A avaliação aconteceu em alguns quarteirões próximos à estação Berrini da CPTM
15 de abril de 2014 | 18h 55
Marina Azaredo - O Estado de S. Paulo
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Um grupo de voluntários começou nesta terça-feira, 15, a implantação de um projeto-piloto para avaliar as calçadas de São Paulo. Inspirado em uma experiência de Nova York, o Sáfari Urbano pretende mapear as principais características das calçadas da capital e, a partir desse mapeamento, propor mudanças para melhorar a convivência entre pedestres, carros, bicicletas e transporte coletivo.
A avaliação aconteceu em alguns quarteirões próximos à estação Berrini da CPTM. Os voluntários usaram trenas para analisar itens como como a largura e regularidade do piso, a existência de rampas de acessibilidade e a sinalização de segurança nas travessias de ruas. “A ideia é mapear a perspectiva do pedestre, entender como é a sua experiência na calçada”, afirma a arquiteta Gabriela Callejas, sócia-fundadora da Cidade Ativa, uma das organizações que encabeça o projeto.
Na semana passada, já haviam sido analisados por especialistas da Faculdade de Medicina da USP os batimentos cardíacos, oxigenação do sangue e efeitos do calor em voluntários e também o nível de ruído ao longo dessas ruas e avenidas.
De acordo com Marco Antonio Martins, pesquisador do Laboratório de Poluição Atmosférica Experimental da Faculdade de Medicina da USP, o pior trecho da região é a avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini, que tem 130 microgramas de material particulado 2,5 (uma espécie de poeira que é ingerida pelo organismo e chega até os pulmões) por metro cúbico de ar. Na rua Uruçu, a 850 metros da Berrini, esse índice é de 60 microgramas de material particulado 2,5 por metro cúbico de ar. Segundo a Organização Mundial de Saúde, qualquer índice maior do que 10 já é capaz de afetar a saúde.
“O objetivo é criar uma cidade mais saudável e democrática. Por isso, é importante criar espaços para que o pedestre caminhe e possa desfrutar da cidade. Esse é um direito básico do cidadão”, afirmou Skye Duncan, urbanista do Departamento de Planejamento Urbano de Nova York. Uma das medidas tomadas após o estudo das calçadas de Nova York foi dar mais espaço para os pedestres em um dos cartões-postais da cidade, a Times Square.
Na esquina da Marginal Pinheiros com a rua Joel Carlos Borges, ela fez algumas sugestões. “Por que não colocar uma semáforo para que as pessoas possam atravessar a rua e ir diretamente para a estação de trem, sem ter de usar a passarela? Outra boa ideia seria impedir a circulação de carros na rua (Joel Carlos Borges) e organizar a permanência dos food trucks (já há dois no local)”, sugeriu.
Em Nova York, o Sáfari Urbano partiu do próprio Departamento de Planejamento Urbano. Aqui, o USP Cidades, a Cidade Ativa e o Mobilize Brasil estão implementando o projeto. O grupo, no entanto, ainda pretende apresentar a ideia para a prefeitura. De acordo com Gabriela Callejas, da Cidade Ativa, outros locais da cidade devem ter as suas calçadas avaliadas, mas ainda não há previsão de datas nem de que locais serão esses.
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