quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

Como seria São Paulo se projetos de urbanismo tivessem saído do papel? Letícia Mori Da BBC Brasil em São Paulo

Centro de São Paulo
Image captionAlguns projetos de planejamento urbano de São Paulo, armazenados desde 1970, chegaram a ser pagos, mas não saíram do papel | Foto: Getty Images
No sexto andar do histórico Edifício Martinelli, no centro de São Paulo, dois funcionários de meia-idade cuidam das prateleiras empoeiradas e abarrotadas de papéis do arquivo da SPUrbanismo - a empresa pública de promoção de ações de planejamento e desenvolvimento urbano.
No cubículo jazem calhamaços de imagens, plantas e textos descrevendo a cidade que poderia ter sido – projetos de arquitetura e urbanismo encomendados, aprovados e até pagos por sucessivas administrações municipais, mas que nunca saíram do papel.
Os planos arquivados na repartição datam desde a década de 1970, quando foi criada a Emurb (antiga empresa de urbanismo que foi substituída pela SPUrbanismo).
Há desde visões recentes de uma cidade mais arborizada e com transporte mais eficiente a sonhos modernistas criados por nomes como Oscar Niemeyer e Vilanova Artigas, passando por projetos de metrópole ainda mais voltados para o trânsito de carros, da época do prefeito Faria Lima (1965-1969).
"São Paulo se fez em função de obras ousadas, projetos importantes e transformadores. Foram grandes obras não do ponto de vista de monumentos e edifícios, mas o sentido de terem estruturado a cidade", explica o urbanista Valter Caldana, professor da Faculdade de Arquitetura da Universidade Mackenzie. "Mas da 1990 para cá, São Paulo foi esfriando seu ímpeto progressista. A cidade deixou de ousar e foi ficando à mercê de seus próprios problemas."
Segundo ele, durante 80 anos a cidade usou o mesmo modelo para crescer – o de avenidas concêntricas, cujo melhor expoente é o Plano de Avenidas elaborado por Prestes Maia em 1930. Embora tratasse de vários aspectos urbanos, era focado na construção de avenidas monumentais, um conjuntos de radiais e perimetrais que tornou a cidade mais dispersa e o tráfego mais dependente do carro.
"O problema é que esse modelo entrou em colapso e passou a ser preciso encontrar um novo modelo, o que nunca foi feito", afirma Caldana.

Tesouro enterrado

Entre os projetos arquivados há encomendas de praticamente todos os prefeitos - de Jânio Quadros a Gilberto Kassab, de Luiza Erundina a Fernando Haddad.
Jânio Quadros (1986 - 1988) encomendou o projeto desenvolvido por Oscar Niemeyer e Ruy Ohtake de reurbanização da margem do Rio Tietê, com a criação de uma área verde alagável ao redor do rio e a construção de um Centro Cívico para ser a sede da prefeitura - o arquivo da SPUrbanismo, no entanto, não guarda as plantas do projeto.
O arquivo também abriga o plano de criar um bairro novo na região da Água Branca, pedido pela prefeitura na gestão de Marta Suplicy (2001-2004) e desenhado por arquitetos como Guilherme Wisnik, da Faculdade de Arquitetura da USP. A ideia era ter novas estações na linha de trem existente, equipamentos e espaços públicos, unidades de habitação social e uma "praça de água" com fontes e tanques que aproveitariam o afloramento do lençol freático.
"Muitos desses planos já incluiam questões que hoje são altamente deficitárias na cidade, como edifícios de uso misto [residencial e comercial], habitação social e sistemas de transporte de alta capacidade", explica Valter Caldana.
Para a professora Nadia Somekh, que foi presidente da Emurb e do Conpresp (órgão de patrimônio municipal), o problema é que obras de longo prazo muitas vezes acabam sendo descontinuadas pelos governos seguintes.
E a falta de continuidade não é apenas resultado da tradicional alternância de governos de partidos rivais, segundo Valter Caldana. "É só olhar para a Lei Cidade Limpa, que é um projeto do Kassab e foi enfraquecida pelo [João] Doria, do mesmo grupo político", afirma.
Pensados para o longo prazo, muitos desses projetos já estariam prontos se sua implantação tivesse começado na época do seu planejamento.
Com base nas descrições e nas referências de imagens contidas nos documentos, a BBC Brasil fez uma perspectiva artística de como partes da cidade poderiam ser hoje se os projetos tivessem saído do papel.

