quarta-feira, 16 de abril de 2014

Nos trilhos: Projeto de sistema de trens intercidades





Finalmente andou o projeto de sistema de trens intercidades apresentado pelo consórcio BTG-Pactual/EDLP, por meio de uma MIP (Manifestação de Interesse Privado), ao governo de São Paulo. 

Reunião técnica acontece esta semana em Brasília para definir os detalhes do primeiro trecho. Fruto de parceria fechada recentemente, sem alarde, entre Alckmin e Dilma. 

São 135 km, orçados em R$ 5,5 bilhões, ligando SP a Americana. Terá nove estações. Principais? Jundiaí e Campinas. 

Nos trilhos 2 

A ideia do governo paulista é abrir, ainda este ano, a licitação da obra para quem quiser entrar. Alckmin pretende usar como modelo a PPP da linha 6 do metrô – na qual a iniciativa privada constrói, opera e mantém. 

Quem ganhar terá de pagar o custo do projeto ao BTG/EDLP – caso o próprio consórcio não seja o vencedor. 

Nos trilhos 3 

A proposta é maior. Contempla o Estado inteiro, com dois corredores ferroviários de passageiros e cargas fazendo uma cruz: um no sentido norte-sul; outro, leste-oeste. Valor? R$ 20 bilhões. 

Mas alguns trechos se sobrepõem ao desenho do Trem de Alta Velocidade.

Fonte: Coluna Sonia Racy - O Estado de S. Paulo
Publicada em:: 15/04/2014

terça-feira, 15 de abril de 2014

São Paulo recebe projeto-piloto para avaliação de calçadas


A avaliação aconteceu em alguns quarteirões próximos à estação Berrini da CPTM

15 de abril de 2014 | 18h 55

Marina Azaredo - O Estado de S. Paulo
Um grupo de voluntários começou nesta terça-feira, 15, a implantação de um projeto-piloto para avaliar as calçadas de São Paulo. Inspirado em uma experiência de Nova York, o Sáfari Urbano pretende mapear as principais características das calçadas da capital e, a partir desse mapeamento, propor mudanças para melhorar a convivência entre pedestres, carros, bicicletas e transporte coletivo. 
A avaliação aconteceu em alguns quarteirões próximos à estação Berrini da CPTM. Os voluntários usaram trenas para analisar itens como como a largura e regularidade do piso, a existência de rampas de acessibilidade e a sinalização de segurança nas travessias de ruas. “A ideia é mapear a perspectiva do pedestre, entender como é a sua experiência na calçada”, afirma a arquiteta Gabriela Callejas, sócia-fundadora da Cidade Ativa, uma das organizações que encabeça o projeto.
Na semana passada, já haviam sido analisados por especialistas da Faculdade de Medicina da USP os batimentos cardíacos, oxigenação do sangue e efeitos do calor em voluntários e também o nível de ruído ao longo dessas ruas e avenidas. 
De acordo com Marco Antonio Martins, pesquisador do Laboratório de Poluição Atmosférica Experimental da Faculdade de Medicina da USP, o pior trecho da região é a avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini, que tem 130 microgramas de material particulado 2,5 (uma espécie de poeira que é ingerida pelo organismo e chega até os pulmões) por metro cúbico de ar. Na rua Uruçu, a 850 metros da Berrini, esse índice é de 60 microgramas de material particulado 2,5 por metro cúbico de ar. Segundo a Organização Mundial de Saúde, qualquer índice maior do que 10 já é capaz de afetar a saúde.
“O objetivo é criar uma cidade mais saudável e democrática. Por isso, é importante criar espaços para que o pedestre caminhe e possa desfrutar da cidade. Esse é um direito básico do cidadão”, afirmou Skye Duncan, urbanista do Departamento de Planejamento Urbano de Nova York. Uma das medidas tomadas após o estudo das calçadas de Nova York foi dar mais espaço para os pedestres em um dos cartões-postais da cidade, a Times Square. 
Na esquina da Marginal Pinheiros com a rua Joel Carlos Borges, ela fez algumas sugestões. “Por que não colocar uma semáforo para que as pessoas possam atravessar a rua e ir diretamente para a estação de trem, sem ter de usar a passarela? Outra boa ideia seria impedir a circulação de carros na rua (Joel Carlos Borges) e organizar a permanência dos food trucks (já há dois no local)”, sugeriu.
Em Nova York, o Sáfari Urbano partiu do próprio Departamento de Planejamento Urbano. Aqui, o USP Cidades, a Cidade Ativa e o Mobilize Brasil estão implementando o projeto. O grupo, no entanto, ainda pretende apresentar a ideia para a prefeitura. De acordo com Gabriela Callejas, da Cidade Ativa, outros locais da cidade devem ter as suas calçadas avaliadas, mas ainda não há previsão de datas nem de que locais serão esses.

