panceiro teria ficado magoado. Questionado pela Folha sobre as desavenças, ele diz que prefere não tocar no assunto. "Você se incomoda de não falarmos a respeito disso? Fico até triste de me referir assim."

Voltemos a Lula. Panceiro conta que, quando o petista era presidente, encontraram-se três vezes. "Simpatizei muito com ele, porque, além de governar para todos, dava atenção às pessoas simples. Os olhos dele eram mais voltados às pessoas necessitadas, talvez pela origem humilde dele, como a minha."

Chama a relação com o ex-presidente de "namoro antigo" e diz acreditar no projeto dele. "Vai fazer política justa para ricos, pobres. Ele é uma pessoa do bem, uma pessoa de Deus. Nada contra o Bolsonaro. Mas não sou do tipo de ficar em cima do muro. Ou vou para um lado ou para o outro, não sou morno."

Também opina sobre o expurgo de pastores à esquerda em templos. Há vários exemplos, desde batistas até a maior convenção da Assembleia de Deus. "Um absurdo. Você pode, como líder, falar do seu candidato, é um direito. Mas impor aos seus comandados uma situação dessas fica meio forte, né?"

Panceiro, que morou muitos anos no exterior em trabalho missionário, conta que em 2018 votou para presidente do Brasil de Los Angeles. Mas diz não se lembrar se em Fernando Haddad (PT) ou Bolsonaro.

Demi Getschko fala do futuro da Internet no Brasil, Próximo Nível

 Cerca de dois terços dos brasileiros estão conectados à internet e grande parte de nós temos a rede como principal ferramenta de lazer, de estudos e de atividades gerais de comunicação. Mais ainda, com o anywhere office, a internet das coisas, a inteligência artificial, o machine learning, a blockchain, etc, a conectividade da internet deve interferir cada vez mais no nosso trabalho e na nossa relação social. Na dianteira e na observação desses movimentos está Demi Getschko, um dos precursores da internet brasileira, entrevistado com exclusividade pelo Próximo Nível.

Nesta conversa, Demi – que é diretor-presidente do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br) e conselheiro por notório saber do Comitê Gestor da Internet do Brasil (CGI.br) desde a sua fundação, em 1995 – define conceitos de liberdade da internet, mostra a importância da técnica e da educação digital e explica como a rede é estruturada no Brasil. “Se formos conservadores no que fazemos e liberais no que aceitamos, a internet caminhará para uma era mais sólida”, adianta ele. Acompanhe os principais trechos da entrevista.

O último levantamento do Cetic apontou para a necessidade de ampliar a conectividade nas cidades com menos de 20 mil habitantes no Brasil. Como você avalia o papel da internet na inclusão social?

É de se esperar que uma grande operadora tenha menos estímulo para atuar em cidades menores. Por isso, surgiram as redes comunitárias, assim como os pequenos provedores de internet. Isso ilustra como a internet é uma “coleção de redes” para que a conectividade chegue a cada local. É importante que, onde não haja oferta de serviços, haja ação conjunta do governo e da iniciativa privada para viabilizar a internet, pois a conectividade torna-se cada vez mais fundamental para a competitividade, em várias esferas da sociedade. Quase tudo tem alguma forma de “eletrônica embarcada” hoje em dia, e a tendência é que isso se amplie cada vez mais com a internet das coisas que, junto com a inteligência artificial e outras tecnologias, vai permitir o acompanhamento de atividades rurais, por exemplo, além de outros acessos capazes de reduzir a distância social entre as pessoas.

Alguns especialistas apontam para a tendência de maior concentração urbana, favorecendo os conceitos de cidades inteligentes e elevando a demanda por conectividade e tecnologia. Como você avalia isso?

Demi Getschko

É mais fácil conectar gente em áreas urbanas do que em rurais, principalmente no Brasil, dadas as suas dimensões territoriais. Por isso, vejo como natural haver uma concentração urbana, desde que se tenha boa infraestrutura de fibra óptica e as várias ferramentas que ajudam a conectividade, como as redes WiFi e celular. Em áreas remotas é mais difícil levar essa infraestrutura, e aí contamos com complementos via satélites, lembrando que hoje há também satélites de baixa órbita, que apresentam baixa latência. Precisamos sempre pensar nesse conjunto de tecnologias, pois não há “bala de prata” para resolver a conectividade de um país como o Brasil.

Como você avalia o 5G nesse cenário?

Há vários protocolos e tecnologias e não acho que para a conectividade de áreas ermas, por exemplo, o 5G seja a opção mais fácil. Por outro lado, ele promete ser melhor para locais com maior concentração de pessoas e dispositivos, como acontece num estádio de futebol, assim como para a automação industrial. Então, parece-me, é preciso combinar as várias tecnologias existentes.

Inclusive a Blockchain?