1. Um parque de 2,7 km no lugar do Minhocão

Perspectiva artística do Minhocão como um parque
Image captionPerspectíva artística de como seria hoje o minhocão se o projeto de requalificação tivesse saído do papel | Ilustração: Coletivo oitentaedois
Minhocão hoje
Image captionO Minhocão foi construído em 1970 pelo prefeito Paulo Maluf | Foto: Google Street View
No lugar do viaduto de concreto que rasga a cidade no meio, São Paulo poderia ter um longo parque arborizado, com galerias de arte e lojas nas laterais.
E nem seria preciso interromper o fluxo de 80 mil carros que passam por ali diariamente: o local seria mantido como uma espécie de túnel elevado, com o parque sendo construído em cima e as laterais fechadas para abafar o barulho.
O projeto de requalificação é do escritórios Frentes, que foi o vencedor do concurso promovido pela gestão de José Serra em 2006 para buscar ideias para o viaduto.
O plano – um dos muitos que foram considerados pela prefeitura ao longo dos anos para o lugar – era de que o parque tivesse playgrounds para crianças, pista de skate, ciclovia, espaço para apresentações e exposições ao ar livre e postos policiais. A entrada seria feita por edifícios de acesso, que poderiam abrigar também cinemas, teatros, restaurantes, bibliotecas e shoppings. Nunca saiu do papel.
O Plano Diretor aprovado em 2014, durante a gestão de Fernando Haddad (2010-2014), tornou obrigatório que o elevado seja demolido ou transformado em parque suspenso.

2. Hidrovias urbanas: barcos no lugar de carros e caminhões

Perspectiva artística de hidrovias urbanas
Image captionO projeto de hidrovias urbanas seria implementado ao longo de 38 anos | Ilustração: Coletivo oitentaedois, com base na perspectiva artística de Bhakta Krpa para a pesquisa de mestrado de Eloísa Ikeda
Rio Pinheiros hoje
Image captionProjeto de hidroanel teve até estudo de pré-viabilidade técnica, econômica e ambiental licitado pelo governo | Foto: Marcos Santos/USP Imagens
Um dos projetos mais ambiciosos para a metrópole é de construção de um hidroanel que aproveitasse todo o potencial dos rios da cidade para transporte de cargas e passageiros, para uso turístico e de lazer.
Imaginar embarcações cheias de produtos e pessoas pelos rios Tietê e Pinheiros pode parecer surreal para quem vê o estado das águas na cidade, mas o projeto não tem nada de ficção ou fantasia: tem até um estudo de pré-viabilidade técnica, econômica e ambiental licitado pelo Governo do Estado de São Paulo em 2009.
Organizado pelo Grupo Metrópole Fluvial, sob coordenação do arquiteto e urbanista Alexandre Delijaicov, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, o projeto tinha até um cronograma de implantação – começaria em 2012 e duraria cerca de 38 anos, até 2040.
"Parece muito tempo, mas você já parou para pensar que os projetos pensados nos anos 1970, se tivessem sido levados para a frente, hoje já estariam prontos?", diz o professor Valter Caldana.
O hidroanel compreenderia uma rede de hidrovias navegáveis de 170 km. Seria composto pelos rios Tietê e Pinheiros e pelas represas Billings e Taiaçupeba, além de um canal artificial ligando as duas.
Haveriam portos ao longo das margens e o transporte feito pelos rios aliviaria muito o trânsito de carros na cidade, possibilitando a requalificação das várzeas, que em vez de avenidas marginais teriam áreas mais arborizadas e apenas vias locais. As margens do rios seriam o espaço público principal da metrópole, o que consolidaria "um território com qualidade ambiental urbana nas orlas fluviais, que comporte infraestrutura, equipamentos públicos e habitação social", de acordo com o texto do próprio projeto.
"É um projeto que traria resposta para diversos problemas modernos – do transporte urbano à mudança da matriz energética (já que menos carros na rua significam menos consumo de petróleo)", afirma Nadia Somekh.