Boa proposta para o Ferroanel


15 de abril de 2014 | 2h 05

O Estado de S.Paulo
A construção do Ferroanel de São Paulo - que vem se arrastando há anos, embora esta seja uma obra de grande importância para São Paulo e para o País - pode receber um grande impulso, se os governos federal e do Estado, responsáveis por ela, chegarem a um acordo sobre uma proposta feita por este último. São Paulo se dispõe a elaborar o projeto executivo e a cuidar do licenciamento ambiental do Tramo Norte, entre Jundiaí e Itaquaquecetuba, ao custo estimado de R$ 15 milhões.
Este é "o passo a mais que o Ferroanel está precisando para sair do papel", segundo o presidente da Desenvolvimento Rodoviário S.A. (Dersa), Laurence Casagrande Lourenço. O governo paulista se julga capaz de executar a tarefa, porque adquiriu grande experiência com a construção do Rodoanel. O Tramo Norte deverá correr paralelamente ao Trecho Norte do Rodoanel numa boa extensão, um terreno que os técnicos paulistas conhecem bem.
Por isso mesmo, em 2012 a União e o Estado chegaram a um acordo para que este fizesse a terraplenagem de 44 km do Ferroanel juntamente com o Trecho Norte. Como explica Lourenço, isso representou uma redução de despesa de R$ 1 bilhão para o governo federal: "O acréscimo de obras significou aumento de R$ 300 milhões no Rodoanel - recurso que está sendo repassado pela União - e uma economia de R$ 1,3 bilhão no Ferroanel".
Se aceita, a proposta paulista será a segunda parceria entre os governos federal e estadual. Já há portanto um precedente que pode facilitar o entendimento entre as partes. O instrumento legal para tornar efetiva a transferência de atribuições que ela implica poderia ser um convênio, como sugere Lourenço. A grande importância do Ferroanel, que em 2011 já levou a presidente Dilma Rousseff e o governador Geraldo Alckmin a acertarem em princípio a sua construção conjunta, deveria ser suficiente para fazer ambos dar novos passos nessa direção.
As dificuldades que a ausência do Ferroanel cria para o transporte de carga em direção ao Porto de Santos e de passageiros na região metropolitana de São Paulo geram o maior gargalo ferroviário do País. Hoje os trens de carga que se destinam àquele porto têm de utilizar linhas partilhadas com a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) que passam pela região central da capital. A concessionária que faz esse transporte só pode operar em períodos restritos, o que diminui sua eficiência e aumenta seu custo.
E a situação só tende a se agravar, porque, para aumentar sua capacidade de transporte de passageiros, a CPTM deseja diminuir o intervalo entre os seus trens. Suas razões para isso são sólidas, porque o sistema de transporte coletivo da Grande São Paulo, do qual ela é um dos pilares, está operando no limite de sua capacidade e o número de passageiros continua a aumentar. Se ela adotar aquele medida, haverá redução ainda maior da circulação dos trens de carga.
Só o Ferroanel, a começar pelo Tramo Norte, que tem de longe o maior potencial de transporte, poderá resolver o problema. Hoje, dos cerca de 2,5 milhões de contêineres que chegam anualmente ao Porto de Santos, apenas uma quantidade pífia - 80 mil - é despachada por trem, um meio de transporte mais rápido e barato do que os caminhões. Com o Ferroanel, estima-se que o volume que por ele circulará chegue a 1,5 milhão de contêineres. Os benefícios para os setores mais diretamente ligados a essa atividade - produtores e transportadores - e para a economia do País como um todo serão enormes.
Ganhará também a capital paulista, por onde deixarão de circular cerca de 5 mil caminhões por dia, um alívio considerável para seu trânsito sempre congestionado.
Há razões de sobra para que a construção do Ferroanel leve os responsáveis pelos governos federal e estadual a deixar de lado divergências políticas. Não custa esperar que eles aproveitem a ocasião para demonstrar que são capazes de colocar o interesse público acima de suas ambições. São Paulo acaba de dar um passo nessa direção com a sua proposta.