Demi Getschko

Sim. E nesse aspecto se fala muito da blockchain como ferramenta contra a concentração na internet. Lembro que há mais de 30 anos defende-se que a internet precisa voltar a ser mais distribuída. Quando a América Online entrou em cena, por exemplo, o discurso era: “venha morar no nosso jardim murado, onde você terá tudo que precisa”. É a mesma coisa que as redes sociais fazem hoje, com o intuito de fazer com que o usuário deixe de ser tão ativo na internet e passe a se comportar como o “sócio de um clube”. Isso tem consequências. Hoje há uma campanha pela web 3.0 chamando para uma melhor distribuição no uso da internet. Por algum motivo, argumenta-se que as criptomoedas e a blockchain podem ser um caminho para essa distribuição. Eu sou totalmente a favor de uma desconcentração da internet, mas o meu receio é que, às vezes, as boas intenções e os caminhos adotados levam a desvios imprevistos. Eu não creio que web 3.0 vá conseguir ser mais diluída com criptomoedas e, por isso, entendo que é preciso desacoplar as criptomoedas da web 3.0 nessas discussões, em favor de uma real desconcentração da internet.

Qual é a relação da distribuição da internet com cibersegurança e outros efeitos colaterais, como as fake news?

Lei de Postel já indicava que, para que a internet cresça e funcione, precisamos ser conservadores no que fazemos e liberais no que aceitamos. Ou seja, todos sabemos que acabaremos por receber algum “lixo” e ser objeto de ataques. Faz parte da internet. Isso já foi dito nos anos 1980 e vale até hoje. O que precisamos é ter as armas necessárias para nos defender. O mais interessante é que a internet gerou essa abertura para que todos possam falar. A partir daí, cabe ao receptor entender melhor os pesos e a qualidade do que recebe dos emissores. Hoje, ainda estamos nessa fase de deslumbramento do “poder falar” para todos – uma reação ao que acontecia na época do broadcast, onde apenas poucos canais, tecnicamente habilitados, falavam. Então, é um processo de adequação e entendo que, entre ônus e bônus, poder falar livremente é a melhor conquista, mesmo que tenhamos de ouvir certas bobagens em troca. Esse processo tende a decantar, gerando melhor equilíbrio.

Você falou em pesos diferentes…

Sim, e essa dualidade mostra que não podemos ser estáticos quanto à distribuição da internet. Ao mesmo tempo que a liberdade de expressão é válida e necessária, precisamos estabelecer o que é técnico, sólido, e o diferenciar de meras opiniões pessoais. Teremos, portanto, um risco inerente se, ao lutarmos pela democratização da informação para todos, acabarmos por promover uma falsa “democracia de especialidades”, onde todos falemos sobre tudo, e com o mesmo peso, cristalizando visões da maioria em temas de especialidade técnica.

Quais são as suas indicações de enfrentamento nesse sentido?

O NIC.br tem um monte de material sobre “internet mais segura”, envolvendo boas práticas de segurança até mesmo para os provedores de infraestrutura. Mas a chave continua no usuário. Precisamos elevar o letramento digital das pessoas, para mostrar que tudo tem contrapartida, e não, simplesmente, buscar limitar o uso da internet. É preciso explicar que, na internet, sempre se deixam rastros, e muitos malefícios são consequências disso. O ataque cibernético é o mal mais técnico, mas também há a disseminação das fake news, assim como outras práticas naturais da sociedade, que sempre existiram, mas hoje são potencializadas pela rede. 

Demi Getschko

Eu escrevi recentemente para o Estadão um texto mostrando o que o Bruce Schneier, especialista em segurança e criptografia, chama  de “complexidade barata”. Ele diz que “hoje é mais fácil construir sistemas complexos que simples. Se há vinte anos se construía um refrigerador com hardware e software específicos, hoje basta pegar um microprocessador de mercado e escrever um programa para ele. E esse processador terá número IP, microfone incluído, porta de vídeo, bluetooth e mais outras coisas. E, como elas estão lá, presentes, alguém tentará usá-las”. Ele mostra aí que o atacante pode não visar a violar o acesso em si, mas apenas obter um ponto de apoio IP dentro do sistema da vítima, para daí escolher outro objetivo a atacar. Lembro do caso “Mirai”, no qual o programa malicioso invadiu câmeras residenciais para ter pontos de apoio a ataques de negação de serviços externos, por exemplo.

O Brasil passou da marca de 5 milhões de domínios .br recentemente. Como foi esse caminho e quais são as projeções para os próximos períodos?

O crescimento de domínios depende de várias coisas, como confiança no registrador, preço, etc.  Quanto mais gente está conectada, mais domínios são registrados. Temos competidores também, como redes sociais e outros tipos de plataforma que buscam concentrar os usuários no “jardim murado” e acabam influenciando no crescimento dos domínios, pois muitos usuários acabam optando por essas soluções entendendo-as como suficientes. Mas não são. Afinal, se amanhã ou depois uma dessas plataformas é substituída ou desaparece – como já aconteceu – o usuário perde sua  referência digital. 

Como é a estrutura de domínios no Brasil e como ela tem avançado?

O domínio .br é o principal do país e foi delegado ao Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br) em 1989, e desde então apresenta um crescimento razoável, ano a ano. Ele andou meio estagnado por volta de 2018, com crescimento abaixo de 2 dígitos. Aí tivemos, com a pandemia,  um baita crescimento, obviamente pelo aumento do uso da internet no Brasil e no mundo. O .br representa mais de 75% dos domínios no país, e isso nos coloca entre os domínios de código de país melhor sucedidos no mundo.