3. Só pedestres na av. Paulista

Perspectiva artística da av. Paulista sem carros
Image captionProjeto para a av. P| Ilustração: Coletivo oitentaedois
Imagem da av. Paulista hoje
Image captionO projeto de avenida exclusiva para circulação de pessoas nunca saiu do papel; a Paulista é aberta só para pedestres aos domingos | Foto: Google Street View
Turistas e paulistas que caminham pela av. Paulista – a via mais simbólica de São Paulo – sabem que as calçadas de 10 metros de largura frequentemente não dão conta do fluxo de pedrestes, com algumas esquinas ficando intransitáveis.
A quantidade de frequentadores no domingo, quando a avenida é fechada para veículos, demonstra o potencial ainda maior que ela tem para receber pessoas.
Uma obra começada pela prefeitura nos anos 1970 visava justamente isso: a avenida seria fechada para carros, transformada em um grande calçadão, e um túnel construído embaixo da via daria passagem aos veículos motorizados.
Em 1967, o prefeito Faria Lima lançou um concurso para reurbanizar a avenida. O desenho vencedor, do arquiteto Nadir Cury Mezerani e do engenheiro Figueiredo Ferraz, previa "jardins suspensos" sobre os túneis, ao longo da Paulista.
"Os jardins suspensos receberiam um tratamento paisagístico adequado à recreação. Seriam sob forma de círculos, com um núcleo para crianças com escorregadores, labirintos, tanques de água e tanques de areia. Em volta deste núcleo haveria bancos e vegetação", diz o texto do projeto arquivado.
O primeiro trecho da reforma, entre a rua da Consolação e a rua Haddock Lobo, foi inaugurado em 1971 e se mantém até hoje.
No mesmo ano, o engenheiro Figueiredo Ferraz se tornou prefeito e continuou a tocar as obras.
O túnel chegou a ser escavado até o Paraíso, mas o projeto não agradou a ditadura militar, que destituiu Ferraz em 1973 e enterrou a obra semi-pronta. Até hoje o túnel ainda existe por debaixo da avenida.

4. Um parque e um lago ao lado do Mercadão

Perspectiva artística de reurbanização do Parque Dom Pedro
Image captionOs sistema viário seria mais eficiente e um lago resolveria o problema das enchentes | Ilustração: Coletivo oitentaedois
Parque Dom Pedro II hoje
Image captionMercado fica em meio a nó de avenidas e terrenos cheios de lixo | Foto: Nelson Kon/Arquivo SPUrbanismo
Reformado durante a gestão de Marta Suplicy (2001-2004), o Mercadão de São Paulo se tornou um dos principais pontos turísticos da cidade.
Mas os diversos projetos para requalificar o entorno estão acumulando poeira no arquivo da SPUrbanismo.
Hoje os arredores do mercado têm terrenos vazios cheios de lixo, um nó de avenidas indo para as diversas direções, um parque vazio e perigoso, barulho ensurdecedor de trânsito e um terminal de ônibus gigantesco que ocupa maior parte da paisagem.
Em época de chuva, a região fica completamente alagada.
"É uma área inóspita para a circulação de pessoas, um rasgo na cidade", diz Nadia Somekh. Segundo ela, a área é crucial por se encontrar no entroncamento entre a região central e a zona leste - onde mora a maior parte da população da capital.
Um dos últimos planos para a área, criado em 2011 pela Una Arquitetos a pedido da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano, previa uma transformação profunda na paisagem.
Um trecho da avenida do Estado seria enterrado e transformado em um túnel, possibilitando a demolição de quatro viadutos que cruzam o parque e o aumento do espaço para circulação de pedestres.
O sistema viário seria reformulado, com a retirada do terminal de ônibus e a criação de uma estação integrada de metrô e ônibus.
"Retirar os terminais de ônibus do centro traria uma vantagem enorme", afirma Valter Caldana. "Eles são uma opção, não um destino. É preciso redesenhar as linhas de ônibus para que elas passem pelo centro, mas não parem ali. Temos quatro terminais enormes no centro que geram uma dificuldade de ocupação do entorno. São áreas grandes que poderiam ser melhor aproveitadas."
Uma lagoa de retenção com um sistema de filtragem natural reteria o excedente das águas da chuva, resolvendo o problema das enchentes. Os três edifícios históricos na parte norte do parque - o Mercado Municipal (1933), o Palácio das Indústrias (1920) e a Casa das Retortas (1898) - que hoje estão isolados um dos outros, seriam integrados entre si e com os novos edifícios do SESC (Serviço Social do Comércio) e do SENAC (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial), que teriam cursos profissionalizantes, atividades de lazer, esportes e cultura. O lado oeste do parque também seria integrado com a rua 25 de Março.
O prédio do Sesc, no lugar do antigo edifício São Vito, é o único ponto que deve virar realidade num futuro próximo. Embora não tenha data fechada, o terreno já está ocupado pela instituição, que promove diversas atividades no local.

