sábado, 12 de abril de 2014

Oito anos de Mantega - ROGÉRIO L. FURQUIM WERNECK


O Estado de S.Paulo - 11/04

O ministro Guido Mantega completou oito anos de permanência na pasta da Fazenda. O fato enseja reflexões sobre o que ocorreu desde 2006, quando o ministro Antonio Palocci teve de ser substituído. Como foi possível que as oportunidades extraordinariamente promissoras, abertas no mandato inicial do presidente Lula, acabassem redundando em desempenho econômico tão lamentável como o que vem marcando o governo de Dilma Rousseff?

Na resposta a essa indagação, é importante focar no que interessa. Não faz sentido perder tempo com atribuição de culpa ao ministro Guido Mantega. É preciso ir mais fundo. E entender como o Planalto passou a se pautar por objetivos e critérios que permitiram que Mantega fosse mantido à frente do Ministério da Fazenda ao longo de três mandatos presidenciais.

No final de março de 2006, quando Lula teve de nomear um substituto para Palocci, seu governo atravessava um momento peculiar. A economia vinha tendo excelente desempenho. Mas o Planalto ainda estava às voltas com a crise do mensalão, que havia descabeçado o PT e deixado o governo vulnerável e extremamente fragilizado.

O objetivo central do presidente passara a ser conter o desgaste da crise e, com sorte, conseguir ser reeleito. Nesse quadro, seria certamente importante tirar o melhor proveito possível do bom desempenho que vinha tendo a política econômica. Mas sem esticar a corda mais do que o necessário. Em meio à adversidade, passara a ser fundamental manter o PT coeso e o Executivo pouco dependente do Congresso.

Foi nessas circunstâncias que Lula se permitiu uma extravagância. Tendo passado mais de três anos sob os rigores que lhe impunha o doutor Palocci, o presidente decidiu que já era tempo de nomear um ministro da Fazenda que jamais lhe dissesse não e lhe deixasse as mãos livres para cuidar da reeleição. O capricho não lhe parecia arriscado. O círculo virtuoso que lhe legara a boa gestão da política econômica parecia cada vez mais consolidado. Tudo que seria exigido do novo ministro era cuidar do piloto automático.

Na verdade, essa era a história que, na época, se contavam os mais otimistas, para tentar se convencer de que tal extravagância não passaria do final do primeiro mandato. Ledo engano. Para grande apreensão de quem quer que havia acompanhado sua trajetória, Mantega foi mantido no cargo no segundo mandato. Um Ministério da Fazenda fraco, tripulado por um ministro dócil e afinado com a ministra Dilma Rousseff havia se tornado um arranjo extremamente conveniente para a consolidação de uma inédita preponderância da Casa Civil na formulação e na condução da política econômica.

Na esteira do desmantelamento da equipe montada por Palocci, as ideias que haviam norteado a política econômica entre 2003 e 2005 passaram a ser frontalmente contestadas pela Casa Civil, coadjuvada pela Fazenda e pelo BNDES. O agravamento da crise econômica mundial, em 2008, foi o ensejo que faltava para que o governo desse outra orientação à política econômica, sob a bandeira de uma "nova matriz" desenvolvimentista.

Abertas as comportas do expansionismo fiscal, com a criação de um gigantesco orçamento paralelo no BNDES, o baque da economia em 2009 foi logo superado. O PIB cresceu nada menos que 7,5% em 2010, ainda que à custa de forte aceleração da inflação. E Dilma acabou eleita presidente.

A confirmação de Mantega como ministro da Fazenda do novo governo não chegou a surpreender. A mudança relevante deu-se em nível mais alto. A responsabilidade pela formulação e pela condução da política econômica, que antes cabia à ministra-chefe da Casa Civil, foi assumida pela própria presidente da República.

O desfecho dessa longa história é bem conhecido. Crescimento pífio, inflação estourando o teto da meta, contas públicas desacreditadas e grave desequilíbrio nas contas externas. Lula reclama de que "poderíamos estar melhor". Claro que sim. Mas agora é tarde. O País está colhendo o que Lula e Dilma plantaram nos últimos oito anos.

