sábado, 10 de setembro de 2022

Litro do etanol fica abaixo de R$ 3 em postos em São Paulo, FSP

 Com a política de redução dos preços nos combustíveis às vésperas das eleições promovida pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), os motoristas já pagam menos de R$ 3 pelo livro de etanol em postos de combustíveis em São Paulo.

Considerado o preço de R$ 2,97 do litro do etanol praticado em postos nas zonas sul e oeste de São Paulo, o combustível acumula recuo de cerca de 48,5%, em relação ao patamar médio de R$ 5,77 em dezembro de 2021, segundo dados da Ticket Log.

A forte queda nos preços foi iniciada no fim de junho, quando o Congresso aprovou isenção de impostos federais e um teto para a alíquota do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre o combustível.

Posto de combustível da bandeira Shell na Avenida Roque Petroni Junior, na zona sul de São Paulo
Posto de combustível da bandeira Shell na Avenida Roque Petroni Junior, na zona sul de São Paulo - Bruno Santos - 10.set.2022/Folhapress

Também houve uma correção natural após a alta de 56,5% do etanol no ano passado, puxada no período pela volta da mobilidade e pelo aumento da demanda com o relaxamento das medidas de restrição por causa da pandemia.

A queda tem se dado de maneira acelerada —em meados de agosto, a pesquisa da ANP apontava que o preço médio do etanol havia acabado de voltar a custar menos do que R$ 4 por litro.

Os dados mais recentes da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) indicaram que o preço médio do etanol hidratado no país havia caído 3,4% na semana encerrada em 2 de setembro, em relação à imediatamente anterior, para R$ 3,71 por litro.

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Já o preço da gasolina caiu mais 1,5% nos postos brasileiros na primeira semana de setembro, para R$ 5,17 por litro, alinhado com a queda nas cotações do petróleo no mercado internacional com o risco crescente de recessão global, e os anúncios de redução do combustível pela Petrobras.

MUDANÇAS DE ESTRATÉGIA NA PETROBRAS

O governo conta com a queda dos preços dos combustíveis para reverter danos à imagem provocados pela escalada inflacionária do início do ano. O movimento provocou estragos na imagem do presidente Jair Bolsonaro (PL), que primeiro tentou jogar a responsabilidade nos estados, e depois passou a falar em privatização da Petrobras, o que levou a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) a abrir investigações sobre a empresa.

Nomeado para comandar a Petrobras com a missão de segurar os preços, Caio Paes de Andrade tem tido seu trabalho facilitado pela queda das cotações internacionais, em resposta a temores de recessão global e a novos lockdowns na China.

Em nota distribuída no dia 1º de setembro, quando anunciou a última redução da gasolina, a Petrobras disse que a redução acompanha a evolução dos valores de referência e "é coerente com sua prática de preços, que busca o equilíbrio de preços mas sem o repasse imediato de volatilidades das cotações internacionais e da taxa de câmbio".

Embora os cortes acompanhem as cotações internacionais, a Petrobras aumentou a frequência de comunicados ao público anunciando os reajustes. A mudança começou em julho. A empresa afirma que quer aumentar a transparência.

Levantamento feito pelo OSP (Observatório Social do Petróleo) a pedido da Folha mostra que a Petrobras adotou estratégias diferentes de precificação dos combustíveis nos momentos de alta e de baixa das cotações internacionais do petróleo em 2022.

Quando o petróleo subia, a empresa realizava menos reajustes e praticava preços abaixo das cotações internacionais, segurando o repasse às bombas. Com o petróleo caindo, passou a anunciar reduções frequentes e acompanhar o mercado externo mais de perto.

sexta-feira, 9 de setembro de 2022

Ex-chefe de Polícia Civil do RJ é preso sob suspeita de envolvimento com jogo do bicho, FSP

 Italo Nogueira

RIO DE JANEIRO

delegado Allan Turnowski, que chefiou a Polícia Civil do Rio de Janeiro até março, foi preso nesta sexta-feira (9) sob suspeita de colaborar com contraventores do jogo do bicho.

De acordo com investigação do Ministério Público do Rio de Janeiro, Turnowski é acusado de receber propina da contravenção.

O ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Allan Turnowski; ele deixou o comando da Polícia Civil para se candidatar a deputado federal - Fabiano Rocha - 15.fev.2011/Agência O Globo

A assessoria do delegado foi procurada, mas não se pronunciou até a publicação desta reportagem.

Turnowski era chefe da Polícia Civil da gestão Cláudio Castro (PL), mas deixou o cargo para se candidatar a deputado federal pelo PL. Uma de suas bandeiras de campanha era a operação feita no Jacarezinho em maio de 2021, em que 27 pessoas foram mortas pela polícia --o número de vítimas da favela integrava o número de urna do delegado.

Também foi alvo de busca e apreensão o delegado Antônio Ricardo Lima Nunes, ex-chefe do Departamento-Geral de Homicídios. Ele é candidato a deputado estadual pelo Podemos.

Turnowski construiu sua carreira na Polícia Civil com "perfil operacional", na defesa de confronto com facções criminosas.

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Ele já havia chefiado a Polícia Civil entre 2009 e 2011, na gestão Sérgio Cabral. Ele deixou o cargo na ocasião após ser indiciado sob suspeita de vazar informações de uma operação da Polícia Federal a um inspetor alvo da apuração. O caso, porém, foi arquivado a pedido do Ministério Público.

O delegado também trabalhou com o ex-PM Ronnie Lessa, acusado de matar a vereadora Marielle Franco (PSOL) e seu motorista, Anderson Gomes. Lessa atuou com adido na Polícia Civil em delegacias especializadas de roubo de cargas e armas.

Após amargar certo ostracismo na corporação, retomou o prestígio até ser nomeado novamente para a chefia da corporação por Cláudio Castro, assim que o governador assumiu definitivamente o cargo após o impeachment de Wilson Witzel.

No último 7 de Setembro, Turnowski participou do ato de campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) na praia de Copacabana. O delegado tem forte ligação com o senador Flávio Bolsonaro (PL), visto como um dos fiadores de sua nomeação ao cargo no governo fluminense.