Governo de SP sanciona orçamento de R$ 231 bilhões para o estado em 2019, G1

O governo de São Paulo publicou no Diário Oficial desta terça-feira (8) a lei que estabelece o orçamento do estado para 2019. Segundo o documento, poderão ser gastos R$ 231,1 bilhões este ano na gestão João Doria (PSDB).
O valor é R$ 1,1 bilhão maior do que o projeto inicial enviado pela gestão Márcio França (PSB) para a aprovação da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) no ano passado. A diferença diz respeito a mudanças apresentadas em emendas pelos parlamentares durante a votação do projeto, que foi aprovado em dezembro.
Segundo a Secretaria de Planejamento, foi acrescentada ao valor inicial apresentado uma receita adicional de alienação de bens, que é resultado da venda de imóveis do estado. Além disso, acresceram-se diversas despesas. Dentre as principais emendas parlamentares estão:
  • R$ 300 milhões para a Segurança
  • R$ 360 milhões para o Poupatempo
  • R$ 296 milhões para Saúde
  • R$ 70 milhões para Alesp
O orçamento anual é dividido entre duas despesas principais: o orçamento fiscal e orçamento de seguridade social. O primeiro, diz respeito às contas dos órgão e entidades de administração pública, autarquias e empresas ligadas ao governo, que em 2019 contarão com R$ 195,9 bilhões. Já o segundo, que atende programas como a Previdência, terá verba de R$ 35,2 bilhões neste ano.
Veja os valores destinados para as principais áreas no Orçamento de 2019 do estado:
  • Educação: R$ 32,4 bilhões
  • Saúde: R$ 23,3 bilhões
  • Segurança: R$ 22,1 bilhões
  • Transportes: R$ 8,6 bilhões

terça-feira, 8 de janeiro de 2019

07.01.19 | Minas Gerais lidera a geração de energia solar no Brasil


Fonte: O Tempo - 07/01/2019

Minas Gerais - O Estado do país que mais gera energia elétrica por meio de usinas fotovoltaicas de micro e minigeração é Minas Gerais, que alcançou 103 MW gerados com energia solar em dezembro de 2018. Os dados são da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) e representam 22% da geração distribuída do Brasil. Em segundo lugar vem o Rio Grande do Sul, com 70 MW, seguido pelo Estado de São Paulo, que já gerou 56 MW. “O principal motivo dessa liderança é que Minas Gerais tem a legislação estadual com os melhores incentivos tributários para a geração distribuída do país”, afirma o presidente da Absolar, Rodrigo Lopes Sauaia. Ele se refere à isenção do ICMS para usinas de todas as modalidades de geração solar até 5 MW, incluindo cooperativas, consórcios e condomínios, e a isenção do ICMS na fabricação de equipamentos e componentes.