Como é feito o registro?

Exigimos informações sobre quem registra um domínio .br que é um CPF ou um CNPJ, o que torna o processo restrito a pessoas físicas e jurídicas brasileiras e resulta em mais segurança. Há outros tipos de domínios por aí, em países e regiões, alguns até grátis. Em geral, esses são bem menos seguros.


Geração irresponsável., Guy Perelmuter, OESP

 

Em março deste ano, a SEC - Securities Exchange Commission (órgão norte-americano análogo à CVM - Comissão de Valores Mobiliários) disponibilizou para consulta pública novas exigências ligadas à divulgação de informações referentes aos impactos no meio ambiente causados por empresas listadas. Tais informações deveriam incluir não apenas detalhes sobre as emissões pelas quais cada empresa é diretamente responsável, mas também as emissões causadas pelos fornecedores e parceiros que participam de toda cadeia de suprimentos. Dois meses depois, em maio, a SEC propôs que todos os materiais de divulgação de fundos de investimento com foco ESG (“Environmental, social and Governance”, ou meio ambiente, social e governança) apresentassem suas respectivas estratégias de forma detalhada.

Em junho passado o período de comentários sobre a nova legislação foi encerrado, e o texto final está em avaliação para divulgação até o final deste ano. Gary Gensler, presidente da SEC desde abril de 2021, disse que o objetivo da regra é “fornecer aos investidores informações úteis para auxiliar nas suas decisões, e impor obrigações claras para as empresas emissoras dos relatórios”.

Apesar das preocupações como custos e encargos para atender às novas demandas ou da complexidade para obtenção das informações (em particular as emissões indiretas), o apoio que a iniciativa agregou já parece ser suficiente para que sua adoção ocorra conforme o planejamento da Comissão. No Brasil, a CVM já vem se posicionando sobre o tema, e divulgou no final de maio o estudo “A agenda ASG (ambiental, social e de governança) e o mercado de capitais - Uma análise das iniciativas em andamento, os desafios e oportunidades para futuras reflexões da CVM”. O objetivo da autarquia é não apenas apresentar o que está sendo feito internacionalmente a respeito, mas também indicar os caminhos que pretende trilhar sobre um tema que ganhou a devida importância entre todos os participantes do mercado.

O aumento catastrófico da concentração de dióxido de carbono na atmosfera, um dos causadores do efeito estufa, começou com a Primeira Revolução Industrial em meados do século XVIII. De acordo com dados do Instituto de Oceanografia da Universidade de San Diego, a concentração média de longo prazo de dióxido de carbono, que estava em cerca de 280 ppm (partes por milhão) desde o efetivo início da história da civilização, explodiu em apenas trezentos anos para mais de 400 ppm. Em outras palavras, é inegável apontar a tecnologia e a sociedade moderna como vetores responsáveis pela crise climática na qual estamos inseridos — crise climática essa que é um dos principais fatores que vem impulsionando as iniciativas ESG ao redor do mundo.

Conforme já discutimos na coluna sobre o paradoxo da tecnologia, o combate ao desafio do aquecimento global só tem alguma chance de ser vencido com a aplicação de mais tecnologia. São necessárias iniciativas que busquem atacar questões críticas para a sobrevivência do planeta — gerando, simultaneamente, significativos impactos no mundo dos negócios. Mais do que isso, dados do Climate Watch/World Resources Institute apontaram os quatro setores responsáveis pelas emissões de gases do efeito estufa globalmente — indicando de forma inequívoca o escopo do problema.

Tecnologia e sociedade moderna são vetores responsáveis pela crise climática na qual estamos inseridos - crise essa que vem impulsionando iniciativas ESG ao redor do mundo.
Tecnologia e sociedade moderna são vetores responsáveis pela crise climática na qual estamos inseridos - crise essa que vem impulsionando iniciativas ESG ao redor do mundo. Foto: Reuters

A geração da energia que alimenta o mundo moderno é responsável por quase três quartos das cerca de 50 bilhões de toneladas de gás carbônico equivalente emitidas em 2016: a energia gerada para indústria (metalúrgica, petroquímica, papel, alimentos, entre outras) causa 24% das emissões globais; a energia para edifícios provoca 17% (sendo 11% em edifícios residenciais e 6% em edifícios comerciais); a energia para o setor de transportes emite 16% — sendo que vale a pena observar a discrepância entre o transporte aéreo e marítimo (2% cada) e o transporte rodoviário (12%) — e, finalmente, cerca de 15% são causados por outros itens associados. O segundo setor com maior parcela de emissões é a agricultura e pecuária, com 18% (sendo gado e excrementos responsáveis por 6%). As indústrias química e de cimento geram diretamente em suas atividades 5% dos gases de efeito estufa, e finalmente aterros e resíduos de água são responsáveis por 3%.

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Soluções tecnológicas que buscam mitigar e reverter os impactos sobre o meio ambiente das atividades que movem a economia global formam o segmento de climate tech (ou tecnologia climática) — tema da nossa próxima coluna. Até lá.