Conheça 10 modelos de uso dos contêineres na construção

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Os contêineres podem ser usados para diversos modelos de construções/Foto: sxc.hu
Contêineres reciclados são uma das escolhas atuais de arquitetos que desejam incorporar elementos verdes em diversos tipos de construções. Pode parecer estranho ter uma casa feita de contêineres de carga vazia, mas, uma vez erguidos, estes espaços se mostram inspiradores e singulares.
Já é possível encontrar uma variedade de construções e projetos que utilizam como base os contêineres. Vejam alguns desses modelos que o portal Ecofriendselecionou.
Espaço luxuoso
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Fotos: EcoFriend
Adam Kalkin é um arquiteto radical que criou uma nova casa na plataforma de vida luxuosa. Ele representou um novo nível de luxo com a criação de um belo retiro usando cinco contêineres reciclados. Sua construção, que oferece uma mistura de beleza e luxo, custa menos de US$ 100.000.
Edifício desmontável
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Cidade Puma é uma criação da empresa Lot-ek, que deu um novo horizonte para a indústria da construção. Com inovação e criatividade, eles projetaram um showroomdesmontável com 40 contêineres para a empresa Puma. O edifício é composto por um escritório, que possui área de imprensa, área de armazenamento, bar e um terraço aberto.
Bar extravagante
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O hábil arquiteto Andreas Strauss criou um bar que ilumina a vida noturna em Linz, na Áustria. O revestimento em ouro torna o ambiente extravagante, além de realçar a beleza, emoção e entusiasmo do local.
Museu nômade
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O Museu Nômade é um espaço incrível, que foi originalmente projetado pelo renomado arquiteto japonês Shigeru Ban. Ele possui toda estrutura feita de contêiner, capaz de reconstruir e desconstruir em locais diferentes ao redor do mundo. Em cada lugar esta bela arquitetura é criada de maneira distinta por engenheiros diferentes.
Habitação familiar
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“Container Nation” é uma habitação familiar, em Utah, Estados Unidos, criada pelo Grupo de São Francisco 41. Trata-se de uma proposta de projeto que deverá utilizar cerca de 1.000 contêineres, mas que ainda está à espera de aprovação. Joel Karr, diretor do Grupo 41 apresentou um projeto incrível que cria pontes virtuais que voam dentro dos espaços para garantir fluxo de ar livre dentro e fora da casa. Uma vez que a aprovação seja concedida, o Grupo pretende construir casas sustentáveis usando esses recipientes.
Salão de exposição
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Pelotão Kunsthalle é um salão de exposição inspirador e centro de arte situado em Seul, Coreia do Sul. A construção foi artisticamente construída por meio de contêineres padrão. A construção reflete a beleza, magia e um toque requintado de espaços a exemplo de estúdio artístico, áreas de exposição, restaurante e bar, bem como sala para reuniões.
Centro Comercial
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A empresa de arquitetura americana Lot-ek propõe um plano para reconstruir o Pier Chelsea 57, em Nova York, em um centro comercial a partir de contêineres. O plano parece ser interessante e inspirador, com a transformação completa de contêineres em lojas de artesanato, galeria de exposições, espaço leilão, centro de cultura contemporânea e áreas de entretenimento.
Parque inspirador
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Cove Park é um retiro inspirador com telhado verde composto de contêineres. Esta arquitetura ilumina a beleza da costa oeste da Escócia. Artisticamente criado por arquitetos e engenheiros qualificados do Gerenciamento do Espaço Urbano, o retiro é muito atraente, com acomodação luminosa, generosa, e decoração simples.
Casa de férias
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Uma casa de férias conhecida como Port-a-Bach foi projetada por Cecile Bonnifait e Giesen Guilherme, da Nova Zelândia. Usando contêineres, elas criaram um alojamento portátil, seguro, eco-friendly, e abundante para todos. É uma residência emocionante, que pode até ser enrolada, dobrada, e transferida facilmente de local.
Sala de descanso
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Linx é uma autêntica sala de descanso de dois andares, projetada pelo designer Richard Barnwall, e construída usando quatro contêineres. Esta é basicamente uma construção temporária, que pode ser usada para abrigo permanente, pois dispõe de todos os requisitos básicos, como o vestiário, banheiro, sala de almoço, e espaço para escritório.
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Contêiner adaptado produz 850 litros de água por dia para populações vulneráveis


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Estrutura é instalada para produzir água filtrada à populações vulneráveis
Fotos: Divulgação
Embora o mundo tenha avançado nos últimos anos quanto ao acesso à água potável,dados da ONU apontam que, nas zonas rurais dos países menos desenvolvidos, 97 em cada 100 pessoas carecem de água canalizada e 14% da população bebem o recurso por meio dos rios, das lagoas e dos lagos.
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Ekocenters deverão produzir cerca de 500 milhões de litros (132 milhões de galões) de água potável por ano
Para tentar minimizar essa situação, um grupo de grandes empresas (capitaneado pela Coca-Cola e Deka R&D) lançou um projeto que transforma 2.000 contêineres em água potável para comunidades isoladas e em desenvolvimento. Batizada de Ekocenter, a estrutura é instalada para produzir água filtrada à populações vulneráveis.
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O primeiro protótipo está sendo testado em Heidelberg, na África do Sul, e vem com um dispositivo de purificação que usa destilação à vapor para produzir água potável. O Slingshot, criado pela Deka R&D, foi originalmente produzido para ser alimentado com esterco de vaca para gerar energia e pode transformar qualquer fonte de água suja (incluindo água do rio e água do mar) em água potável.
Os pontos de contêineres serão distribuídos em toda a África, Ásia, América Latina e América do Norte
"Cada máquina oferece aproximadamente 850 litros (225 galões) de água por dia, usando menos eletricidade que um secador de cabelo", garante a Coca-Cola.
Os Ekocenters vão além da água potável e oferecem às comunidades internet sem fio, cargas para dispositivos móveis ou lâmpadas movidos à energia solar, kits educativos e armazenamento refrigerado de medicamentos e vacinas.
Os pontos de contêineres serão distribuídos em toda a África, Ásia, América Latina e América do Norte. Até o final de 2015, estima-se que os Ekocenters deverão produzir cerca de 500 milhões de litros (132 milhões de galões) de água potável por ano.
Para realizar a manutenção e controle das estações, a Coca-Cola vai contratar parceiros locais para certificar que a água está segura para beber e atende aos padrões internacionais de saúde.
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