“Além de incentivar o mercado, as isenções fazem os custos dos projetos de micro e minigeração caírem no Estado. Isso atrai investimento, empresas e empregos”, avalia Sauaia. Já foram investidos mais de R$ 650 milhões em Minas Gerais no desenvolvimento de projetos de geração distribuída, entre 2012 e 2018. No país, esse investimento foi de R$ 2,5 bilhões. Na geração de grandes usinas, Minas Gerais também tem uma situação de destaque, ocupando o terceiro lugar com 683 MW de geração fotovoltaica, atrás do Piauí, com 690 MW de geração, e da Bahia, com 794 MW. “Minas Gerais vai receber, até 2022, mais de R$ 3 bilhões de investimentos em grandes usinas solares”, afirma Sauaia.

A Órigo, por exemplo, tem quatro fazendas solares em Minas Gerais, com mais de mil clientes distribuídos pelo Estado. “Minas Gerais alcançou essa liderança na geração distribuída, além da boa insolação, em função da tarifa de energia elétrica, que é alta, e faz a energia solar ficar competitiva, e pelo pioneirismo do Estado em definir um arcabouço fiscal que permite quem gera a própria energia ter os créditos de ICMS”, diz o diretor geral da Órigo, Rodolfo Molinaris.

Crescimento. A energia solar representa hoje menos de 1% da matriz energética brasileira. “As distribuidoras tratarem a energia solar como uma ameaça está fora da realidade”, afirma Sauaia, que defende a manutenção das atuais regras tarifárias, que não beneficiam quem gera energia fotovoltaica. “Alterar a regra agora não é interessante, porque a participação da energia solar ainda é pequena. O papel do setor agora é gerar investimento na geração distribuída e trazer benefícios líquidos, como postergar uso de térmicas, diminuir emissões de carbono e trazer previsibilidade para o mercado”, afirma.

A previsão “conservadora”, segundo Sauaia, da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) é que, até 2026, a energia solar seja responsável por 6% da matriz energética do país. Uma pesquisa da Bloomberg aponta que, até 2040, esse índice chegará a 32% no Brasil.

Armazenamento gera economia 

A união entre sistemas inteligentes e grandes baterias de íon de lítio, como a de celulares, para armazenamento de energia elétrica pode gerar uma economia de cerca de 15% para empresas que são grandes consumidoras de eletricidade.

O grupo Comerc está trazendo a novidade para o Brasil por meio da junção com a Micropower Energy, fundada pelo ex-vice-presidente da Tesla Energy Marco Krapels. O executivo norte-americano informou que a parceria com a empresa brasileira já gerou frutos e que três clientes brasileiros da Comerc receberão baterias importadas para a gestão do consumo de energia até o fim do primeiro trimestre de 2019. “Já saímos da fase de planejamento e temos contratos assinados”, comemora Krapels.

A empresa não informa o nome dos clientes, mas, segundo o presidente do grupo Comerc, Cristopher Vlavianos, dois estão na cidade de São Paulo, e um, no Nordeste. Os três clientes estão no mercado cativo, ou seja, não compram energia no mercado livre. O investimento da Comerc em 2019 será de R$ 65 milhões, e 75% desse valor irá para projetos de eficiência energética e armazenamento por meio de baterias.

Segundo Krapels, a redução dos preços das baterias no mercado mundial tem permitido o investimento no armazenamento de energia. “Em cinco anos, (o preço das baterias) caiu 50% e, nos próximos três anos, vai cair outros 50%”, avalia o executivo. Vlavianos ressalta que as baterias precisam “de um software que faça a gestão das tarifas” para que a economia aconteça. Segundo o presidente do grupo, o uso da tecnologia já é possível no mercado brasileiro sem mudanças regulatórias.

O diretor de eficiência energética e energia solar da Comerc Energia, Marcel Haratz, afirma que o armazenamento de energia por bateria, aliado às fontes renováveis, como a solar, é uma tecnologia “desruptiva” para o setor elétrico. “Será possível armazenar energia e compartilhá-la com o vizinho”, afirma Haratz.