Murilo Busolin Rodrigues
12 de setembro de 2020 | 17h00
Vamos ser sinceros? Está cada vez mais difícil manter a lucidez nos dias atuais e em plena pandemia. Enquanto tentamos desviar dos noticiários cada vez mais tensos – porém repletos de informações valiosas, minuciosamente checadas por profissionais –, é possível notar um grande movimento de teorias conspiratórias por parte de pessoas que contestam a ciência e a medicina e obtêm informações (em sua grande maioria, falsas) por meio de grupos de WhatsApp ou semelhantes.
Isso ainda te choca também ou você já se acostumou?
Grande parte desse “choque” é resultado do impacto das mídias sociais na sociedade, e isso é retratado com detalhes – e uma certa dose de encenação – no recém-lançado documentário original da Netflix O Dilema das Redes.
A produção conta com depoimentos de profissionais diretamente ligados às plataformas mais utilizadas, como Google, Facebook, Twitter e Instagram, além de especialistas em tecnologia. O recado é geral: as redes sociais podem e já estão causando um ataque devastador sobre a democracia e, principalmente, à humanidade.
Eleições, covid-19 e o bizarro terraplanismo são alguns dos exemplos reais e atuais mostrados no documentário, que tem como objetivo emitir um grande alerta sobre a nossa falta de privacidade online.
Fica claro e comprovado cientificamente ao longo da produção de que tudo você lê, comenta e compartilha é vigiado e amplificado em larga escala para que se torne uma “verdade rentável”. A informação real acaba sendo considerada “chata” e não rende tanto dinheiro e engajamento quanto a publicidade de uma fake news.
Não há controle sobre as ferramentas legais disponíveis nas mídias, mas a preocupação é com a forma que essa tecnologia é utilizada para se tornar uma ameaça. Durante 1 hora e 34 minutos você vai se sentir parte de um assustador episódio de Black Mirror (série de ficção da Netflix).
Destaco aqui a importante fala de um dos especialistas: “Não é que a tecnologia em si seja uma ameaça existencial, é a capacidade da tecnologia de trazer à tona o pior da sociedade, e o pior da sociedade é uma ameaça existencial”.
Entre um “like” e outro, já estamos lidando com as consequências da faceta mais exposta da sociedade
CONECTE-SE
‘Só acho engraçado que’
A Deezer lançou na última quinta-feira (10) o podcast original humorístico Só acho engraçado que, com comentários sobre as notícias mais atuais do momento e ambientadas como os famigerados áudios de WhatsApp.
O podcast tem roteiro de Afonso Cappellaro, redator do Greg News (HBO), e interpretação de Maria Bopp, atriz que faz a já conhecida e viral Blogueirinha do Fim do Mundo.
Os episódios são semanais, com duração de 8 minutos. Pelo que entregou no piloto, o programa vai apostar em um humor afiado. Ouça em bit.ly/engracadoque.